domingo, 14 de maio de 2017

Desmontagem do conto "Pixaim" de Cristiane Sobral

                               
Desmontar um texto é multiplicá-lo, fazer com que ele passe por diferentes mutações, passando de uma série para outra sem perder o vínculo com o texto de origem nem com a literatura.  Apropriando da força de poder da literatura a semiosis defendida por Roland Barthes, a professora de literatura Elisabeth Amorim se apropria da teoria e a pratica em sala de aula na disciplina linguagens, códigos e suas tecnologias e o resultado é sempre surpreendente.
Dessa vez foi utilizado o conto “Pixaim” de Cristiane Sobral com os estudantes de 3ª. série do Ensino Médio ( AM e BM) e o primeiro passo foi a leitura e discussão, após essa etapa as desmontagens aconteceram. Em equipe os estudantes receberam as propostas para que escolhessem recontar o texto através de carta, bilhete, cartaz, cartum, música, poesia, encenação, resumo crítico ...  E os resultados estão aqui, exclusividade do nosso Toque Poético :
 

Produção 1:  “Arrependimento de mãe ( Soneto)

Filha,  hoje me arrependo
Por todo mal que te fiz
Só agora entendo
Que os alisantes não te faziam feliz.

Hoje vivo chorando
Pois percebo a sua dor,
Como te deixei infeliz!
Negando a sua cor.

Não era para ser assim
Desculpe-me pelo que fiz
Com o precioso pixaim.

Te  amo  do jeito que és
Com o pixaim ou não
Você mora no meu coração.
Equipe mãe”
==================================
Produção 2: Charge
    

____________________________________________________________
Produção 3: Bilhete
“Pixaim,
Me desculpe, fui muito injusta em dizer que você tinha alisar o seu cabelo. Pois você  tem todo o direito de fazer o que quiser com ele. Porque o seu cabelo não define o que você é.
Um abraço
Vizinha.”
(Equipe Vizinha)      ________________________________________
Produção 4:  Carta
Colégio Estadual Lauro Farani, maio, 2017
“Olá mamãe,
Estou escrevendo esta carta para lhe contar como realmente foi minha infância. Não ser aceita por conta das minhas diferenças e não estar dentro do padrão que a  sociedade exigia e achava correta fez-me sofrer calada todos os dias, durante um longo período. Me fantasiar de branca e caprichar nos enfeites que não combinavam com a minha aparência, negava as minhas origens, e despertava dúvidas sobre mim.
Mas com o decorrer do tempo, eu pude adquirir uma visão totalmente diferente e acabei percebendo que aquilo não era realidade, na verdade não era minha realidade.
Muito tempo se passou e hoje me tornei uma mulher madura, com outra concepção e personalidade própria.  Mesmo com tanto transtorno, eu não te culpo de absolutamente nada, apenas te agradeço por me tornar tudo o que sou e por me fazer redescobrir a grande pessoa que sempre existiu aqui dentro.
Beijos da sua Pixaim”
(Equipe Pixaim)

Produção 5:  Pixaim  (música)

Quando na minha infância
Eu sofria demais
Buscava por mudanças
Pra poder viver em paz.

Eu era a “Pixaim”
Cabelo duro demais
Uma menina excluída
Pelos padrões sociais.

O tempo foi passando
Mamãe tentou me mudar
Pegou o meu cabelo
E começou alisar.

Refrão ( 2X)
Mas hoje estou aqui
Pra te provar
Que eu não preciso alisar
Nem preciso mudar
Pra você me aceitar

Eu aceito quem sou, ninguém me mudou
Por minhas raízes eu vou lutar
A minha identidade é a minha cor
A luta seguirá.

Refrão 2X
            Mas hoje estou aqui...
                                                   Toque Poético

                    Pagina disponível no www.toquepoetico.wordpress.com 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim