segunda-feira, 21 de setembro de 2015

No caminho das flores (mensagem)

Elisabeth Amorim*


Há quem goste de trilhar pelos caminhos das pedras, é uma opção. Gosto alheio não se deve questionar, a não ser que ele  interfira na rotina de outros. Outras pessoas buscam a suavidade das flores, sentir o perfume, e tirar delas as mais belas poesias. Flores são incrivelmente poéticas.
Flores tem vida. E a estação da Primavera é considerada a mais bonita, justamente por causa das flores. Elas encantam a todos, sejam brancas, amarelas, azuis, rosas... Flores vivem a nos surpreender. Convidando-nos a olhar para os campos, jardins onde elas brilham, dançam, cantam e brindam a brevidade da existência. Quanto tempo dura a vida de uma linda flor?
Não sei, talvez porque no caminho não tenha tantas flores. Será? Há muitas flores no caminho, mais do que você possa imaginar.  O problema não está nas flores, mas no nosso olhar e  caminhar. Somos traídos e atraídos pelas pedras.  E por mais duro que possa ser, lembramos mais dos tropeços do que das alegrias. Como somos egoístas! Temos mil coisas para festejarmos, mas alimentamos o que nos angustia. Mude! Comece a enxergar e valorizar cada flor do caminho.  Rosa, cravo, margarida, lírio, girassol... cada qual com a sua beleza peculiar.

É muito gratificante olhar para trás e perceber as flores que deixamos para alguém e as recebidas também.  Quantas ainda deixaremos para os amantes da natureza literária? Porque o caminho da vida é permeado de opções, caminhar entre as flores ou entre as pedras. Jogar pedras em vidraças alheias ou  recolhê-las  deixando uma flor no lugar. Deveríamos optar pela segunda alternativa, é uma chance de nos tornarmos melhores do que já somos.  Decisão inteligente e prazerosa. Fazer o bem, desejar a paz, respeitar as diferenças são caminhos que  fazem brotar flores...
E a primavera nasce aqui, dentro de cada um, basta mais que um toque poético, uma atitude, uma vida poética... Mas uma vida de paz. Cada coração pulsa para alegria das flores ou das pedras. Cada pessoa poderá ser mais uma a escrever sobre a paz e deixar mais uma flor no caminho do outro, talvez, dentro das nossas limitações fronteiriças, é o mínimo que fazemos. Quem sabe um dia a humanidade  aprenderá a respeitar as diferenças?  Assim, teremos um mundo saudável e colorido para se viver. Se esse texto chegou até você, comemore, há pessoas que ainda hoje com toda a tecnologia avançada não tem esse mesmo direito.

Para que possamos cada vez mais fazer do nosso dia, nossa vida, nosso caminho o melhor e o mais saudável para o entorno.  Quem sabe numa das voltas da terra as flores deixadas aqui, neste cantinho, servirão para alegrar corações feridos pelas guerras civis? Pessoas que não fazem distinção entre as estações do ano. Como apreciar os lírios dos campos... minados?
Então amigo(a), se você está confortavelmente lendo este texto, reflita. A primavera chegou até você, aprecie hoje cada flor em seu caminho, porque o amanhã é um futuro que não te pertence. Mas esse momento é todo seu, faça-o melhor que ontem, e seja cada dia mais feliz.

 



  * Escritora baiana sem editora definida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim