Mandacaru era o apelido que Wilvison Timóteo ganhou dos amigos. Brincalhão e sortudo não se incomodava com o apelido originado após narrar a sua saudade da sua cidade natal no interior da Bahia, onde a lembrança mais forte da infância era a quantidade de mandacarus no roçado da família. A sua trajetória de contador de histórias fantásticas protagonizando-as, renderam várias brincadeiras. O que os colegas não sabiam era que os fatos narrados eram realmente fantásticos, mas reais, pois com ele as coisas mais inusitadas aconteciam.
Magro, jovem, baixo, competente, falante, professor de escola pública em Belo Horizonte, mas apaixonado pela Bahia, desde que saíra na adolescência nunca mais retornara. Qual era mesmo o defeito de Mandacaru? Trabalhar demais. Todo ano pensava em sair de férias com a esposa e os três filhos, mas as despesas cresciam e o passeio até uma praia era adiado. Com os colegas, viu nas festas de final de ano uma chance de ganhar um dinheiro extra, uma vez que o período letivo havia encerrado.
E numa dessas rodas de conversa é informado que havia uma loja de um grande shopping da capital mineira precisando de um Papai Noel com urgência. Para quem trabalhou muito naquele ano letivo, corrigindo prova, planejando aula e fazendo relatório de desempenho escolar de cada aluno, essa vaga seria uma espécie de diversão para ele. Essa informação provocou muitas risadas nos demais, porque Mandacaru não teria nenhuma chance de ser aceito pela loja, pois magrinho, jovem, com o físico oposto da figura representada nas lojas. E pensando nisso, Mandacaru responde:
_ Eu? Teria então que engordar rapidinho, ser espichado… Sem chances, colega.
E o seu amigo que sugeriu aproveitou-se dessa recusa para lembrá-lo o quanto ele estava perdendo o seu posto de contador de histórias. E fica a provocá-lo se Mandacaru fosse um mandacaru de verdade daria um jeitinho de conseguir a vaga e não dá chance a outro. E novos risos.
Que culpa Wilvison tinha de encontrar uma moeda de ouro dentro de um peixe? De ter escorregando numa casca de banana e cair de cara numa carteira velha que ninguém deu importância, mas ao abri-la encontrar uma boa quantia em cheque e receber uma recompensa ao devolvê-la seu legítimo dono? Essas são as pequeninas coisas que aconteceram com ele, mas davam-lhe um ar surreal nas suas narrativas.
E de imediato Mandacaru pensou que poderia sim, tentar. O máximo que ouviria seria um “não”. Mas quem sabe poderia também ouvir um “sim”? Tratou de pegar o endereço com o colega e chegando em casa foi logo acessando o site da loja para vê quais os pré-requisitos. E para sua surpresa, a loja queria um candidato diferente, pois estava planejando uma ornamentação temática, e venceria o candidato mais original. Detalhe, eles não haviam decidido o tema, por isso estavam apostando na criatividade dos candidatos para levar adiante o projeto.
A informação deixou Mandacaru radiante, a sugestão surgiu de uma brincadeira entre os colegas, agora estava totalmente madura em sua mente. E já pensava mil formas de se apresentar para a entrevista que já seria em dois dias. Se cadastra e ao falar com os colegas que estava também inscrito foi riso que não acabava mais.
Chega o dia, eram uns cinquenta homens com idade já avançada, obesos, já trajados de Papai Noel, mas por mais que eles diferenciavam nos adereços, um com carrinho de supermercado , outro com uma cestinha de chocolate, outro com uma enxada na mão, outro com uma cesta de flores, até um com uma bicicleta acompanhado de um cachorrinho apareceu por lá. E cada qual com a mesma cara só mudavam o saco. Talvez cansados de tantos olhos em direção ao saco de Papai Noel. Mandacaru já tinha toda uma ornamentação da loja na mente. Ninguém deu importância aquele homem magrelo que chegara por último com um saco de Papai Noel nas costas. Enquanto os demais dispensaram o saco, ele fez o contrário, do bom velhinho só levou o saco. E ficou por último a se apresentar.
Magro, jovem, baixo, competente, falante, professor de escola pública em Belo Horizonte, mas apaixonado pela Bahia, desde que saíra na adolescência nunca mais retornara. Qual era mesmo o defeito de Mandacaru? Trabalhar demais. Todo ano pensava em sair de férias com a esposa e os três filhos, mas as despesas cresciam e o passeio até uma praia era adiado. Com os colegas, viu nas festas de final de ano uma chance de ganhar um dinheiro extra, uma vez que o período letivo havia encerrado.
E numa dessas rodas de conversa é informado que havia uma loja de um grande shopping da capital mineira precisando de um Papai Noel com urgência. Para quem trabalhou muito naquele ano letivo, corrigindo prova, planejando aula e fazendo relatório de desempenho escolar de cada aluno, essa vaga seria uma espécie de diversão para ele. Essa informação provocou muitas risadas nos demais, porque Mandacaru não teria nenhuma chance de ser aceito pela loja, pois magrinho, jovem, com o físico oposto da figura representada nas lojas. E pensando nisso, Mandacaru responde:
_ Eu? Teria então que engordar rapidinho, ser espichado… Sem chances, colega.
E o seu amigo que sugeriu aproveitou-se dessa recusa para lembrá-lo o quanto ele estava perdendo o seu posto de contador de histórias. E fica a provocá-lo se Mandacaru fosse um mandacaru de verdade daria um jeitinho de conseguir a vaga e não dá chance a outro. E novos risos.
Que culpa Wilvison tinha de encontrar uma moeda de ouro dentro de um peixe? De ter escorregando numa casca de banana e cair de cara numa carteira velha que ninguém deu importância, mas ao abri-la encontrar uma boa quantia em cheque e receber uma recompensa ao devolvê-la seu legítimo dono? Essas são as pequeninas coisas que aconteceram com ele, mas davam-lhe um ar surreal nas suas narrativas.
E de imediato Mandacaru pensou que poderia sim, tentar. O máximo que ouviria seria um “não”. Mas quem sabe poderia também ouvir um “sim”? Tratou de pegar o endereço com o colega e chegando em casa foi logo acessando o site da loja para vê quais os pré-requisitos. E para sua surpresa, a loja queria um candidato diferente, pois estava planejando uma ornamentação temática, e venceria o candidato mais original. Detalhe, eles não haviam decidido o tema, por isso estavam apostando na criatividade dos candidatos para levar adiante o projeto.
A informação deixou Mandacaru radiante, a sugestão surgiu de uma brincadeira entre os colegas, agora estava totalmente madura em sua mente. E já pensava mil formas de se apresentar para a entrevista que já seria em dois dias. Se cadastra e ao falar com os colegas que estava também inscrito foi riso que não acabava mais.
Chega o dia, eram uns cinquenta homens com idade já avançada, obesos, já trajados de Papai Noel, mas por mais que eles diferenciavam nos adereços, um com carrinho de supermercado , outro com uma cestinha de chocolate, outro com uma enxada na mão, outro com uma cesta de flores, até um com uma bicicleta acompanhado de um cachorrinho apareceu por lá. E cada qual com a mesma cara só mudavam o saco. Talvez cansados de tantos olhos em direção ao saco de Papai Noel. Mandacaru já tinha toda uma ornamentação da loja na mente. Ninguém deu importância aquele homem magrelo que chegara por último com um saco de Papai Noel nas costas. Enquanto os demais dispensaram o saco, ele fez o contrário, do bom velhinho só levou o saco. E ficou por último a se apresentar.
Ao ficar cara a cara com os três responsáveis do RH da loja um deles olha de cima a baixo e pergunta com indiferença e cansaço, pois não havia ainda encontrado o que eles queriam … se ele estava ali pelo mesmo motivo dos outros ou havia errado de endereço… E Wilvison, o nosso Mandacaru, responde o motivo de estar ali, e sentia ser ele o candidato ideal. E para provar que ele tinha talento e sabia do que estava falando, ele pede alguns minutos… os funcionários trocam olhares espantados e já imaginando:
– Para completar o dia surge um louco!
Mandacaru, esconde-se atrás de um móvel, retira a roupa que usava e fica com uma roupa vermelha super leve, do saco retira uma rede e prende-a na parede e demonstra como a loja chamaria a atenção se colocasse um papai noel numa rede, água de coco e ambientasse o espaço com a cara de uma praia baiana… E questiona:
_Qual o cliente que não ficaria satisfeito em entrar numa loja e sentir o clima alto astral baiano e ser recebido com uma água de coco?
– Para completar o dia surge um louco!
Mandacaru, esconde-se atrás de um móvel, retira a roupa que usava e fica com uma roupa vermelha super leve, do saco retira uma rede e prende-a na parede e demonstra como a loja chamaria a atenção se colocasse um papai noel numa rede, água de coco e ambientasse o espaço com a cara de uma praia baiana… E questiona:
_Qual o cliente que não ficaria satisfeito em entrar numa loja e sentir o clima alto astral baiano e ser recebido com uma água de coco?
Mandacaru além de ganhar a vaga conseguiu uma grana extra pelas ideias brilhantes que bombaram a ornamentação daquele shopping…Isso sem falar que uma empresa de turismo na Bahia, parabenizou-lhe com uma bela recompensa pela promoção do estado. Foi isso, o que seria algo para uma loja, tornou-se a decoração principal de uma rede de Shopping Center.
Ao ser questionado o porquê de levar as praias da Bahia para o Shopping em um outro estado, já com a mala pronta para a tão sonhada férias com a família, responde:
_ Tem local mais lindo?!
E o professor corre para as suas merecidas férias… na Bahia, é claro.
Ao ser questionado o porquê de levar as praias da Bahia para o Shopping em um outro estado, já com a mala pronta para a tão sonhada férias com a família, responde:
_ Tem local mais lindo?!
E o professor corre para as suas merecidas férias… na Bahia, é claro.
_ Feliz 2015, pessoal! Fui!
E. Amorim
Ps: imagens apenas ilustrativas, disponíveis nos sites em destaques. Produção de 2013...
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