E naquela reunião de macacos, cada
qual fazendo mais macacadas sem graça, surge Tinoco. Um macaco muito mais
esperto que os outros, aprendeu cedo as
quatro operações matemáticas, mas as favoritas eram adição e multiplicação em
benefício próprio. Para ele que sempre levava vantagem sobre os outros, não era
roubo, mas uma apropriação de bens alheios.
Os demais macacos fingiam não
perceber as formas ilícitas usadas por Macaco Tinoco para se beneficiar. E de
repente no reino da macacada todos viviam articulando
para uns derrubarem outros. Macaco Tinoco tornou-se articulador nato, se delatassem as
suas irregularidades certamente ele não
cairia do galho sozinho. E o melhor era deixá-lo quietinho, assim continuava
cada macaco no próprio galho.
À distancia um grupo de Macacos do Reino Vizinho observava Macaco Tinoco se apropriar de uma penca de bananas que
pertencia aos Macaquinhos Famintos Sem Reino Algum. Os Macaquinhos Famintos Sem Reino Algum pulavam próximos a árvore que Macaco Tinoco havia subido, aguardando a divisão.
Vez ou outra caia uma casca de banana, até que Macaco Tinoco encheu a barriga, precisava
desfazer de algumas bananas amassadas. Essas ele descartava para a festa dos Macaquinhos Famintos Sem Reino Algum que eram roubados e nem percebiam.
Macaco Tinoco era egoísta, ladrão e feio. E
só se aproximava dos seus irmãos quando pensava em tirar vantagem, e mesmo
assim era visto como o herói do Reino dos Macacos. Um dia Macaco Tinoco foi picado por um mosquito... Em pouco tempo estava ardendo de febre.
Sabia que havia sido contagiado pela febre amarela, seu tempo estava se esgotando... Vê Macaquinhos Famintos Sem Reino Algum pulando de galho e galho, um puxava o rabo do outro para
impedir a subida, mas mesmo assim, não paravam.
Macaco Tinoco sentiu saudade do Reino dos Macacos! Uma
lágrima escorre molhando o rosto.
Quanto tempo não brincava mais com
seus companheiros? Só foi acumular bananas
imaginou-se superior. Queria brincar, gritar, puxar o rabo de quem
estivesse a sua frente, mas não tinha mais forças. Pensa nas várias pencas de
bananas no seu esconderijo secreto, com certeza irão apodrecer. Quem comeria bananas podres? Sabia que estava
sozinho naquele galho, tentava agarrar com mais força, mas o corpo já não
obedecia.
E de repente, um tombo:
-BUM!
Macaco Tinoco caiu do galho, estava
delirando... pois ainda conseguiu balbuciar:
- Meus irmãos...
E os Macacos do Reino Vizinho ao ouvirem
aquele lamento e se aproximarem para ajudá-lo, perceberam que ele estava contaminando. Fugiram todos assustados. Deixaram
lá, na esperança que algum urubu desavisado
fizesse um banquete.
Moral: Quando não há respeito nem ética, não
cobre a solidariedade!
Beth Amorim
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