Em torno da mesa a família se reunia para desfrutar
a ceia natalina. Ao soar as doze baladas, um amigo secreto para a
famosa troca de presentes. No entanto Malvina estava inquieta. Adolescente de
16 anos, havia tempo que deixara o sonho de Papai Noel para trás. Mas sentia
que aquela noite seria diferente.
Participa ativamente das brincadeiras com as
primas, sorria e disfarçadamente olhava o avançar das horas. Nada de anormal
acontecia. Duas horas da manhã. Os parentes que vieram de longe vão dormir. O
papo vai rareando, até que fica na sala apenas Malvina e uma bela árvore de
natal.
Ela não sabe o que deu em sua cabeça. Passou a
olhar para os enfeites das árvores e sorrir, de repente eles começam a falar
com ela:
_Oi garota, por que está inquieta? É Natal!
Olha para um lado e para outro. Achou que estava
enlouquecendo. Como poderia aqueles bonequinhos de plásticos falarem? Era a sua chance de matar a curiosidade. E
resolve responder:
_Oi, é por isso mesmo que estou assim. No Natal
trocamos afagos, presentes, mas sinto que falta algo diferente acontecer
para modificar as pessoas. Vocês concordam comigo?
_Claro que falta, Malvina. Você está correta. Agora
cabe você fazer o seu natal diferente _ isso um papai Noel com seu tradicional saco
vermelho_ respondeu.
_Como? Se todos estão felizes, não estão? Vejam
quantas luzes, presentes, comidas...
Logo um lindo ursinho, também pendurado na árvore
toma a palavra e diz:
_Malvina, não há luz maior do que a que vem de
Cristo. E Natal é uma festa cristã. Tudo que você está vendo, sem essa Luz
dentro de ti, brilha falso.
E Malvina finalmente conseguiu encontrar “alguém”
que pensava como ela. Sorriu e perguntou:
_O que devo fazer para que esse Natal seja
diferente?
E todos os bonequinhos da árvore em coro
responderam:
_Faça você a diferença!
Depois dessa resposta cada qual voltou para mesma
posição inicial. E Malvina fica abobalhada, ajoelha-se diante da árvore para
aproximar dos seus enfeites e insiste:
_Como? Como? Como?
De repente...
_ Malvina, esses enfeites de natal não são de
chocolates! Vá dormir garota que você já comeu demais por hoje.
E sua mãe volta para o quarto, antes apaga as luzes, deixando apenas o pisca-pisca
da grande árvore de natal.
Elisabeth Amorim
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