O tempo é o tranquilizante eficaz para
o controle das emoções. Porque
com o tempo vem a experiência, a cautela e o domínio da impulsividade. Só o tempo nos dar maturidade para sair de certas situações embaraçosas e vivermos intensamente o momento presente, fazendo as travessias nas pontes construídas. Como assim?
Respire bem fundo, deixe os batimentos cardíacos normalizarem. Pronto! Só depois responder as provocações diárias com sabedoria. Isso se valer a pena
alguma resposta. Porque se a pessoa que gerou o mal-estar é insignificante, deixe-a esperando a resposta. Um dia ela crescerá
também, e irá se envergonhar das agressividades gratuitas dirigidas a quem nunca lhe fez mal algum.
Já houve um tempo que tinha a
resposta para tudo. E o que ganhei dando respostas prontas a pessoas que não estavam dispostas a
ouvi-las? Nada de bom. Com o tempo a gente aprende a não se martirizar quando só notam defeitos. Não adianta
querer ensinar algo para quem acha que aprendeu tudo, nem tentar justificar-se
diante de pessoas que já assinaram o veredito a seu respeito. Então, entregue-se ao tempo.
Ele cura cicatrizes mas poderá abrir novas, mas com a maturidade você se sairá bem. Agora, não vale agir como uma criança sapeca, depositar o seu
pacotinho de lixo na porta do vizinho.
Aprenda a lidar com os medos e fracassos, as angústias, ansiedades e depressões...
Conheci virtualmente um leitor/escritor que a cada texto lido deixava um recadinho agressivo para o autor, referindo-se de forma depreciativa, preconceituosa. E fui
acompanhando a busca dele desenfreada
pelos meus textos, apenas para
agredir-me gratuitamente. Um dia, cansada dos rótulos a minha pessoa, agir como ele ou como uma criança
perversa, fiz um texto/recado, falando
sobre "ser inconveniente"... Esse texto ele me parabenizou, classificou-o como melhor de todos. Confesso,
arrependi da pequena travessura, pois depois dos elogios, ele desapareceu, sem antes, claro, fazer um texto diretamente para mim. Talvez, se eu tivesse dado o tempo que ele
precisava para reconhecer que estava
viciado em ler textos ruins, pobres, vazios e outros adjetivos deixados na página, eu
teria ainda hoje um leitor assíduo, mesmo para criticar-me, e daí? A literatura online é para que os prováveis leitores critiquem, elogiem, compartilhem ou ignorem. Só é preciso entender que a crítica precisa ser para o texto e não para o autor.
Um amigo me disse que a vida ensina
que para crescer é preciso aliar-se a pessoas mais inteligentes... Sim, mas se por acaso os inteligentes não quiserem alianças, nós, pobres errantes, crescemos do mesmo jeito, demora um pouquinho, porém, com o tempo apendemos também a ouvir a doce voz do silêncio e desmontamos a literatura.
Eamorim