Quem sou eu?
Para onde vou?
Em que lugar deseja a minha presença?
Já fui amordaçada,
Para que a minha voz
não saísse da cozinha,
Trancada em um porão qualquer,
Para que as minhas letras não criassem pernas,
Já fui usada sem pudor
Como um objeto descartável do Sinhô..
Quem sou eu?
Para que tanta violência?
Só queria... estudar.
Só queira...escrever,
Só queria ... votar.
Não era para medir forças contigo.
Cor da pele diz muito pouco, meu amigo.
Quem sou eu?!!
Sou mulher,
A negrinha assanhada da
Sinhá
Ou negona boa do
Sinhô?
Sou hoje o que quero ser
Quebrei correntes,
Mesmo que para isso faltaram alguns dentes.
Invadi as universidades,
Pelas beiradas, brechas de verdade.
Arrombei portões das
adversidades,
Pode levar fé,
Sou guerreira, fiz
valer o meu discurso.
E faz um bem enorme ao coração,
Ser Maria, Rita,
Vanda, Carmem ou Amélia...
Sobrenome é Superação!
Escolhi ser MULHER de verdade.
Mulher que nada contra a maré,
Com disposição e samba no pé.
Elisabeth
Amorim/2016
8 de MARÇO, Dia Internacional da Mulher
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