Carybé, A Mulata Grande
Sou negra.
Não sou mulata, meu senhor.
Tenho pele escura como a noite.
Sou a negrinha do
meu amor.
Minha vida negra.
Preconceito, estereótipo, discriminação
Não sou parda, moreninha, nem marrom
Não apague a luta do
meu coração.
Conheci na infância o verbo negar
Educação, moradia, lazer, família, cultura, língua...
Mas minha etnia posso gritar.
Para agradar o senhor.
Pintaram-me sem
maquiagem
Exibindo a minha vergonha sem pudor.
Elisabeth
Amorim/ 2014
Escritora e poetisa baiana
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