segunda-feira, 25 de maio de 2015

A menina que brincava com formigas ( cordel)

*

Era uma voz
Que não se calava
Vivia a contar para nós
História que vovó inventava
Entre fada, duende  e bicho feroz.
Fantasia, ela se chamava.


Sendo noite ou sendo dia
Com  sol ou chuva
A rotina de Fantasia
Era brincar com saúva.
Sua estranha companhia
Ela não usava luva
Quando alertavam... Fantasia sorria.


Um dia aconteceu
O que ninguém imaginava
Fantasia adoeceu
Faltou a escola que estudava
Quando não apareceu
A professora  nem notava
Será  que se esqueceu?



As amiguinhas de Fantasia
Estavam desconsoladas
Naquela manhã não tinha alegria
Elas saíam enfileiradas
Queriam de volta a magia
Mesmo que de vez em quando  eram pisadas
_Fantasia! Fantasia!



De longe era ouvido
Um gritinho interessante
Fantasia recobre o sentido
Percebe que era um grito preocupante
_De quem é esse grito  sofrido?
Aconteceu algo importante.
Estão com o coração partido...


Olha para o chão
Toma um susto sem igual
Havia uma procissão
De formigas lá do quintal
Sentiu uma grande emoção
Sentindo-se especial
Estendeu a mão.


Em pouco tempo no chão
Sua mão ficou pretinha
 Formiga, formiguinha e formigão
 Tomaram toda a sua caminha
Ela conversava com emoção
Conhecia cada amiguinha
Até que: _ Meu Deus!  Uma invasão!

_ Não faça isso, Por favor!
Elas não atacam ninguém
Elas não fazem mal ao senhor.
Não adiantou apelar também.
O empregado, o veneno  pegou.
E as formigas que medo não tem.
Morreram sobre o cobertor.

Fantasia fica arrasada
Vendo as amiguinhas partirem para o além
 Estava triste e desesperada
Queria acompanhá-las também.
Chorou e sonhou com uma trovoada
 Com a amiga Formiga Quem-Quem.
Aconselhando-a dedicar  a vida para o bem.


Se Fantasia morresse
Quem iria contar
Uma historia como se fosse
Algo possível de narrar
Se cada formiguinha  soubesse
Que linda história pode deixar
Uma caneta iria pegar.


E assim Fantasia acordou
Com um susto de arrepiar
_Também sou formiguinha! Pensou.
Minha história irei contar.
Sei  que você me abraçou.
E não deixarei de louvar.
A um Deus que te enviou.



Daquele dia em prece
Fantasia aprendeu a lição
De repente a gente cresce
E há tantos que precisam de uma  mão
Enquanto vida  tivesse
Não haveria lamentação.
Esta flor é sua!  É como  ela agradece. 



                                    Elisabeth Amorim


*schmutzler-leopoldmies-1864-1940-munichflower-girl (imagem da web)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim