segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Natal das renas douradas (conto)


Naquele natal tudo parecia sob controle, apesar da grande crise econômica que alastrou no país, nada que uma Black Friday não resolva. Até o bom velhinho já cansado de  percorrer o mundo no seu trenó puxada pelas famosas renas recebeu um convite especial:  Vir à Bahia  passar o natal.
- Como viajar para tão longe?  -  Era o questionamento do velhinho barbudo. A Bahia é  quente, será que poderia ir com uma sunga  para aproveitar as praias...
-Nem pensar! Papai Noel que se preze tem que usar roupas vermelhas, botas pretas, gorro e usar como transporte um trenó... Até aí tudo bem, mas como levar as renas para um local tão quente? Elas não iriam resistir...
Pensa  daqui e pensa de lá, sem se chegar a nenhuma alternativa, a não ser a certeza de que as renas não aguentariam o calor baiano. Até uma ideia surgiu:
 - Que tal pintarmos as renas de dourado? Assim, elas não sentiriam tanto calor...
_ Perfeito! Vamos pintá-las.

E derramaram vários potes de tinta dourada sobre as renas e elas ficaram diferentes, pareciam feitas de ouro. Surgiu um medo inicial, se pensasse que suas  renas fossem  de ouro e carregassem para bem longe... No início o cheiro da tinta incomodava, mas elas logo se acostumaram...
Só quem não gostou muito foi o bom velhinho, pois as renas douradas eram muito procuradas para as fotos, enquanto o Papai Noel quase não foi lembrado pelas crianças e adultos.  E aquele natal ficou muito conhecido como “Natal das Renas Douradas”.
                                                                       Elisabeth Amorim



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