quarta-feira, 1 de março de 2017

E o carnaval baiano... todos juntos, mas não misturados (crônica)

                                      


             Parece mentira, mas o nosso país é um país forte,  apesar dos  problemas enfrentados como a operação  lava-jato que levou muitos ricaços para a cadeia, a corrupção, lavagem de dinheiro, impeachment de presidente entre outras coisinhas que arrasam com a economia, vivemos cinco dias de folia dançando, pulando e cantando atrás do trio elétrico.
            É preciso sonhar! É preciso acreditar! É preciso viver cada ritmo, sentir  o calor que emana da multidão que vai às ruas, avenidas, e de certa forma, esquecer os problemas e desfrutar o momento.   Estamos em crise! Mas nem parece, conseguimos manter status muito bem. Fizemos um belo carnaval.
           Esse ano a propaganda do carnaval baiano girou em torno da folia sem corda,  numa tentativa de aproximar os artistas dos foliões.  Carnaval é uma festa mágica! Consegue fazer uma lavagem cerebral em multidão, que depois do carnaval sem cordas, muitos se tornaram íntimos dos famosos, todos juntos pulando na pipoca. Em cima do trio os artistas milionários e correndo atrás do trio vai o povão. Mas tudo bem, carnaval é assim mesmo, todos juntos, nunca misturados.
           O carnaval acabou, mas ficamos nós com a nossa estrela  Ivete Sangalo que muitos insistem em vê-la como “furação baiano”.  Talvez, até seja mesmo, já que ninguém consegue ficar sem se movimentar diante da presença dessa cantora.  Realmente, o carnaval sem cordas deve ter sido bárbaro, estupendo, lucrativo... para quem? Para uma foliã carioca que disse em rede nacional que o carnaval bom é o da Bahia, e imediatamente, moveram céu e terra para localizá-la e trazê-la para cá, com todas as despesas pagas, claro.  E é bom mesmo, a festa acaba, mas a estrela da festa continua sendo nossa.
          E aqui fiquemos nós, com uma quarta-feira morta,  completamente coberta de cinzas.


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