Antes de encerrar o ano de 2014, nada mais justo explicar exatamente o porquê desse blog e os demais nos quais contribuo com essa
tal de LITERATURA DESMONTADA.
Antes, abro parênteses para mostrar o meu local de fala, não para convencer ou
atrair, apenas para justificar a presença. Bem, sou formada em Pedagogia e
Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia(UNEB). Além das duas formações, fiz especialização, também em dose dupla, a primeira em Pesquisa em
Educação, Estudos Culturais e Filosofia, e a segunda em Sociedade, Cultura e
Linguagens. Vale lembrar que sou professora de Literatura Brasileira em escola
pública. Como professora muito me inquietou a forma de atuação e circulação de textos literários. E como não
“espero acontecer”, investir parte da
minha vida para modificar o trato com a
literatura. Como?
Fazer da literatura um registro de vida, torná-la
tão comum o acesso e leitura a ponto dela ser lida, vista, associada em
anúncio, bilhete, carta, cartum, fotografia, música, paródia,
grafite, historia em quadrinhos, tira, receita... enfim, deixá-la fazer parte
da historia e formação do leitor. E
desde então, iniciei essa árdua caminhada. A cada romance proposto para leitura,
várias opções eram dadas para ampliar o
número de acesso ao texto literário.
Hoje, após anos na educação, posso dizer que tenho um pequeno
tesouro. Pois são várias obras
literárias em diferentes gêneros, frutos de anos de atuação com a literatura
desmontada e muitos textos de minha
autoria também. Quando lia algo nada ou bem atraente, o desejo de desmontar aquele tema de uma
outra forma prevalecia e fui criando historias. Claro, no início eu não tinha a informação que
tenho, mas já sabia que não queira ensinar literatura como me ensinaram. E
dizia: -“Vamos fazer com o texto algo diferente.” Estava proporcionando em sala
de aula um desmonte literário. Como fica a literatura com essa prática
metodológica?
Uma literatura ampliada, inovadora, dinâmica, criativa,
comum e sem perder nenhum vínculo com o texto de origem, muitas vezes rejeitado
por estudantes pela distância de linguagens entre leitores e autores, culturas e afinidades. A
literatura desmontada além de aproximar do leitor, proporciona uma nova cara ao texto lido, sem plagiar nem copiar o tradicional resumo da
obra. Já que o “resumo” está na charge criada, no grafite das paredes, na tira ou simplesmente numa
carta que surgiu de uma poesia, um romance, um conto... Posso dizer que jamais trilhei esse caminho
sozinha, sempre contei com o respeito e
críticas de uns e outros. Mas ambos de
diferentes formas ajudaram a construir essa prática de leitura e escrita, hoje
amplamente divulgada. Afinal, através desses estudos defendi sob o viés da
semiótica de Roland Barthes e Invenção do Cotidiano de Michel de Certeau uma
dissertação de Mestrado em Crítica Cultural, em junho/2014 cujo título: “Literatura
Desmontada em Educação Básica: modos de criar, modos de combater e anular
dispositivos de poder” pela UNEB. É isso, também sou Mestra em Crítica Cultural. A literatura desmontada, criativa proposta
por mim, saiu dos muros de uma escola
pública e ganhou novas escolas do mundo.
O que começou ampliando o texto lido ganhou outras
proporções. E o resultado temos vários jovens escrevendo contos, poesias,
romances, crônicas, dramas... e o
melhor, divulgando em sites, publicando livros e/ou autorizando-me através de e-mail sua
divulgação, isso quando atingem a maioridade.
E quando digo que a literatura desmontada vai aos
poucos ganhando os espaços é porque tivemos
apoios. Desde escolas ao levarem nossos textos para sala de aula ao precioso abraço da I Igreja Batista em
Iaçu(PIBI). Lá desenvolvemos oficinas
literárias com ajuda de voluntários entre os meses de junho a outubro, três
meses que antecedem a VIAGEM LITERÁRIA DA PIBI. Incrível! A nossa literatura
desmontada chegou numa igreja evangélica, um espaço visto como tradicional, fechado,
mas que abriu as portas para a
divulgação da cultura e literatura brasileira, baiana, regional, local...
E esse ano que está findando, passamos também a desmontar( ampliar) textos
bíblicos aproximando-os dos pequenos leitores. E o resultado?
É arte que
Deus nos deu se manifestando de diferentes formas. Na dança, na música e na
literatura... pinceladas do que fizemos nas oficinas de produção literária.
Como a nossa meta é divulgar a literatura que produzimos, tivemos esse ano de 2014 muitos textos literários circulando em rede. Sem falar que o tema da II Viagem Literária da
PIBI foi “A Bíblia Desmontada: canto, poesia, prosa e outros causos”. E é com uma honra indescritível que apresento
um dos vários vídeos desse nosso trabalho Nele você percebe o quanto a
literatura está chegando em diferentes públicos: infantil, jovem, adulto e
idoso. Todos produzindo textos literários e socializando nos encontros.
Enfim, eis um pouco desse nosso trabalho que
precisa simplesmente de seu apoio moral, nada mais. Como? Divulgando,
acessando, sugerindo, compartilhando nas redes sociais, traduzindo, criticando... E se não
quiser gritar, fale baixinho: desmontar a literatura é antes de tudo,
abraçá-la.
* Uma das oficinas literárias que realizamos na Primeira Igreja Batista em Iaçu(PIBI). Dessas oficinas produzimos literatura, incentivamos a formação de leitor / escritor, divulgamos artistas da cidade, conhecemos novos artistas e ainda promovemos a cultura/ literatura local através do Evento VIAGEM LITERÁRIA que acontece anualmente na referida instituição.
O que é mesmo tabernáculo? Como ele surgiu? Bem, tabernáculo
é uma espécie de tenda, barraca, cabana móvel que por
muitos e muitos anos os povos israelitas, também conhecidos como judeus/
hebreus usavam como local de oração, espécie de Santuário Divino. Trazendo a
informação para os nossos dias, tabernáculo é uma Igreja DESMONTÁVEL. E quando
o assunto é “desmonte” muito nos interessa, porque para nós que trabalhamos a
literatura desmontada, o “desmontar” é visto como ampliar, multiplicar... E o
tabernáculo surgiu justamente na trajetória de Moisés com os judeus para
livrá-los da escravidão. Assim, onde os
judeus seguiam o tabernáculo acompanhava.
E a Primeira Igreja Batista em Iaçu, sob liderança
do pastor Marivaldo da Silva, realizou a Ceia de Natal usando a representação
de um tabernáculo. Desde as roupas da época aoritual, como a Bacia, para o lava pés. Assim, a pequena cidade do interior da Bahia, ganhou
mais esse presente cultural. Mais um porque é essa mesma instituição religiosa
que promove anualmente, sem fins
lucrativos, uma Viagem Literária para incentivar a literatura da cidade,
formação de leitores e divulgação de artistas locais.
A noite de
Natal no Tabernáculo Batista foi muito linda. Com apresentações das Adoradoras
por Excelência, Coral infantil, Coral Juvenil e peça sobre o nascimento de
Jesus, Grupo de Louvor, Grupo Shekinah, Voz e violão entre outros. E com
certeza, Deus se fez presente em todos os momentos, pois tudo foi feito para
adorá-lo e honrá-lo.E graças a Ele,
muitas famílias buscaram passar essa noite especial agradecendo o quão
maravilhoso é Deus em suas vidas.
Noite de Réveillon na capital baiana, clima
a mil. No ar aquele CHEIRO DE AMOR... Com certeza tinha um dedinho de
BEIJO. E com muitos beijos, na última noite do ano teria TIMBALADA até o
amanhecer. Era o que sonhava PITTY no alto do Elevador Lacerda...
_Não
poderia ser de outra forma, tratei de buscar a minha ASA DE ÁGUIA e
desci voando para o Mercado Modelo. Usei o meu modelito “Claudinha
Leite”... ou foi “Ivete Sangalo”? Sei lá quem lançou primeiro... só sei
que no caminho ainda me confundiram com EVA. A minha roupa virou
BABADO NOVO nas redes sociais. Descobri que muitos internautas gostam de
algo que GERA SAMBA, fazer o quê? Fiquei PINEL, no fundo estava
curtindo a minha BANDAMEL, esse lado era a minha BANDA DO BEM. Mas eu
tinha que chegar ao Mercado Modelo, talvez o ADÃO-NEGRO estaria me
esperando. Chego ao meu destino. Olho de um lado para outro a
procura da minha COMPANHIA DE PAGODE, não conseguia encontrá-la. Vi
PSIRICO,RAPAZOLLA, ESTAKAZERO... Num dos palcos começou o show com ARA
KETU. Bem, sozinha naquele local não ficaria, decidi escolher outro
parceiro. Ah, achei uma COMPANHIA CLIC. Depois de algumas danças, deu
fome. Saímos em busca de alimento. Em todos os cantos do Mercado Modelo só tinha vendedores de ACARAJÉ COMCAMARÃO. Falei com o meu parceiro: _ Essa comida É O TCHAM da Bahia. Ele me respondeu com a boca suja de vatapá: _ Está na promoção de OITO7NOVE4.
Juro que não entendia como funcionava, mas só sei que comi bastante e
só paguei com uma dança no ritmo do AXÉ BLOND. Apesar de uma pequena
confusão ter se formado, pois me pediram que curtisse CAMISA DE VÊNUS.
Irritei-me, pois achei que estavam me ofendendo por causa da minha
roupa. Ao descobri que era mais uma banda da Bahia, fiquei sem graça. Naquele
momento quem aparece? O meu PARANGOLÉ totalmente bêbado. Irritou-se
por me encontrar naquela situação. Pegou-me fortemente pelo braço,
colocou-me numa CANGAIA DE JEGUE, como ele era um tremendo CASCADURA
ficamos na praia a noite inteira. Ouvi as lamentações de um ano que se
foi. E quando disse que já estava com fome, depois daquela promessa
fracassada de JAMMIL E UMA NOITES ... O cara-de-pau me responde: _ Agora?! No meu bolso só restou um CHICLETE COM BANANA! Aborrecida
porque perdi todo o show do Mercado Modelo...e ainda usei meu
vestidinho em vão. Revido mais por REFLEKSU’S ou por rebeldia mesmo: _SUA MÃE se tivesse nesta TERRA SAMBA adoraria esse lanche... _ HARMONIA DO SAMBA, Meu amor! Diz ele me agarrando. E
como a embriaguez havia passado, o Mercado Modelo seria testemunha
daquela nossa paixão voraz se não fosse aquele grito histérico das fãs: _ TUBARÃO! TUBARÃO! Acordo
assustada, olho de um lado para outro... vejo meu jeans surrado com a
camiseta branca amarrotada com a frase “Feliz 2015!”, várias garrafas
vazias no canto do elevador, algumas flores pisoteadas... Procuro os
fogos de artifícios, tudo apagado... ouço ao longe o som dos amigos que
vieram lá de Iaçu, o JOTA KAJAÍBA e BRUNO LIMA. Percebo que o ano velho
se foi...exagerei na dose TRIBAHIA que sai do peito com o desejo de
LEVANÓIZ... _ Felicidade! Saúde! Paz!
Elisabeth Amorim/2014
Ps:
Amigos e amigas agradeço a todos e todas pelo carinho, respeito e
acolhida. Aqui está um “conto in mensagem” fruto da literatura
desmontada que propago. Os nomes em destaques são Bandas de Músicas do
Estado da Bahia, pinceladas da nossa cultura. Voltarei em 2015, se Deus permitir.
E se por acaso pintar a saudade, visite-me no "Recanto das Letras" ou blog “toque poético:
semeando a literatura das margens” ou vejam outros textos em rede... E
se a saudade não passar... É amor!
Parabéns, você foi conquistado(a)! Felicidade! Saúde! Paz!
Depois que Papai Noel Beiramar deixou o seu posto para dá um mergulho, tornou-se o mais famoso dos papais noéis. A fama de Papai Noel Beiramar atravessou fronteiras e cada dia o shopping em que ele estava trabalhando a fila à espera da tão sonhada foto ia aumentando.
A criançada então fazia a festa. Até que o inesperado aconteceu. As crianças cada vez mais iam perdendo o espaço invadido pelos adultos, e o colo do bom velhinho era o mais disputado. Impacientes, as crianças não conseguiam ficar na fila, mesmo porque os adultos aproveitando-se do tamanho, furavam a fila e iam parar advinha onde? No colo do Papai Noel Beiramar.
Marquito, um garoto muito simpático, resolveu ter uma conversa séria ao pé do ouvido com Papai Noel Beiramar. E o garotinho muito desinibido falou:
_ Papai Noel Beiramar, nós gostamos muito do senhor e estou falando em nome da minha galerinha, mas queremos o papai noel para os nossos sonhos!
Papai Noel Beiramar sorriu e disse:
_ O que você e sua galerinha querem de mim?
_ Queremos o nosso colo de volta!
Foi uma gargalhada só. Mesmo porque o Marquito estava acompanhado realmente de várias crianças. A garotada que fantasiou o ano inteiro ganhar um colo de Papai Noel, quando chegava o momento de realizar o sonho… Tinha sempre um titio, titia ou vovô ocupando o posto. Papai Noel Beiramar, ainda sorrindo respondeu:
_ Ok. Vocês querem o colo de volta?! Agora criançada me responda: _ É justo deixar esse vovô sem sonho também? E aquele jovem que também sonhou como vocês em tirar uma foto comigo? Por que vocês não querem me dividir com ninguém? Eu abraço a todos e vocês também devem aprender comigo…
Marquito olhou para a fila, e viu uma linda jovem cadeirante esperando o tão sonhado momento de encontrar-se com Papai Noel Beiramar, viu idosos, adultos e muitos jovens. Realmente, não tinha como negar o colo para aquelas pessoas que vieram de tão longe. E o Papai Noel Beiramar não cedia apenas o colo, mas passava para aquelas pessoas um carinho fraterno juntamente com uma paz naquele sorriso.
As crianças aprenderam com os adultos e logo cortaram fila e rodearam o bom velhinho exigindo a atenção também. Tanta gente querendo a foto e colo uma pequena confusão se formou e quem botou ordem no local foi Clara. Uma garotinha linda que já havia machucado o braço na escola:
_ Pessoal, eu quero colo de Papai Noel Beiramar e não quero machucar meu outro braço!
Claro, abriu-se espaço, e a linda menina realizou o seu sonho. E depois daí, era uma sessão de fotos com adultos e outra com crianças… Até o final do dia.
Quando ele pensa que havia terminado, surgem três jovens brincalhões dizendo que o sonho deles eram que o Papai Noel Beiramar posasse a última foto do dia com o Duque no colo … E Papai Noel Beiramar já cansado de tantas fotos, pega o seu cãozinho chamado Duque que estava embaixo do sofá e diz:
_ Agora pode bater a foto!
E. Amorim/2013
Ps: imagens do Shopping Beiramar/2013, retiradas do site do mesmo.
Mandacaru era o apelido que Wilvison Timóteo ganhou dos amigos. Brincalhão e sortudo não se incomodava com o apelido originado após narrar a sua saudade da sua cidade natal no interior da Bahia, onde a lembrança mais forte da infância era a quantidade de mandacarus no roçado da família. A sua trajetória de contador de histórias fantásticas protagonizando-as, renderam várias brincadeiras. O que os colegas não sabiam era que os fatos narrados eram realmente fantásticos, mas reais, pois com ele as coisas mais inusitadas aconteciam. Magro, jovem, baixo, competente, falante, professor de escola pública em Belo Horizonte, mas apaixonado pela Bahia, desde que saíra na adolescência nunca mais retornara. Qual era mesmo o defeito de Mandacaru? Trabalhar demais. Todo ano pensava em sair de férias com a esposa e os três filhos, mas as despesas cresciam e o passeio até uma praia era adiado. Com os colegas, viu nas festas de final de ano uma chance de ganhar um dinheiro extra, uma vez que o período letivo havia encerrado. E numa dessas rodas de conversa é informado que havia uma loja de um grande shopping da capital mineira precisando de um Papai Noel com urgência. Para quem trabalhou muito naquele ano letivo, corrigindo prova, planejando aula e fazendo relatório de desempenho escolar de cada aluno, essa vaga seria uma espécie de diversão para ele. Essa informação provocou muitas risadas nos demais, porque Mandacaru não teria nenhuma chance de ser aceito pela loja, pois magrinho, jovem, com o físico oposto da figura representada nas lojas. E pensando nisso, Mandacaru responde: _ Eu? Teria então que engordar rapidinho, ser espichado… Sem chances, colega. E o seu amigo que sugeriu aproveitou-se dessa recusa para lembrá-lo o quanto ele estava perdendo o seu posto de contador de histórias. E fica a provocá-lo se Mandacaru fosse um mandacaru de verdade daria um jeitinho de conseguir a vaga e não dá chance a outro. E novos risos. Que culpa Wilvison tinha de encontrar uma moeda de ouro dentro de um peixe? De ter escorregando numa casca de banana e cair de cara numa carteira velha que ninguém deu importância, mas ao abri-la encontrar uma boa quantia em cheque e receber uma recompensa ao devolvê-la seu legítimo dono? Essas são as pequeninas coisas que aconteceram com ele, mas davam-lhe um ar surreal nas suas narrativas. E de imediato Mandacaru pensou que poderia sim, tentar. O máximo que ouviria seria um “não”. Mas quem sabe poderia também ouvir um “sim”? Tratou de pegar o endereço com o colega e chegando em casa foi logo acessando o site da loja para vê quais os pré-requisitos. E para sua surpresa, a loja queria um candidato diferente, pois estava planejando uma ornamentação temática, e venceria o candidato mais original. Detalhe, eles não haviam decidido o tema, por isso estavam apostando na criatividade dos candidatos para levar adiante o projeto. A informação deixou Mandacaru radiante, a sugestão surgiu de uma brincadeira entre os colegas, agora estava totalmente madura em sua mente. E já pensava mil formas de se apresentar para a entrevista que já seria em dois dias. Se cadastra e ao falar com os colegas que estava também inscrito foi riso que não acabava mais. Chega o dia, eram uns cinquenta homens com idade já avançada, obesos, já trajados de Papai Noel, mas por mais que eles diferenciavam nos adereços, um com carrinho de supermercado , outro com uma cestinha de chocolate, outro com uma enxada na mão, outro com uma cesta de flores, até um com uma bicicleta acompanhado de um cachorrinho apareceu por lá. E cada qual com a mesma cara só mudavam o saco. Talvez cansados de tantos olhos em direção ao saco de Papai Noel. Mandacaru já tinha toda uma ornamentação da loja na mente. Ninguém deu importância aquele homem magrelo que chegara por último com um saco de Papai Noel nas costas. Enquanto os demais dispensaram o saco, ele fez o contrário, do bom velhinho só levou o saco. E ficou por último a se apresentar.
Ao ficar cara a cara com os três responsáveis do RH da loja um deles olha de cima a baixo e pergunta com indiferença e cansaço, pois não havia ainda encontrado o que eles queriam … se ele estava ali pelo mesmo motivo dos outros ou havia errado de endereço… E Wilvison, o nosso Mandacaru, responde o motivo de estar ali, e sentia ser ele o candidato ideal. E para provar que ele tinha talento e sabia do que estava falando, ele pede alguns minutos… os funcionários trocam olhares espantados e já imaginando: – Para completar o dia surge um louco! Mandacaru, esconde-se atrás de um móvel, retira a roupa que usava e fica com uma roupa vermelha super leve, do saco retira uma rede e prende-a na parede e demonstra como a loja chamaria a atenção se colocasse um papai noel numa rede, água de coco e ambientasse o espaço com a cara de uma praia baiana… E questiona: _Qual o cliente que não ficaria satisfeito em entrar numa loja e sentir o clima alto astral baiano e ser recebido com uma água de coco?
Mandacaru além de ganhar a vaga conseguiu uma grana extra pelas ideias brilhantes que bombaram a ornamentação daquele shopping…Isso sem falar que uma empresa de turismo na Bahia, parabenizou-lhe com uma bela recompensa pela promoção do estado. Foi isso, o que seria algo para uma loja, tornou-se a decoração principal de uma rede de Shopping Center. Ao ser questionado o porquê de levar as praias da Bahia para o Shopping em um outro estado, já com a mala pronta para a tão sonhada férias com a família, responde: _ Tem local mais lindo?! E o professor corre para as suas merecidas férias… na Bahia, é claro.
_ Feliz 2015, pessoal! Fui!
E. Amorim
Ps: imagens apenas ilustrativas, disponíveis nos sites em destaques. Produção de 2013...
Todo ano era a mesma coisa. O Shopping Sem Nome
convida sempre a mesma pessoa para representar oPapai Noel. Outras pessoas queriam
participar, mas não adiantavam. Sempre o bom velhinho era um senhor gordo,
cabelos brancos, barba longa, roupa vermelha...
Um dia um senhor magrinho que não tinha o mesmo
biótipo resolveu concorrer, na entrevista foi tão convincente que acabou
ganhando o emprego. Só que ele não esperava o que viria a seguir. Pois o Papai
Noel de todos os anos, parece político, ganha uma eleição não quer sair mais,
resolveu aprontar com vencedor. E pensava no que tiraria aquele baiano da
jogada... Ah, esqueci de falar, o vencedor era baiano.
_ Tem um baiano em meu caminho!
Essa era a fala do candidato derrotado. E como todo
bom baiano gosta da comida local, ele conseguira convencer aos patrocinadores da festa da ornamentação do shopping
servirem vários acarajés, para homenagear o vencedor trazendo a comida típica
do seu estado. Claro, toda comida em excesso gera indigestão.
E o coitado do novo Papai Noel, lá no alto da fama,
sendo filmado, fotografado...Se contorcendo
de dor de barriga. Devido o efeito do exagero da comida apimentada baiana, ficou
azul, roxo, preto, branco... E sem poder sair do lugar, pois estava sendo coroado o Papai Noel do
Shopping Sem Nome.
Como tudo estava sem graça, pois as crianças
procuravam o mesmo tipo de papai noel e aquele era diferente... Papai Noel não
resistiu mais. Não deu tempo correr até
o banheiro do shopping. Abaixou as calças ali mesmo.
E foi tanto riso e tanta festa com aquele
espetáculo que desde aquele episódio, o Shopping Sem Nome, tornou-se o Shoppingdo Papai Noel Cagão. Só que ninguém aprovou ir para a praça de alimentação de um shopping
e ter que encarar aquele espetáculo grotesco.
Ao ser despedido, Papai Noel zangado disse:
_Fiz besteira... Mas atrair a atenção e mudei a historia
desse shopping que nem nome tinha...
E não é que ele tinha razão? A foto dele correu o
mundo, transformou-se em boneco e ficou rico com os direitos autorais.
Chegando à Bahia... desmontei e CONTO.
Elisabeth Amorim
imagens da WEB. (1. www.lobotomia.com.br / 2. festa de final de ano Rio de Janeiro/Br)