segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Árvore do amor (crônica)


Definitivamente ser um bom professor nos tempos atuais é ser mais que um semeador de sonhos. É preciso ser uma árvore bela, frutífera, que consiga proporcionar sombras para aqueles alunos cansados, entediados com o sistema educacional e ao mesmo tempo possam apreciar os frutos. E quem sabe assim levantar do lugar de conforto e também espalhar os novos frutos a partir daquele olhar.
É fácil ser essa árvore? Não, não é nada fácil. Principalmente diante dos desmatamentos, das queimadas e ausências de políticas públicas para que essas árvores sejam preservadas. Cortam-se árvores aleatoriamente, restam apenas aquele pedacinho do tronco morto e quase inútil, próximo a raiz, muito usado para decoração.
Mas o bom professor não é uma árvore qualquer.  É uma árvore do amor. Essa que ninguém consegue cortá-la por inteiro. Sempre deixa brotos, sombras, folhas, frutos que se espalham... sementes da sua breve existência terrena. Todos nós, árvores frutíferas da educação, estamos na terra de passagem, temos o nosso prazo de validade indiscutível e natural.  Nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos, aliás, fisicamente, saímos de cena. Assim, aconteceu com o Paulo Freire. Ah, também com Anísio Teixeira entre outros que os nomes fogem da memória, mas pelos serviços prestados à educação nunca serão esquecidos.
Essa crônica surgiu de um elogio recebido de uma professora de literatura da UNEB, Campus XIII... Como aquele elogio fez bem ao meu ego. Não que eu queira ser reconhecida por ninguém, faço o meu trabalho sem pensar em aplausos ou vaias.  Planto árvores, sim! Árvore do amor.  Faço o que gosto, não que nasci para fazer... Mas me propus a fazer com qualidade.
Se eu fosse engessar-me por causa das queimadas e dos desmatamentos, não estaria onde estou hoje: Em paz comigo mesma, pois Deus é paz, conforto, sabedoria. Realmente, recebo uma boa quantidade de estudantes de Letras como observadores das minhas práticas pedagógicas. E nunca havia me atentado o quanto as minhas boas práticas estavam indo tão longe. Faço o que acho ético. Se sou paga para prestar um serviço, não faço desserviço. Se recebo para ensinar, assumo o compromisso de aprender com os meus alunos diariamente, em todas as etapas de construção do conhecimento, desde o falar, ouvir, sentir, chorar, sorrir, cair, levantar...aprendo e ensino e vice-versa.
Por fim, se tenho condições de plantar uma árvore, escolho a árvore do amor. Porque o amor é paciente. “Mesmo que eu falasse as línguas dos deuses e dos anjos, se não tivesse amor eu nada seria...” E isso é bíblico. Por amor a nós, Jesus Cristo foi crucificado e por amor a Ele, o Seu nome é exaltado por aqueles que creem e desfrutam da paz por Ele semeada.

Colegas professores, bom início de semana, um ano letivo de paz!



                                       E. Amorim/ fev.2016

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