domingo, 31 de julho de 2016

A felicidade mora aqui...(crônica)


Talvez essa crônica possa lhe atingir como uma flecha. Não, não a veja como algo provocativo, afinal nem sei o seu nome, estou escrevendo para mim, mesma.  Aliás tenho certeza de que nunca te conheci,  passei tempo sob  meus  papéis  constantemente sob vigília.  Mas, por que guardamos  tantos papéis?  Provas de estudantes,  rascunhos,  extratos bancários, contracheques... Vão invadindo  classificadores, pastas,  cofres particulares,  gavetas dos armários escolares,  estantes... Ah, percebo que eles trazem a nossa marca, como se fossem  bens preciosos, mas falta algo que os papéis não registram nem captam nas entrelinhas. Sabe o quê?
Felicidade! Se o acúmulo de papeis trouxesse felicidade, os corruptos estariam satisfeitos e regenerados após ficarem milionários.  É... felicidade realmente não alcança a todos, para uns ela se esconde atrás das montanhas de papéis, títulos, obrigações,  ações, sejam elas positivas  ou negativas, desde que gerem bem-estar temporário, com a sensação de dever cumprido. Porém, outros veem a felicidade nas pequeninas coisas, seja num abraço sincero, numa troca de olhares confirmando uma cumplicidade ou no desfrutar de mais um dia de vida em paz consigo mesmo(a). Nada mais acolhedor do que um travesseiro macio sem o peso de uma consciência. Porque consciência tem um peso terrível, sabia?  E como muito bem versifica Augusto dos Anjos, a consciência humana é como um morcego, na escuridão da noite não adianta fechar as portas, janelas, esse morcego invade e ataca  impiedosamente.
Já passei noites em claro para conquistar os “canudos”, bens desejáveis.  Conquistei-os e daí? O morcego constantemente me visitava à distância, não podia me atacar porque tive que escolher entre atender as demandas do trabalho e estudo ou dormir. Após passar por tantas experiências boas e ruins, aprendi a valorizar cada etapa da minha vida.  Cada dia, hora, momento são marcantes quando trabalhamos para isso.  Tantas quedas tornaram insignificantes diante das conquistas pessoais, do prazer em cumprir etapas, realizar sonhos e quebrar  correntes.
A  felicidade  de outros pode está ali, no amontoado de títulos, mas a minha não, ela está aqui... no meu coração satisfeito pelo dever cumprido.  A minha felicidade se manifesta ao raiar do dia quando ouço o canto dos pássaros na minha varanda. A felicidade invade o meu ser através dos raios solares  como  abraço apaixonado, quando adiamos esse abraço, poderemos não  ter a segunda chance. 
Mas nem se preocupe, se a felicidade te encontrar a sua historia é modificada, coisas que você achava que eram essenciais são substituídas por outras mais prazerosas.  Felicidade é como aquela sementinha jogada ao acaso numa terra infértil. O mundo diz não, as estatísticas dizem não, mas se a planta conseguir o menor dos abrigos,  das brechas ela se fará notável  e produzirá bons frutos. 
               
                                                                                        E. Amorim





sábado, 30 de julho de 2016

Robinson Crusoé (resumo*)

                               
                     
Robinson Crusoé ,  criação do inglês  DANIEL DEFOE,  trata-se da história de um jovem aventureiro, filho da classe média, protestante, tinha dois irmãos, sendo que um deles era tenente-coronel mas numa guerra contra os espanhóis  foi morto, enquanto o outro sumiu sem deixar pistas.
Robinson cresceu sem atender aos  apelos da mãe  para “ casar e sossegar”. Viajava muito e numa destas viagens, ele sofreu um naufrágio, escapando da morte por ter conseguido chegar a uma ilha, na verdade a SUA ILHA.
Isolado, sem  saber  como sair dali, Robinson  usa marcas na madeira  para não perder  a noção do tempo. Antes do naufrágio Robinson conseguiu construir um império, inclusive tinha comprado fazendas no Brasil. Sabia que dali em diante, ele teria que lutar sozinho e sem riquezas para a sua própria sobrevivência.
Anos morando na ilha, até perceber presença estranhas de canibais na sua ilha.  Entre muitas batalhas enfrentadas, Robinson conquista o mais fiel dos amigos, Sexta-Feira, isso porque  usou da sua inteligência  e salvou um selvagem da morte  pela tribo inimiga.  E assim, Robinson ia conquistando aquele lugar, tornando  cada vez mais influente diante dos moradores que ali viviam.
Após 28 anos na ilha, com ajuda de aliados ele deixa o lugar, antes, porém dar uma chance aos rebeldes amotinados num navio.  Surpreso, encontra uma Inglaterra totalmente  diferente. Da mesma forma os países percorridos como Portugal e Brasil também mudaram.  Até a sua riqueza havia multiplicado de forma  considerável, pois os tutores judiciais administraram bem os negócios durante a sua ausência.
Reencontra com o amigo capitão, alguns sobrinhos, no entanto é para o seu grande amigo que ele deixa  parte de sua fortuna e volta a fazer novas viagens, dessa vez acompanhado de um dos sobrinhos. Seu destino?  Não poderia ser outro. Robinson Crusoé volta para sua ilha,  onde é nomeado governador daquele local,  e assim  passou a investir para tornar  a vida dos moradores mais dignas.
As discussões principais do livro estão em torno de valores, culturas, gratidão, respeito , persistência e  fidelidade. Talvez, por conta desses temas pertinentes o livro faz parte do cânone estrangeiro.  Será que largaríamos o nosso local de conforto para ajudar comunidades carentes?  Será que mudaríamos os nossos hábitos para atender os nossos sonhos?  Robinson Crusoé  era  rico,   poderia viver tranquilamente em qualquer  paraíso e ser tratado como rei, mas decidiu viver e investir na sua ilha.  Onde é a nossa ilha? Em que lugar investimos?
O livro traz mais essa lição de vida. O nosso lugar é onde abraçamos e somos abraçados.  Pode ser uma ilha, pequena extensão de terra cercada de águas por todos os lados, no entanto,  se naquele pedacinho de terra você encontrar um amigo fiel como Sexta-Feira, vale a pena o naufrágio para desbravá-la cada cantinho, pois a certeza da parceria fortalece cada luta. Ou uma escola, onde há o respeito mútuo,  onde a luta não seja entre colegas para medir forças, poder,  mas com os colegas para juntos derrubarem  as ilhas da ignorância, do preconceito, do analfabetismo camuflado. 
 Enfim, o nosso lugar é onde sentimos bem porque plantamos sementes saudáveis,  consequentemente, os frutos bons serão colhidos por nós, seja numa ilha, numa escola, na nossa casa e até na nossa vida. Podemos fazê-la do nosso dia o mais agradável possível ou transformá-lo num pesadelo. Robinson Crusoé decidiu plantar para ter o que colher no futuro, e teve uma ilha habitável a seu favor.

                                        E, Amorim

* amigos, uma pitadinha da literatura universal. 




sexta-feira, 29 de julho de 2016

Quando o amor fala mais alto...


O ódio é dominado,
A mágoa deixa de existir.
A inveja  vai  embora
Quando o amor fala mais alto...
O mundo  inteiro comemora.

A tristeza entra em declínio,
Felicidade é uma constante.
O sorriso se faz presente
Quando o amor fala mais alto...
Alegra o coração da gente.

Tudo parece mais bonito,
A vida, o mundo, o dia.
Ouço o canto da sereia
Quando o amor fala mais alto...
Deito-me contigo na areia.

Quando o amor fala mais alto...
Ah, quando o amor fala...
Mas,
Alto.
Obedeço.


terça-feira, 26 de julho de 2016

O Perfume da Joaninha (Fábula)


Era uma vez uma Joaninha muito inteligente. Ela teve uma grande ideia:  Queria inventar um perfume para espantar os pássaros que almejavam atacá-la como refeição. Como seu corpo era muito chamativo, vermelho com pintas pretas, onde ela se escondia, facilmente era encontrada.
Joaninha estava cansada de ver a sua família  destruída, já havia ficado viúva três vezes. Esperta,  pressentia o perigo e avisava o companheiro que tinha os reflexos mais lentos. Sempre escapava dos bicos dos pássaros que moravam no alto da árvore e viviam fazendo ronda próximo a sua casa.
Conversando com uma velha raposa, que também teve que mostrar as garras quando um urso  veio em sua direção, recebeu a receita para fazer uma porção com algumas folhas e raízes.  Joaninha ficou com medo de ingerir aquele chá, mas a raposa garantiu que eram ervas medicinais.  E ao tomar o chá nenhum animal se aproximaria mais dela, e brincou que nem os urubus a queriam por perto depois do chá...
Joaninha bebeu o chá, quase morreu em seguida.  Enquanto a raposa velha foi visitá-la sorrindo:
_ Bem feito, Dona Joaninha! Quem mandou acreditar em raposa velha!  Essa foi a lição que deixo, raposa é raposa, nunca acredite no que ela diz. E saiu satisfeita com mais uma maldade aplicada.
Não se sabe exatamente como a Joaninha conseguiu escapar daquela situação. Mas  depois que sarou, passou a exalar  um perfume  horrível para os adversários e maravilhoso para ela.  Era ela encostar  numa árvore o  odor invadia  e afugentava os pássaros. Ninguém queria mais se alimentar daquele inseto.   Quando distraída pousava na roupa de um humano, de imediato, aquela roupa teria que ser lavada. Até a raposa correu de Joaninha, achando que estava diante de uma pequena assombração vingativa e mau-cheirosa. 
Dizem que muitas abelhas rainhas de quatro em quatro anos rondam a casa da Joaninha tentando comprar a fórmula, quem sabe assim o perfume da joaninha  espantaria também algumas visitas de zangões indesejáveis... mas a Joaninha sorri e jamais revela  o segredo do seu perfume, intimamente ela agradece a raposa por ser tão má e ter feito a ela tanto bem.

Moral: Para quem é do bem, até o mal sofrido, transforma-se em bem.

                             Elisabeth Amorim


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Política do Trabalho Docente



Não há dúvidas que cada vez mais aumenta a distância entre a  idealização de profissão  e a realidade brasileira. Se em outras profissões há os entraves para encurtar essa distância, o que falar da educação?  Como o profissional da educação se encontra ou desencontra nesse cenário político quando exige-se dele uma capacitação adequada  para exercer  essa prática docente contextualizada, atentando-se para as especificidades momentâneas e a cultura local? Quais recursos disponíveis  para essa exploração contextual?
Talvez,  se tivéssemos todas as respostas, com certeza venderíamos  como receitas  e ganharíamos dinheiro. No entanto, entendemos enquanto professor, estudante, observador, pesquisador e crítico cultural que o espaço escolar cada vez mais vem se mostrando mais complexo, heterogêneo e  na maioria dos casos observados, nem sempre alunos, professores, gestores falam a mesma língua. Para lidar com as complexidades locais/estruturais o profissional  da educação precisa  ter uma postura aberta e criar mecanismos para  enfrentar os desafios. Você sabe qual é o grande desafio da educação?

  O grande desafio da educação continua sendo a LEITURA. Ter um público leitor ativo e criativo. Como os meus/ nossos alunos lidam com os textos? O que leem? Como? Para quê?  E uma provocação poética: Se eu não sou leitor como incentivo a leitura do texto que desconheço? Não é por acaso que a maioria das escolas não largam o cânone... porque  nem o professor precisa ler, pois a todo canto encontra alguém já leu o livro escrito há 200, 300 anos,   e espalhou as primeiras, segundas, terceiras, quartas ... últimas impressões da leitura.  Leitura é antes de tudo, sedução.  Se não pintar esse sentimento, ela será mecânica, tediosa, cansativa ou mero instrumento de cópia comumente vem sendo feito.
 Tedesco(2005)  diz que a política do trabalho docente tem dois pilares que sustentam: o primeiro é acreditar  no projeto da educação,  e o segundo é investir no  potencial do aluno. Por acreditarmos na educação é que mantemos esse contato direto com o leitor, passamos dicas, metodologias, projetos, socializamos oficinas, sem cobrarmos nada.  Não somos ingênuos a ponto de pensar que a mudança virá de cima para baixo, por isso demos a nossa contribuição para que a mudança ocorra em cada leitor. Pinceladas que são respingadas aqui e acolá.   É frequente transformar a sala de aula num grande laboratório para que de lá os experimentos  literários saiam e possam contagiar outros estudantes para esse mundo mágico das letras. Onde o conto, a crônica, a poesia, o cordel entre outros pedem passagem. Enquanto o segundo pilar, a nossa prática responde se investimos ou não no potencial do nosso aluno. E mais uma que socializamos...


                         
Dessa vez, não penduramos os cordéis num cordão,  devido o tempo chuvoso poderia ter uma durabilidade pequena, mas utilizamos caixas forradas... nelas os nossos poemas, cordéis, sonetos são colocados. Não importa o lado que o aluno olhe,  vire, analise, critique... lá está a produção estudantil.  Ah, mesmo que o estudante resolva chutar as caixas  para bem longe, com certeza elas pararão  num ponto específico, e ali, também ficará visível a produção estudantil do Colégio Estadual Lauro Farani.
Por que a LITERATURA nas caixas? Porque além de colorir o ambiente, ela repassa cultura local. Aquela cultura que está lá no cantinho escondida,  anulada, invisibilizada por todo o sistema sócio-educacional, mas ao sair  da caixa ela ganha novos olhares e sentidos. E as nossas poesias das caixas já ornamentaram stand da “Literatura de Iaçu” , na Feira de Educação do Município,   o Col. Est. Lauro Farani e agora estão dando um colorido especial  ao blog, isso porque acreditamos que o único capaz de mudar a educação é o profissional docente.  É o professor que faz a diferença numa escola! É o professor que arregaça as mangas e entra em campo para jogar juntamente com seus alunos quando sente que eles estão perdendo para o time adversário, que atende pelo nome  "Drogas", " Alienação", "Ignorância"...  É o professor que equilibra e desequilibra essa balança educacional! Porque a mudança mais significativa que há no cenário educacional  é na política do trabalho docente.


                                                       E. Amorim

* leitura complementar do livro Políticas Docentes no Brasil - um estado da arte ( Gatti, Bernadeti; Barreto, Elba Sá; André, Marli.  Brasília: Unesco, 2011.)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Perfume francês*

**

De repente percebo o quanto Pierre estava estranho.  Casmurro, evitava-me olhar nos meus olhos, não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas algo muito grave. Meu namorado, com certeza eu conhecia. Pierre não era assim. Sempre tão atencioso e agora com essa novidade:
_ Tenho algo muito desagradável para te falar, Marianne Francisca.
Sabia que era sério,  Pierre me chamar assim. Não que eu tivesse algo contra o meu nome, amava-o. Mas a nossa relação não era para essas formalidades... Sei que nos conhecemos  pouco mais de seis meses, mesmo com a diferença cultural, entendíamos muito bem, ele falava a minha língua com fluência, mas a língua dele continuava uma incógnita para mim.
  Quando Pierre sussurrava “ Mary” ou “Fran”  o mundo era só nosso. Mas não iria me descontrolar. Fingir inocência e respondo:
_ Fale, meu amor!  Espero que não seja o que estou pensando... Você tem andado meio estranho. Você me conhece há pouco tempo, mas parece que sempre estivemos juntinhos, então a nossa relação é a base do diálogo. Você sabe que me apaixonei...
Ele sorriu amarelo. Suava frio. Mas não dava mais para adiar aquela conversa, iria ser duro, mas a vida era assim.
_Marianne,  voltarei para França!  Surgiu um imprevisto... antecipei a pesquisa. Foi muito bom o nosso caso, mas minha vida é lá. Minha família também está lá. Você é uma moça linda, com certeza irá encontrar um moço que a ame como merece ser amada.  Em pouco tempo você irá me esquecer, poderá se casar, ter filhos... Você é linda, você é linda... Diga algo! Grite! Mas não fique me olhando assim...
Marianne continuava muda, olhos fixos em cada gesto de Pierre, cada vez mais nervoso, não parava de falar:
_ Não fique com raiva de mim. Nunca escondi que só ficaria aqui por um tempo. Nem me peça para ir comigo, ainda estou me estruturando financeiramente, não teria condições de me casar.  Sou bolsista, partiria após os estudos... Vamos, Francisca, diga algo!
_ Como vou viver? Como vou viver?  Deixe um frasco  do seu perfume para mim...Não ficarei sem o perfume francês!
Fiz a coisa certa. Hoje ele está lá, eu cá, sozinha, mas perfumada.


                                      Elisabeth  Amorim

* para meus leitores franceses, não conheço o perfume de vocês, mas sei da fama.

 ** imagem da web

domingo, 17 de julho de 2016

O Universo não conspira... ( mensagem)


Muitas vezes sentimos que aproximamos do fundo do poço, no limite das forças. No entanto, são momentos assim que percebemos o quanto Deus é maravilhoso e justo, pois encontramos uma mão estendida em nossa direção, nunca ficamos sozinhos. Nunca ficamos sozinhos? Nunca ficamos sozinhos quando temos a presença de Deus! Não tem nenhum universo conspirando contra ou a favor de alguém, mas há um Deus sim, que entra em cena quando demos chance para ele entrar e fazer toda a mudança.

Amigos, a bênção de alguém não pode ser roubada. O que Deus prepara para ti, não há homem que destrua, porque o poder de Deus é insuperável ao poder dos homens. Coloque Deus no centro da sua vida, do seu casamento, das suas decisões.  Na verdade estava tentando fazer uma poesia, depois de duas tentativas frustradas, fui guiada para escrever isso, para quem mesmo? Não sei, Deus é quem está me guiando.  Se chegou até você não pense no acaso, mas em bênção. Pensa que a sua dor é grande, que está sozinho... maior  do que todos os seus problemas é aquele capaz de resolvê-lo.
Como percebe a poesia não saiu, mas essa mensagem. Talvez, ela nem seja para você,  talvez quem mais precisa ouvir, ler isso sou eu mesma, Deus é quem sabe.  Quantas vezes a gente fica tentando fazer algo para que o outro reconheça os nossos valores, abrace o nosso projeto e esquecemos  de colocar Deus no centro.  Ele sim, não pode ficar de fora, Ele é o sustentáculo.  Já fiz tantos planos que achava que estavam perfeitos, tantos projetos bem feitos, mas foram derrubados no primeiro sopro contrário.  Planos falidos, porque o sucesso das nossas ações estava na autorização Dele.
E quantas vidas são construídas sem esse sustentáculo?  Quantas famílias são destruídas pela  tentação carnal? Quantos lares desfeitos quando não edificamos a nossa casa ou melhor, quando não deixamos Deus edificar os nossos corações.  Pois há muitos corações partidos, rancorosos, magoados. Temos que limparmos esses resíduos que ficaram nas brechas e seguir adiante, não  ficarmos com os olhos grudados no retrovisor, porque é para frente que devemos olhar, se ficarmos preocupados com o que já passou não teremos nenhuma história para contar no futuro. Pois o nosso futuro depende das edificações do presente. 
Enfim, não há nenhuma conspiração do universo contra você, não foi escrito em nenhuma estrela, o seu nome, sua história precisa ser escrita no livro da vida, numa vida de bênção, numa vida de harmonia, numa vida pautada no respeito, na confiança, no diálogo. Ah, se as coisas não estão bem agora, amanhã poderão melhorar, não porque os seus problemas desaparecerão ao dormir, isso não existem, mas com certeza, quando você descansa no Senhor, há sempre a solução para os problemas. Descansar não é cruzar os braços e jogar o seu fardo na porta do vizinho, amigo... Descansar no Senhor  é confiar. Descansar no Senhor é entregar para que Ele resolva,  dando-lhe sabedoria para que você saiba lidar com os problemas. Os problemas são seus, a vida é sua, a história também.  Faça dela a mais bonita possível, não jogue a toalha, não desista de lutar pelos seus objetivos, alimente os seus sonhos, um dia eles serão contemplados.

  

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Semente no Arco do Triunfo

*

Lanço a flecha potente,
Faceira, baiana, obediente,
Ousada... seguiu  outra direção,
Na ponta carrega uma semente.

No Arco do Triunfo a semente pulou,
Por acaso algum nativo francês a encontrou?
Se por acaso vê-la numa esquina qualquer,
Capture-a, é a minha semente que desmontou.

Pequenina e preciosa.
Vestiu-se de verde e amarelo,
Como pode ser tão teimosa?!

Semente, volte para Iaçu,
Nem francês você aprendeu na escola.
E o seu inglês resume-se no "I love you".
                       E. Amorim
                      




*Arco do Triunfo, ponto turístico em Paris. ( imagem da web)

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Gratidão (mensagem)

          
A gratidão é um dos gestos mais nobres que o humano pode ter. Ser grato é característica de poucos. O mundo é tão competitivo que parece que a cada esquina tem algum obstáculo para impedir a passagem, no entanto,  nunca devemos esquecer das pessoas que se mobilizam para retirá-lo ou até mesmo indicar um outro caminho.
               A vida a cada dia nos apresenta surpresas agradáveis ou desagradáveis, vamos ser gratos com as coisas boas que a vida nos oferece. Tem amigos  enfurecidos com o teu sucesso?  Não fique triste, você é bem melhor que eles. Agradeça pelos amigos que  compartilham contigo as suas vitórias.  Esses sim, valem a pena chamá-los de amigos.  Pois só amigos te abraçam da mesma forma na alegria ou na dor.

               A natureza se desdobra em festa para te agradar. Durante o dia te oferece um Sol brilhante, um céu azul ou  algumas nuvens carregadas... essas nuvens são passageiras, descarregam e voltam ao seu estado normal.  E a noite, a lua e as estrelas, não percebe? Ah, levante a cabeça, olhe para a vida de frente! Enquanto você fica de cabeça baixa com as  birras, seu mau-humor e lamentações, o sol se pôs mais um vez. 
               Seja grato(a) pelas pequeninas conquistas, pois elas poderão atrair  vitórias  maiores. E se as maiores não surgirem, não se importe, vale a pena desfrutar os mínimos detalhes da vida. Viva!
                                                                                                                                   EA 

terça-feira, 5 de julho de 2016

O Sapinho Sortudo (infantil)


Era uma vez um sapinho muito  trabalhador e dedicado.  Tudo que ele fazia prosperava.  Até o que tentavam fazer contra ele, não se concretizava. Entre o bem  e o mal, o primeiro leva  vantagem.  Assim,  Tok-Tok  passou a ser chamado de Sapinho Sortudo, ele não gostava daquele apelido,  mas não adiantou reclamar, o apelido ficou.
Tok-Tok  dizia que a sua “sorte” era fruto da perseverança, da semeadura e dedicação. Mas nenhum sapinho acreditava na força do trabalho, apenas deduzia que o colega era sortudo enquanto os demais sapinhos eram azarados. 
Um dia todos os sapos da redondeza resolveram testar as habilidades  de Tok-Tok para capturar mais insetos.  Como houve um incêndio de grande proporção na mata, os insetos desapareceram, e  a fome deixou os sapinhos nervosos, já estavam até confabulando para os sapos mais novos matarem os mais velhos.  Para evitar a tragédia, recorreram ao Sapinho Sortudo.
Tok-Tok não gostou nada daquela situação, ele seria um dos alvos, já que não era tão novinho assim.  E disse duramente para os sapos:
_ O que vocês querem que eu faça? Por que não experimentam trabalhar em vez de se lamentar?
E os sapos disserem em conjunto:
_Queremos um trevo de quatro folhas! Com o trevo da sorte igual aquele que  você sempre traz aqui, nós não precisaremos trabalhar...
Para Tok-Tok  aquilo era o pedido bobo,  mas não quis questionar.  Cada um colhe aquilo que planta.  Saiu da lagoa aos pulos rápidos, foi até sua casinha,   na horta de trevo de quatro folhas, primeiro se alimentou de vários insetos, depois arrancou um trevo e levou para os seus colegas.  
Foi uma festa na lagoa... com o trevo de quatro folhas a sorte chegaria.  Apenas Tok-Tok  ficou  de fora daquela animação,  ele  acreditava  em frutos da própria colheita.  
Os dias passaram, o trevo de quatro folhas murchou e os insetos não apareceram.  Nova revolta se instalou no grupo de sapos.  E  ao procurar um culpado para a sorte não ter aparecido, o único nome da lista foi o de Tok-Tok.   Decidiram expulsar sapinho sortudo para tentar atrair a sorte para os demais. 
Tok-Tok sorriu a valer das deduções de seus colegas. Pediu para acompanhá-lo até a sua casa.  E no quintal ele mostrou para os  sapos:
_ Vejam para essa minha horta!  É daqui que tiro a minha sorte, meu alimento... Eu plantei, regei e estou colhendo. Aqui não falta alimento, porque aprendi a preservar. Quando vocês me viram com um trevo lá na lagoa é porque a muda que levei para lá os humanos não deixam e arrancam a folha pensando igualzinho a vocês.  Se vocês quiserem ficar aqui ou lá,  terão que aprender a preservar a natureza, assim não faltará alimento para nenhum de nós.
Nova comemoração,  alimentos para todos. Os sapinhos pegaram mudas  do trevo de quatro folhas plantaram perto da lagoa, em locais mais escondidos para que os humanos não arrancassem.  E todos  concordaram  quando um sapinho disse animado:
_Tok-Tok , nós achávamos que você era um sapinho sortudo!  Mas a sorte é nossa por ter te conhecido!
E mais uma vez Tok-Tok  deixou outro ensinamento:
- Amizade não é sorte,  é conquista pessoal.  Somos amigos porque fomos conquistados.  Sorte e  azar,  bem e mal,  céu e inferno, amor e ódio podem existir bem distante ou próximo de vocês...  mas quem não tem competência não se estabelece nem aqui nem acolá! E a culpa será do azar...mal...inferno...até das estrelas.
Todos sorriram e se abraçaram com aquela nova lição de vida.
                             
                                             Elisabeth Amorim





Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim