segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O Natal passou... (crônica)


Depois o Natal vem mesmo o quê?  Não é brincadeira!  Após o mês de agosto  os olhares se voltam para o Natal. Compras do Natal, visitas que chegarão no Natal, presentes de Natal, árvore de Natal... Sim, passou. E agora?
Natal deveria ser todos os dias, sabia? Será que a humanidade conseguiria manter as aparências de “boas festas” noite e dia?  Não tenho absolutamente nada contra o Natal, data linda para cristãos,  nascimento do Menino Jesus.  O Menino cresceu doando  amor e pagou com a própria vida, pregado numa cruz.  O meu olhar crítico é para a artificialidade que o comércio se apropriou de uma festa cristã e injetou muito capital, e engoliu a sociedade com as falsas ilusões do brilho natalino.  Hoje há uma concorrência velada no facebook para ceia mais bonita.  A mesa mais ornamentada e quem consegue mais curtidas para “sua ceia”. Quanto espírito natalino!
Isso sem falar na quantidade de mensagens lindas e prontas que são encaminhadas de forma aleatória, que muitos não se dão  o trabalho de fazer uma leitura antes de enviá-las, e para minha surpresa recebi “ ... é muito gratificante tê-la no nosso grupo de capoeira... que esse 2014...”  Espere, um pouco, errar o ano,  depois de muitas bebidas,  justifica-se, mas grupo de capoeira, eu? Quem disse que todo baiano tem saber capoeira?
Ah,  restam alguns dias para circulação das mensagens trocadas de feliz ano novo.  Como Feliz Ano Novo?  O que você está fazendo para que o próximo ano seja realmente feliz? Onde guarda a solidariedade?  As diferenças são respeitadas durante o ano?  Eu sou considerada estranha quando  me posiciono assim,  mas meu querido leitor, acompanhe o meu raciocínio.  O que é a felicidade? Vou lhe ajudar... ser feliz é estar bem consigo mesmo e com o próximo.  É ver projetos sendo realizados. É desfrutar de uma sensação de bem estar, dever cumprido, gozo...  A minha questão é bem simples, É possível sentir prazer sem doar  nada para alguém? Ei, não pense que estou pensando em dinheiro,  não!  Estou falando em solidariedade, fraternidade, comunhão,  em uma só palavra é ter PAZ.


Então costumo desejar para meus amigos um ano de paz. Porque em paz a humanidade descansa,  em paz os homens se abraçam , em tempos de paz não existe guerra.  E isso não acontece numa virada de ano, a paz é conquista. Só através da paz conseguimos notar o nosso irmãozinho na sarjeta, pois o coração fica mais sensível.  Em nome da  paz   perdoamos a quem nos ofendeu, e caminhamos o ano inteiro lado a lado.  Porque desejar um feliz natal, um feliz ano novo é muito pouco, pouquíssimo. Sabe por quê?  Natal é apenas um dia e o ano novo só dura um mês... Fevereiro, meu amigo,  é carnaval, e sabe o que acontece?  Não tem abraço, não  tem presentes, até  Papai Noel foge, porém  mesmo com IPTU, prestações  natalinas vencidas,  desemprego assolando no país ...  corremos atrás do trio elétrico.
                                                     Elisabeth Amorim


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