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Era uma voz
Que não se calava
Vivia a contar para nós
História que vovó inventava
Entre fada, duende e bicho feroz.
Fantasia, ela se chamava.
Sendo noite ou sendo dia
Com sol ou chuva
A rotina de Fantasia
Era brincar com saúva.
Sua estranha companhia
Ela não usava luva
Quando alertavam... Fantasia
sorria.
Um dia aconteceu
O que ninguém imaginava
Fantasia adoeceu
Faltou a escola que estudava
Quando não apareceu
A professora nem notava
Será que se esqueceu?
As amiguinhas de Fantasia
Estavam desconsoladas
Naquela manhã não tinha
alegria
Elas saíam enfileiradas
Queriam de volta a magia
Mesmo que de vez em quando eram pisadas
_Fantasia! Fantasia!
De longe era ouvido
Um gritinho interessante
Fantasia recobre o sentido
Percebe que era um grito
preocupante
_De quem é esse grito sofrido?
Aconteceu algo importante.
Estão com o coração partido...
Olha para o chão
Toma um susto sem igual
Havia uma procissão
De formigas lá do quintal
Sentiu uma grande emoção
Sentindo-se especial
Estendeu a mão.
Em pouco tempo no chão
Sua mão ficou pretinha
Formiga, formiguinha e formigão
Tomaram toda a sua caminha
Ela conversava com emoção
Conhecia cada amiguinha
Até que: _ Meu Deus! Uma invasão!
_ Não faça isso, Por favor!
Elas não atacam ninguém
Elas não fazem mal ao senhor.
Não adiantou apelar também.
O empregado, o veneno pegou.
E as formigas que medo não
tem.
Morreram sobre o cobertor.
Fantasia fica arrasada
Vendo as amiguinhas partirem
para o além
Estava triste e desesperada
Queria acompanhá-las também.
Chorou e sonhou com uma
trovoada
Com a amiga Formiga Quem-Quem.
Aconselhando-a dedicar a vida para o bem.
Se Fantasia morresse
Quem iria contar
Uma historia como se fosse
Algo possível de narrar
Se cada formiguinha soubesse
Que linda história pode deixar
Uma caneta iria pegar.
E assim Fantasia acordou
Com um susto de arrepiar
_Também sou formiguinha!
Pensou.
Minha história irei contar.
Sei que você me abraçou.
E não deixarei de louvar.
A um Deus que te enviou.
Daquele dia em prece
Fantasia aprendeu a lição
De repente a gente cresce
E há tantos que precisam de uma mão
Enquanto vida tivesse
Não haveria lamentação.
Esta flor é sua! É como ela agradece.
Elisabeth Amorim
*schmutzler-leopoldmies-1864-1940-munichflower-girl (imagem da web)