Era uma vez uma Joaninha muito
inteligente. Ela teve uma grande ideia: Queria inventar um perfume para
espantar os pássaros que almejavam atacá-la como refeição. Como seu corpo era
muito chamativo, vermelho com pintas pretas, onde ela se escondia, facilmente
era encontrada.
Joaninha estava cansada de ver a
sua família destruída, já havia ficado viúva
três vezes. Esperta, pressentia o perigo
e avisava o companheiro que tinha os reflexos mais lentos. Sempre escapava dos bicos dos pássaros que moravam no alto da
árvore e viviam fazendo ronda próximo a sua casa.
Conversando com uma velha
raposa, que também teve que mostrar as garras quando um urso veio em sua direção, recebeu a receita para
fazer uma porção com algumas folhas e raízes.
Joaninha ficou com medo de ingerir aquele chá, mas a raposa garantiu que eram ervas medicinais. E ao
tomar o chá nenhum animal se aproximaria mais dela, e brincou que nem os urubus a
queriam por perto depois do chá...
Joaninha bebeu o chá, quase
morreu em seguida. Enquanto a raposa
velha foi visitá-la sorrindo:
_ Bem feito, Dona Joaninha! Quem
mandou acreditar em raposa velha! Essa
foi a lição que deixo, raposa é raposa, nunca acredite no que ela diz. E saiu
satisfeita com mais uma maldade aplicada.
Não se sabe exatamente como a
Joaninha conseguiu escapar daquela situação. Mas depois que sarou, passou a exalar um perfume horrível para os adversários
e maravilhoso para ela. Era ela encostar
numa árvore o odor invadia
e afugentava os pássaros. Ninguém queria mais se alimentar daquele
inseto. Quando distraída pousava na
roupa de um humano, de imediato, aquela roupa teria que ser lavada. Até a raposa correu de Joaninha, achando que estava diante de uma pequena assombração vingativa e mau-cheirosa.
Dizem que muitas abelhas rainhas de quatro em quatro anos rondam
a casa da Joaninha tentando comprar a fórmula, quem sabe assim o perfume da
joaninha espantaria também algumas
visitas de zangões indesejáveis... mas a Joaninha sorri e jamais revela o segredo do seu perfume, intimamente ela agradece
a raposa por ser tão má e ter feito a ela tanto bem.
Moral: Para quem é do bem, até o
mal sofrido, transforma-se em bem.
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