(Lust, Marisa Jamaica)
Acordo com aquela angústia danada. Tenho certeza de que ela está a poucos metros da minha cama, mas ao mesmo tempo tão distante. Nem o nome dela completo descobri, sei apenas que é Amora, uma deliciosa amora, mas a conheço como ninguém, sei o que lhe agrada e tenho certeza que se ela olhasse para mim, uma, apenas uma vez poderia também lhe fazer feliz.
Resisto ir para o meu posto de observação, não quero chuveiro frio. Quero aquela deusa em minha cama também. Vejo-a quando acorda toda sensual se espreguiça… A minha tempertatura sobe ao imaginar percorrendo aquele corpo, tocando-a e fazendo-a suspirar. Implorar por mais toque, mais prazer… Oh, Amora! Amora, você será minha!
A bandida parece que sabe que estou a lhe observar, faz pose no espelho, dança, pula, requebra para lá, tem momento que olha em minha direção como se me visse, impossível. Não tem como saber que atrás daquela vidraça escura da minha varanda tem alguém a lhe observar. Como pode uma mulher ser tão bonita e tão provocante? Na noite anterior sonhei com ela, na verdade nem precisava dormir, ela já vive em meus sonhos. Estávamos tão entregues, eletrizados e dominados pela paixão, como nos amamos como dois náufragos… Acordei! Irritado, claro.
Tenho que vê-la mais uma vez, corro para a minha varanda que é de frente ao quarto dela, e como ela sente calor como eu, adora dormir nua. E vejo-a rolar pela cama. Cada movimento me leva a loucura. Acho que já está acordando. E para esconder a nudez ela pega um lencinho branco que a deixa mais sensual. Quase não vejo o seu rosto, ela joga sempre a vasta cabeleira, mas que importa, o corpo é fenomenal. Que felizardo conhece aquele corpo? Com quem ela se deita? Sempre solitária, mas satisfeita.
Nunca me esqueci quando a vi pela primeira vez, enlouqueci e me apaixonei. Quem não se apaixonaria se visse uma musa coberta com pétalas tomando sol na varanda? Desde aquele dia, quatro meses atrás… não consigo ir ao trabalho sem dá uma espiadinha na varanda, desde quando ela se mudou para o prédio vizinho ao meu. Não faço outra coisa quando estou em casa a não ser obervá-la. E cada vez mais fico tonto diante de tanta beleza. Ah, minha pequena, quando você será realmente minha?
(Musa com pétalas – Carlos Lameiro)
Imagine o meu susto perceber o seu ventre mais volumoso! Como pode me trair? Não quero conhecer quem a roubou de mim. Sabia o tempo inteiro que você não era minha, tê-la todas as manhãs era como uma brisa suave que invadia o meu ser. Agora grávida, mãe, mulher de um vizinho qualquer… Um vizinho que não sou eu, que pena! Você deixou de ser minha! Não aceito a traição, deixarei agora você em paz! Até durar a gravidez…
No prédio ao lado, Amora vai para o quarto de hóspede e de lá ela observa a sua vizinha saciando a sede, e fica a admirar aquela bela mulher, e com inveja diante de tanta beleza, suspira:
_ Ela é tão linda! Aposto que o marido não tem olhos para mais ninguém.
vejam a complexidade das pessoas....Assim somos nós...
ResponderExcluirmuito bonito..........
Pois é...obrigada.
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