sábado, 8 de novembro de 2014

Consciência Negra ( Soneto)



                                                
                                                                 Carybé, A Mulata Grande

Sou negra.
Não sou mulata, meu senhor.
Tenho pele escura como a noite.
Sou  a negrinha do meu amor.


Minha vida  negra.
Preconceito, estereótipo, discriminação
Não sou parda, moreninha, nem marrom
Não apague a  luta do meu coração.

Conheci na infância o verbo negar
Educação, moradia, lazer, família, cultura, língua...
Mas minha etnia posso gritar.


Para agradar o senhor.
Pintaram-me  sem maquiagem
Exibindo a minha vergonha sem pudor.

                                                   Elisabeth Amorim/ 2014
                                                  Escritora e poetisa baiana

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