O trabalho do
oleiro é realmente fascinante, apropria de um barro qualquer, vai modelando,
criando formas e transformando a matéria morta em algo vivo, útil e bonito. Com
paciência, determinação e muita força de vontade o oleiro atinge o seu objetivo
criando vasos exatamente como ele
imaginou.
É um processo
de persistência. Quantas vezes o barro parece não atender as expectativas
depositadas e o vaso em construção se rompe antes de ganhar a forma ideal? E novamente, o trabalho se reinicia e novas
esperanças são depositadas naquele barro...
Uso o oleiro
para fazer analogia com a sala de aula. Quantos estudantes não conseguem
atender as expectativas de escola, professores, colegas, pais? E quais desses
seguimentos agem como o oleiro? Muitas
vezes os estudantes são entregues a própria sorte, sem nenhum investimento
naquela “massa bruta” que não entrou num
molde para atender algumas convenções. E o resultado fatal é a reprovação.
Indo além, o
que somos senão um monte de vasos imperfeitos? Temos as nossas rachaduras, sim.
E nem por isso fomos reprovados como pai, mãe, irmão, irmã, professor,
professora, advogado, advogada, médico, médica, sobrinho, sobrinha, amigo,
amiga, primo, prima, tio, tia enfim...seja no ambiente familiar ou no campo
profissional, se olharmos ao espelho
perceberemos as nossas falhas. E o que fazemos? Cobramos dos outros a perfeição.
É bíblica a
mensagem para não apontar o cisco do olho do irmão quando se tem uma trave no
próprio olho. Enxergamos os mínimos defeitos nos outros porque achamos que
somos vasos perfeitos, no entanto, no dia em que nos encherem de água, perceberão
as nossas fissuras.
Se o oleiro não desistiu de criar vasos perfeitos, por que desistiremos? Primeiro investimento é pessoal.
E. Amorim
* imagem livre da web
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