Queria acreditar que
o Papai Noel trará realmente presentes para todos os necessitados. Que não exista mais criancinha feito ursinho abandonado e olhar tristonho. Mesmo porque não quero ficar vendo nenhum
programa de televisão a violência que, nós brasileiros, estamos sofrendo. É muita corrupção! É muita
sujeira que não há lava-jato que limpe
essa lama que escorre pelas beiradas do nosso país.
Enquanto ficamos à espera da presença do bom velhinho... Como não entrar nesse clima e correr atrás das
promoções americanizadas como a tal da “Black Friday”. Queria realmente ganhar uma editora disposta a driblar a crise, onde lá tivesse um bom velhinho, aliás, nem
precisaria ser tão bom, bastarei
ser leitor, um admirador de literatura. Mas
não adianta correr balcões quando o país
está mergulhado nas propinas. E mais um
ano novo se aproxima... o que nos reserva
se o Papai Noel encontra-se desaparecido?
Expectativas. Sonhos. Desilusão. Sim, porque o velhinho estará bem distante nos primeiros
dias do ano e aparecerá apenas no natal seguinte, sobrariam os impostos a vencer. Não! Natal é diferente! Realmente, é
diferente? Para quem?!!! Mesmo sem
vontade, vejo um programa jornalístico onde é apresentando uma fortuna em jóias
da esposa de um desses poderosos que
estão presos, aliás, desfrutando uma mordomia domiciliar, desculpe-me, prisão domiciliar. E ao ser interrogado sobre o porquê pagar
tantas joias em dinheiro, ele diz não se lembrar. Brasil, quem paga essa conta?
Se o "Senhor dos aneis" investisse mais em educação, cultura,
saúde, literatura... se lembraria do
valor gasto, mesmo se esquecesse os beneficiados lembrariam. E a minha indignação aumentou quando fui
atrás da única editora que aceitava
publicar sob demanda, e encontrei a “porta fechada” por conta da crise do país, a editora só aceita o pedido mínimo de 50
livros.
Volto a olhar a quantidade de jóias sendo exibidas em
diversos canais televisivos e penso no valor que teria que pagar por cinquenta
exemplares, acrescidos das despesas de impressão, diagramação, correios... Sei o quanto me custaria cada
uma das cinquenta joias... E acabo, deixando para o natal seguinte, quem sabe
daqui até lá o Papai Noel resolva sair do seu trenó?
Papai que nunca perdeu uma batalha para ninguém, é o Papai do Céu. Quando
pensamos que estamos só, inesperadamente, a porta é aberta! Pessoas nos acolhem. Papai do Céu é tão grandioso que preenche-nos de tal modo, ocultando as nossas necessidades.
E Ele não precisa se levantar de nenhum
trenó, mas levanta pessoas. Abençoa pessoas. Ama pessoas. E essas pessoas abençoadas fazem a diferença abençoando outras...
Elisabeth Amorim
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