Quantos querem uma escola ideal?
E quantos se perdem na escola real?
Não adianta projetar no outro o que você gostaria que “ele/ ela” fizesse para melhorar a escola que você ajuda a construir. Você de forma negativa ou positiva ajuda na construção da sua escola. Então não espere que o outro faça a sua parte, sabe por quê?
Haverá frustrações. O outro irá falhar, a idealização é sua, não dele(a). Os objetivos são diferentes, assim as estratégias de realizações também.
O sonho é teu, amigo. Pegue-o com carinho, preserve-o, mantendo vivo,
E arregace as mangas para torná-lo possível. Saia do mundo da fantasia, o momento é agora! O dia é hoje! A bola é sua!
O primeiro, segundo e terceiro passos deverão partir de você.
Durante a sua caminhada lenta ou apressada, não se preocupe,
Sempre você encontrará pessoas parceiras, outras vão além...
Oferecem a mão ou o ombro para quando os projetos não saírem exatamente como planejou. Ainda há os que ficam no caminho, como obstáculos dispostos a te fazer parar. Dê meia volta, busque novos caminhos ou seja tão duro quanto eles e siga em frente, mesmo tropeçando adiante. Educação de qualidade exige de cada um a força e a determinação necessárias para prosseguir.
Esses tropeços fazem parte da trajetória educacional. Caímos, levantamos, corremos e às vezes, apenas sentamos à beira do caminho, descanso é necessário para repor as energias e retornar o trajeto. A caminhada não é fácil, quem disse que ensinar é fácil aprendeu muito pouco sobre educação.
Não tente passar a bola para outro, você é o dono da bola!
E o campo é justamente a sua sala de aula. Lá você encontrará jogadores prontinhos para participarem do jogo e outros “pernas-de-pau”... você olha desconfiado na primeira partida e diz:
- Quem escalou essa criatura para o meu time? Não sabe nada... Esse vai perder !
Que sentença! Esquece que o “perna-de-pau” perdendo, o time também perde junto. Jogo tem que haver diálogo, cumplicidade, interação. ..
Ah, lá no campo, à medida que você está avaliando seus jogadores você é também avaliado.
E você já parou para refletir sobre quais os critérios que eles usam para julgar a sua competência? Será que o seu diploma terá um peso maior? Será que não tem um no banco de reserva mais habilidoso que você te observando e dizendo intimamente:
- De onde saiu essa peça de museu? Esse técnico é enrolão, não percebeu que o jogo mudou de regras...
É... a bola pode ser sua, mas ela bate na trave e volta. Geralmente, pegando o técnico, o juiz, o massagista de surpresa.
Quando começamos de fato a refletir sobre as pedagogias lidas, percebemos que sem autonomia não há esperança. E sem a concretização libertária ficaremos presos nas garras da educação bancária. Copiando e esquecendo, para mais tarde voltarmos as novas cópias.
A escola que ajudo a construir precisa ter a minha cara. Não a caricatura, com todo respeito aos artistas, a caricatura tem como marca a deformação do outro ou de si mesmo, geralmente para despertar o riso. A escola poderá ser o local do riso, jamais o objeto do riso, do escárnio. Quero a cara da determinação, da ousadia, da inovação, da pesquisa, da transformação, da coerência e da fortaleza.
A escola que ajudo a construir deixo gravado o meu nome nas ações desenvolvidas para torná-la melhor, sem nenhuma falácia nem demagogia. Como dona da bola, quando entro em campo não é para ganhar, mas para ensinar as regras do jogo, antes de cobrá-las. Vitória é consequência. Passo valores, como respeito ao adversário, determinação e persistência para conquista de dias melhores e muita leitura. E permito que cada um descubra ou crie novas regras e tente doar o seu melhor, porque eu também tento doar o meu melhor. Às vezes consigo, outras vezes as tentativas são frustradas, as dores e as delícias fazem parte da educação, mas não abro mão da solidez e coerência em tudo que faço. Já perdi o jogo várias vezes, sem jamais perder o respeito dos jogadores do meu time, isso é algo consolidado.
Porque uma construção sem uma base sólida, todo vento contrário coloca em risco o que se construiu. Como aquelas casinhas dos Três porquinhos construídas às pressas não resistiram um sopro mais forte e foram ao chão, exceto a que tinha base firme.
É isso, a escola que ajudo construir precisa ter essa base firme. E tenho certeza absoluta de que a sua ajuda é fundamental para sustentação de cada pilar. Não adianta reconstruir castelos na areia, a ventania e a força das ondas não escolhem a quem atingir. Seus castelos devem ser construídos na rocha, com segurança. Igualzinho a educação, se você cair, desanimar e desistir do jogo, o seu time lhe acompanhará derrotado, cabisbaixo e ressentido. E colocar a responsabilidade no outro, é mais fácil, não? Educação não há espaço para lamentações, todo murmurador nada constrói. Perdeu? Não passe a bola adiante, comece hoje mesmo um novo jogo, estude as novas regras. O campo é todo seu, entre para tentar ganhar ou vá para o banco criticar o time vencedor. Para construção de uma educação de qualidade todos ajudam, sabia? A ação de cada um é questão de escolha.
E. Amorim
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