segunda-feira, 3 de julho de 2017

A festa acabou... ( poesia)


Não existem lâmpadas nas praças,
  Os enfeites juninas já retiradas.
Portas já foram tomadas de assalto.
E a segurança pública falhou.
Cadê o José? Cadê a Maria?
José morreu de frio, uma morte Severina.
Do trio elétrico não sai nenhum chorinho.
Ande, Maria!
A festa acabou...


Quando a festa acaba,
Copos, garrafas, sonhos...
No chão.
Não posso gritar
Continuo amordaçada,
Ferida, invisível.
Queria chegar até o mar,
Mas falta transporte publico.


Resta o quê?
Gemer,
Sofrer,
Tremer.
Porque a festa acabou,
E nesse friozinho de inverno,
Sem forró nem arrasta-pé
Sem o meu José, 
Vivo nessa agonia
              Que falta sinto de um cobertor.
              E sigo sem direção 
                  para minha vida Maria.

E. Amorim.




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