Era uma vez uma criança muito sorridente e inteligente. Na
verdade ela tinha um QI acima da média das outras crianças de sua idade. O nome dela era Maria, tinha 9 anos e gostava
de dançar e cantarolar. Onde Maria chegava não havia mais tristeza, sempre
brincalhona e esperta. Até que um dia a garotada de rua resolveu
fazer um pequeno circo no quintal de uma das casas vizinhas e Maria além de organizadora, era a
principal dançarina.
Era uma animação só, numa cidadezinha onde nada de novo
acontecia. Finalmente a estreia estava marcada. Isso após as crianças pegarem
às escondidas muitos cobertores, lençóis para servirem de lona e as maquiagens das mães.
Nessa brincadeira sempre aparece um ou outro adulto para
ajudar, com uma extensão para uma
lâmpada debaixo do pé de tamarindo. Isso depois de mudar o horário da
brincadeira infantil para o anoitecer, palpitar aqui e acolá, emprestar alguns
bancos para os mais velhos, esteiras e essas coisas que as crianças
sozinhas não conseguiriam resolver,
mesmo porque elas só queriam se divertir.
Estreia, casa cheia. As crianças da rua de cima e da
outra rua lá de trás desembolsaram
algumas moedinhas da merenda para assistirem ao espetáculo. E Maria feliz com o sucesso anunciado, maquiada numa despensa que servia de camarim, vestida
de bailarina, prontinha para entrar em cena. Até que sua amiguinha, também bailarina, é chamada
por algum adulto para realizar uma atividade qualquer, e de repente...
Escuridão total.
_Quem apagou a luz do camarim?!
Eis que entra sorrateiramente um palhaço, fecha a porta e vai
se aproximando de Maria. Ela de olhos
arregalados percebe que aquele palhaço era muito alto, forte, adulto e não se parecia com nenhum dos
seus amiguinhos. Só poderia estar sonhando,
não era sonho, mas um pesadelo.
Maria consegue gritar desesperada tenta arrancar-lhe a máscara. Muitas crianças correm apavoradas com medo
dos seus gritos histéricos. Confusão, correria, pavor e a energia volta.
Mesmo assim, Maria continua gritando que nem percebe a
entrada de seu colega de classe.
_Maria, sou eu! Calma, calma. Sou eu, seu amigo Pedro. Isso aqui é uma máscara.
Já tirei.
Maria olha Pedro, aquele garotinho franzino para os seus 10 anos, em prantos ela
pergunta:
_ Tem quantos... quantos
palhaços tem aqui hoje?
E Pedro sorri inocente
e diz:
_ Só tem eu... e seu irmão, mas ele não chegou ainda.
E ela grita desesperada :
_ Tem outro! Tem outro!
E foge despertando
espanto e riso das crianças e adultos.
Como a bailarina tinha
medo de palhaço o circo foi desmontado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário