De repente, uma visita de um ex-aluno. Viajei. Como ele estava concluindo a graduação, provavelmente voltou para ajudar a velha professora sonhadora.. . motivo de várias discussões no passado. Parabenizo-lhe por ter escolhido o local que conhecia e amava, apesar de propagar o contrário. E surpreendi com a resposta:
_ Professora, a senhora acha que iria para outro canto? Aqui... aqui véi, ninguém ensina nada, c*! Quem aprende aqui?!
Fiquei em choque. Lendo a fala da empregada discordo da reprodução. Ela falava o que a sua patroa queria ouvir para não ser incomodada. Mas alguém letrado repetir o senso comum... Apontei para os cartazes nas paredes, frutos de oficinas, pesquisas e muitas leituras em diferentes áreas. Ainda chamei a atenção para duas matérias nos jornais on line do MEC e da SEC/BA -2014 que destacaram as práticas de leituras desenvolvidas na referida escola. São anos de lapidação. E de repente...
É tão fácil apagar. É só passar uma borracha e fingir que não existe. Difícil é reconhecer méritos de profissionais que carregam bandeiras. O apagão do meu “ex” me deixou no chão... O chão foi providencial, mas custava deixar o tapete? Dei esse presente para a literatura em homenagem aos meus colegas professores. Restou-me questionar: como você conseguiu aprovação em duas universidades públicas ao sair daqui sem aprender nada? Jovem, quem foi teu mestre?! Silêncio. Sorriso.
Lamentável, tornei-me invisível, véi ! De repente descobri que nunca aprendi essa língua, também ela é difícil para c*! Antes que ele volte à escola para repetir que “não somos ninguém... ”, roubo a cena e digo:
_ Ei, moço letrado! O professor é alguém , sim ! E o padeiro também! E somos nós que em diferentes espaços fornecemos o alimento que chega até você!
Elisabeth Amorim/2014
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