sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A vida explode em mim. (poesia)


Qual é a melhor idade?
Quando criança  brincava
Com brinquedos que nunca tive
Entre bonecas e panelinhas
Que nas vitrines ficavam.
 Desfrutava dos palitos e pedrinhas
Conversava com formiguinhas...
Do pega-pega não privava
Pular corda não era coisa de academia
Fazia parte da fantasia
Anelzinho, dado e amarelinha
E nas catingas de rodas
“Eu sou pobre, pobre, pobre...”
“O cravo brigou com a rosa...”
“Atirei o pau no gato”
Ó infância!  Por foste embora assim?
Não percebeste que em todos os momentos.
A vida explodia em mim.



A adolescência chegou...
Quantas transformações!
No corpo e na alma.
Agora entre os livros e paqueras
A brincadeira mudou.
Não tinha mais cantigas de rodas
Não inventava mais brinquedos.
E numa folha em branco me acalmava.
Os medos, as sombras, a dor
Eram aos poucos sendo transformados
Vida, literatura, amor.
E quando achava que chegara o fim...
Que loucura!
A vida explodia em mim.



Cresço.
Amadureço
Luto
Venço.
Se apanhei?
Se chorei?
Se cair?
Levantei.
Segui viçosa 
como flor de jardim.
Doidinha, eu?
Sim, pela vida
que explode em mim.
                              
               Elisabeth Amorim






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim