segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Pretinha como Carvão (cordel)

*

Seu nome era Aninha
Nascida na linda Bahia
Uma bela garotinha
Sentia uma  imensa alegria
Mas em seu nome, que situação!
Arranjaram um “Pretinha como carvão”.


Ela se sentia contemplada
Tinha beleza e simpatia
Ser preta e abençoada
Naquela terra da magia
 Mostrava-se uma indignação
  Sorria  triste do  “Pretinha como carvão”.


Muito ouviu  aquele mote
Mas a  garotinha  nunca o abraçou
Sempre havia um rapazote
Que  ria do apelido  que pegou.
Daquela  disfarçada discriminação
_Sou eu?!  A  Pretinha como carvão.


_Pretinha como carvão!
Venha cá, por favor!
Você sabe, não é preconceito, não
Eu nem tão branquinho sou...
Você se incomoda com essa situação?
Ser uma negra pretinha como carvão?


_ Seu moço, por favor,
Agrida-me se assim o desejar
Você carregue o seu andor
Porém, por que não aprende a respeitar?
E na sua consciência ao por a mão...
Olhe  a  sutil discriminação.


Ana Bahia da Consolação
Ensina para todos nós
Que muita discriminação
Aparece sutilmente nos anzóis
Não seja isca, não!
Aprenda mais essa lição.

                                     
                                                            Elisabeth Amorim


* DINA GOMES, Menina negra (imagem apenas ilustrativa, disponível na web, caso o autor não aprove, retiramos imediatamente)


20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

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