sábado, 5 de março de 2016

No espelho ( poesia)


Quem sou eu?
Para onde vou?
Em que lugar deseja a minha presença?
Já fui amordaçada,
 Para que a minha voz não saísse da cozinha,
Trancada em um porão qualquer,
Para que as minhas letras não criassem pernas,
Já fui usada sem pudor
Como um objeto descartável do  Sinhô..

Quem sou eu?
Para que tanta violência?
Só queria... estudar.
Só queira...escrever,
Só queria ... votar.
Não era para medir forças contigo.
Cor da pele diz muito pouco, meu amigo.

Quem sou eu?!!
Sou  mulher,
A negrinha  assanhada da Sinhá
Ou negona  boa do Sinhô?
Sou hoje o que quero ser
Quebrei correntes,
Mesmo que para isso faltaram alguns dentes.
Invadi as universidades,
Pelas beiradas, brechas de verdade.

Arrombei  portões das adversidades,
Pode levar fé,
Sou guerreira, fiz  valer o meu discurso.
E faz um bem enorme ao  coração,
 Ser Maria, Rita, Vanda, Carmem ou  Amélia...
Sobrenome é Superação!
Escolhi ser MULHER de verdade.
Mulher que nada contra a maré,
Com disposição e samba no pé.

                                                                                         Elisabeth Amorim/2016

8 de MARÇO, Dia Internacional da Mulher






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