quinta-feira, 23 de julho de 2015

A Mulher de Branco ( Lenda de Iaçu/1)


     Era uma noite como outra qualquer,  década de 80, no Colégio Municipal Castro Alves, atualmente  no local funciona a Escola Municipal Teotônio Pereira Coimbra,  localizado à rua Castro Alves,   estudantes todos acomodados em sala , enfileirados,  pois a direção era muito rígida.  E uma das lutas travadas  era combater o tabagismo na escola. Se fumasse nas suas dependências logo seria delatado  e punido com suspensão por um prazo determinado pela direção. E não é que alguns alunos espertinhos usavam o banheiro para alimentar o vício? 
     Devido esse problema bem recorrente no turno noturno,  os professores em horário vago  percorriam os diferentes locais daquela escola. E foi justamente numa dessas “batidas” ao banheiro feminino, localizado  no pavilhão de baixo, que esse fato  aqui narrado se sucedeu.
     Uma professora ao passar fazendo sua ronda próximo ao banheiro  sentiu o cheiro do cigarro.  Sorriu na certeza de que pegaria uma aluna fumante cometendo um ato de delito.  E na pontinha dos pés  fica aguardando a “aluna rebelde” sair.  Como sentiu que estava demorando, resolveu invadir o recinto…
     E o que a professora viu  entrou para a história de nossa Iaçu. Segundo o relato que correu de boca em boca, havia uma mulher de branco no banheiro, uma criatura totalmente desfigurada com algodão na boca e nos ouvidos…
     Em desespero a professora saiu  gritando:

     _ TEM UMA MULHER DE BRANCO NO BANHEIRO!

     Quando um fato como esse se passa dentro de uma escola… o portão do Colégio Municipal Castro Alves foi aberto rapidamente,  pois ficou pequeno para conter todo o alunado noturno em pânico por conta  da tal Mulher de Branco vista pela professora que ficara em estado de choque.
     Como esse causo surgiu de uma pessoa responsável,  não teve como duvidar da veracidade. No dia seguinte a direção da escola  convidou um padre e no turno matutino,  no "Pavilhão de Baixo", como é conhecido, ocorreu uma missa. Talvez, na tentativa de tranquilizar os alunos do noturno  e expulsar de vez a criatura do banheiro.  Ah, o pequeno banheiro  passara a ser frequentado por "caravanas" de estudantes, ninguém tinha coragem de ir lá sozinha, sempre em grupos.   Mas, voltando à missa,  confesso,   fiquei com um olho na celebração e outro no portão da saída...  Achava que a qualquer momento a Mulher de Branco apareceria para interromper  a missa. Ela não apareceu, mas o que foi de histórias depois...
     Porque para tudo procura-se uma explicação e a curiosidade do momento era: Quem era o fantasma de branco que apareceu no banheiro feminino daquela escola?   Teve quem afirmasse que a Mulher de Branco era uma  estudante que estava noiva e que havia falecido de forma inesperada. Caso que nunca foi confirmado por quem ficou “cara a cara” com a tal.  Outros  diziam que a Mulher de Branco era  uma professora que havia ensinado muito tempo no colégio, também não se confirmou.  A única certeza   é que essa criatura já fez outras aparições  e o seu alvo é sempre professora no referido pavilhão.
     A Mulher  de Branco já faz parte da história desse lugar. A única pista deixada é que  ela não aparece para fazer o mal, mas para chamar a atenção para algo. O quê? Ainda é um mistério que está longe de ser desvendado. Porque dizem que "A Mulher de Branco" corre o mundo.  Por que digo isso?
Ora, na última aparição dela, já no final da década de 90, uma  professora ficou apavorada  com uma investida que sofreu no mesmo pavilhão…  ela acredita ter sido A Mulher de Branco quem  a fez derrubar todo o material que carregava ao assoprar com força o seu ouvido.  No entanto ao retornar ao local  da investida  quase no mesmo instante,  dessa vez  acompanhada de  alguns estudantes que não sabiam do ocorrido…  os livros, apagador, caixa de giz, caderno… tudo estava arrumado no mesmo lugar em que ela  havia  sofrido o assédio do além.

- Que fantasma educado!
                                                                     E. Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim