É com muita satisfação que fecho mais um ano letivo com a sensação de dever cumprido. Pois todos os projetos idealizados para o ano de 2016 foram realizados com precisão, apesar dos obstáculos no caminho, não foram grandes a ponto de modificar a minha rota. E isso é bom, chegar ao final de um ano letivo… Ufa! Pode virar essa página sem deixar nenhuma em branco!
Confesso, é muito gostoso acabar bem, porque começar não é mérito para ninguém, pois nem todos que começam bem conseguem atingir a linha de chegada. Mas terminar bem é vantagem, sim. Porque só termina bem que planejou um final feliz e quem planeja, articula, corre atrás. Principalmente na área da educação, quando se aproxima o final da unidade, começa a corrida para fechar cadernetas, notas, recuperações, e muitas vezes o desejo de encerrar fala tão alto que esquecemos de ouvir a razão, e por emoção, fechamos. Fechamos de qualquer jeito, emendando aqui, rasurando acolá, empurrando… empurrando… E desse modo de produção, perdemos a chance de desfrutar a tão sonhada sensação de dever cumprido, infelizmente.
Comigo não tem essa de “queria ter ensinado mais…” sem lamúrias, sou muito bem resolvida em todas as áreas: profissional e pessoal. Ensinei tudo que tive chance de ensinar . Dentro desse cenário educacional dei o meu melhor, porém, nem sempre essa doação é notada pelo estudante. Fazer o quê? Preparar as recuperações… Todas as oficinas planejadas foram realizadas com sucesso. Os vídeos literários propostos aos estudantes já estão em rede em diferentes canais, inclusive no “toque poético”… vídeos apreciados pelos amantes da nossa literatura marginal. Tudo fruto da minha ousadia! E, cada vez mais, com prazer já posso afirmar para aqueles semeadores da literatura que vive à margem, que compartilham nas redes sociais: NOSSA OUSADIA INVENTIVA! Estamos sim, plantando árvores diariamente. É uma tarefa árdua, mudar cultura não é fácil, mas estamos chegando lá.
Aproxima-se o momento de virar a página, pois um novo ano está pintando. Para alguns economistas, será um ano de crise, um ano de arrocho salarial, um ano de perda de benefícios do trabalhador… só nuvens carregadas que estão visíveis e divulgadas. Como aprendi a viver cada momento de forma intensa, fazendo meu amanhã acontecer a partir do hoje bem vivido, próximo ano será de muita paz. Muitas sementes plantadas hoje brotarão e crescerão como árvores frutíferas, e tenho certeza de que esses frutos ajudarão muitos necessitados.
Há poucos minutos um estudante me enviou um vídeo da turma comemorando o final do ano letivo. Eis os frutos surgindo! Pense numa turma que começou bem e terminou melhor ainda! Pode comemorar bastante, 3BM! Terminar bem é qualidade de poucos. Isso em todos os setores da nossa vida. De repente na metade do caminho, cansamos e não queremos mais caminhar, às vezes caímos, arranhamos, ferimos e desejamos ser carregados. Mas, seguimos, seguimos…
E nesse caminhar a felicidade se completa diante do convite recebido de um programa de pós-graduação para compor uma mesa de um colóquio, e falar sobre “O professor -artista em rede: modos de fugir do engessamento literário”. Que responsabilidade! “Venha e traga toda sua ousadia inventiva!” Será que sou ousada mesmo? Inventiva, sim! Ousadia inventiva! Gostei.
Acho que tens razão, Dra. Jailma… É muito ousadia extrair literatura de estudantes de educação básica! Contrariando todas as estatísticas que os alunos não escrevem nada… É muita ousadia fazer com que os estudantes transformem os próprios textos em vídeos literários! Mais uma vez, jogando por terra que a internet só é usada pelos estudantes para bate-papo em redes sociais… É muito ousadia divulgar a literatura que vive à margem em diferentes espaços virtuais… e ganhar leitores do mundo todo. É muita ousadia inventiva defender uma dissertação baseada numa metodologia que eu mesma inventei: DESMONTANDO o texto literário para aproximá- lo do leitor. E para fechar , tem que ser muito ousada para atrair a atenção dos donos da bola e ganhar o abraço para minha pesquisa. Como disse, começar muitos começam bem, terminar… é um novo texto.
Elisabeth Amorim
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