terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A PRINCESA CARECA (conto)




Era uma vez uma linda jovem chamada  Brisa da  Manhã.  Sorridente, feliz e muito comunicativa.  Com longos cabelos loiros  ela chamava a atenção por onde passava.   Muitos pensavam que ela tentaria a carreira de modelo. Enganaram-se,  para Brisa o caminho escolhido foi de enfermagem. E se tinha uma coisa que ela gostava de fazer era atender o público infantil. As crianças  gostavam de chamá-la de Princesa.
Um dia Brisa sentiu-se mal no trabalho. E ao ser medicada,  percebeu que tinha algo  grave em sua cabeça .  E para curá-la  teria que perder os lindos cabelos que há mais de dez anos que ela não cortava, e submeter as seções de quimioterapia .  A  sua tia que tinha uma grande admiração por Brisa e pelos os cabelos, dissera:
_ Brisa  vamos comprar uma coleção de perucas para você! Não fique triste, que o seu cabelo crescerá rapidinho.

Brisa sorri para a tia e diz:
_Não precisa comprar nenhuma peruca, minha tia. Mas a minha tristeza não é a questão do cabelo  se crescerá ou não rápido.  Com a minha doença passei a pensar naquelas pessoas que nunca tiveram opção de deixar ou não o cabelo crescer.  Há muitas crianças que nascem com leucemia. Há muitas mulheres que nunca nasceram cabelos. Se a minha careca constranger alguém é só não olhar para mim, porque eu olharei a todos de frente. E no dia que eu quiser mudar meu visual e achar que devo usar uma peruca ou um lenço para inovar... usarei.  Quem gosta de mim, sabe  dos meus problemas de saúde, não mudará o conceito por conta de uma peruca, porque eu sou a mesma. E o mesmo vale para quem não gosta e me acha feia...
E a família dela  se comoveu e abraçou a jovem  Brisa de 25 anos.  Os pais falaram como se tivessem combinados:
_Brisa, você é linda por dentro e por fora! Nós  nos orgulhamos de você...
Brisa começou o tratamento, em consequência  ela perdera os lindos cabelos. No hospital em que ela trabalhava, ela não quis se afastar,  e passou a dar plantão no setor da pediatria,  na ala que  em tratavam  casos  parecidos    com o dela. E mesmo sem querer, tornou-se a enfermeira número um das crianças.  O local onde ela trabalhava mais parecia um castelo,  as paredes coloridas e vários livros   infantis  e brinquedos disponíveis.
Uma vez por semana ela se  vestia  de princesa e tirava fotos com as crianças. E ela passava para as crianças que o único tempo que temos domínio é o presente. `Por mais que desejemos um futuro melhor só temos a garantia de um agora.  E agora podemos sim, fazer a diferença, podemos sim, fazer a nossa parte .  E no presente temos que viver bem. Quando cada um fizer a sua doação de atitude humana em prol do outro, poderemos sim, sonhar  não apenas com um Natal feliz, mas com uma humanidade feliz todos os dias.
 Enquanto ela pousava para a foto...a  espera outra criança fala alto:
_MAMÃE, QUERO UMA FOTO COM AQUELA PRINCESA CARECA!  Ela é linda, não é mamãe? ... E eu também sou... pois ela se parece comigo.  Quem é ela,  mamãe?


_ Realmente filhinha, ela é linda igual a você.  Ela é  uma brisa da manhã que entra em nossas vidas para nos ensinar fazer a diferença.

   

                                                                Elisabeth Amorim/2014


 


* As imagens estão disponíveis no site   YAHOO.  O texto é ficcional as imagens apenas ilustram um texto fruto de uma LITERATURA  DESMONTADA.( da imagem surge o texto)

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