segunda-feira, 10 de abril de 2017

O gato que queria ser gente


Essa história é diferente,
Não é do sapo que queria ser boi
Nem da zebra curiosa,
Dizem que lá nas bandas do sertão
Onde Maria Bonita perdeu o lampião
Apareceu um gato tão vaidoso
Do espelho não saia da frente
Na esperança de um dia
Quem sabe?
Ali tudo acontecia de repente,
E o bichano poderia virar gente.


Seu nome era “ Teretê”
Gato igual jamais visto
Gostava muito de se aparecer.
Queria encontrar o Aladim
Com a sua lâmpada maravilhosa
E os três pedidos fazer:
Um dia  prefeito sonhava ser.
No outro pensava ser governador,
Afinal, bom seria chegar a senador.
Teretê vivia a sonhar, sonhando...
Se o poder chegasse até ele
Perguntava a bicharada,
O que iria fazer?

Teretê vivia discursando,
Prometendo o que  iria fazer.
Compraria uma fazenda  de vacas leiteiras,
Nenhuma das tetas eu deixaria para você
Mas aumentaria os impostos
Para o meu salário crescer.
Ah, acabaria de vez com todos os ratos inimigos
Que rondam o salão
Um ou outro que escapar
Terá que a mim
Uma propina pagar...
Ou mandarei para prisão.

Era tanta promessa do Teretê
Ninguém aguentava aquele falador
Diziam  para o bichano:
- Você nunca será gente
Mesmo sendo vereador!
Tem um discurso insano.
Tudo de bom para ti
E para os outros  a dor?
Você nasceu bicho,
E assim irá morrer.

Teretê dava miados,
            Não queria enganar ninguém
Ele aprendeu com os homens
Como agir e se dar bem.
Onde estava falhando?
O que falou  de errado?
Na escola que ele estudou
Só  PHd e doutorado...

Teretê era um gatinho
Nada ingênuo,  nem delicado
Quando  falou  a verdade,
Logo foi discriminado.
Aprendeu a mentir,
Roubar e ser safado.
Mas como todo bom ladrão
Arrasava coração  do publico eleitorado.
E muitos votos conquistados. 


Teretê caiu em tentação
De roubar em demasia
E ao expulsar os ratinhos opositores
A  sua casa veio ao chão...
Levaram suas vaquinhas leiteiras
Era ladrão roubando ladrão.
Teretê com Trelelê
Ninguém mais se entendia.
E se serviu de algum consolo
Ele foi parar na prisão
Não  fique triste,  eleitor
 Ele volta na próxima eleição.
E juro, sem nenhuma fantasia.

  Amorim


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