quinta-feira, 11 de junho de 2015
Namorados (conto)
Duas pessoas em uma. De repente surge a indiscreta terceira pessoa. E o “nós” desaparece para outros nós surgirem. E o que é o amor senão esse emaranhado de nós que casais de todas as idades se propõem a desatá-los e assim formarem novos laços?
Miguel e Anita jovens apaixonados. As histórias lindas vivenciadas eram motivos de muita intriga e cobiça. Surge Carlos Troves, um jovem que sentia uma paixão obsessiva por Anita e por conta do excêntrico sobrenome, não aceitava ser dispensado, achava ser melhor pretendente do que o novo amigo.
Aproxima-se de Miguel, ganha a confiança e com isso envenena a relação dos jovens apaixonados. E a separação de Miguel e Anita foi inevitável. Acompanhada de ressentimentos e muito amor guardados num velho baú.
O que Carlos Troves não sabia, era que o amor supera as barreiras mais difíceis. Não se pode duvidar da força do amor. Derruba o tempo, a distância e a saudade.
Anos se passaram, cada qual vai para seu lado, reconstrói a vida em outros braços e ficam presos a outros laços que também vão perdendo as pontas nas estradas da vida. E a vida segue.
Entre as muitas voltas da vida, em um banco da praça… com cabelos grisalhos, olhar sereno aquele senhor é notado…
_ Não pode ser! Não pode ser!
A vovó arteira, retira o relógio do pulso e o coloca no bolso da roupa azul. Para que pensar nas horas? O presente bate à porta. Com um sorriso simpático e uma alegria contagiante ela se aproxima com os passos lentos, reflexo de um tempo que não para. Senta-se no mesmo banco do senhor de cabelos grisalhos.
_ Com licença, por acaso o seu nome é Miguel?!
O senhor sorri, tranquilamente responde:
_Boa tarde, Anita! Demorou…
Assustada e feliz Dona Anita responde:
_ Meu Deus! É você mesmo, Miguel? Quanto tempo! O que está fazendo aqui próximo à minha casa?
_ Esperando o meu único amor. Feliz Dia dos Namorados!
E selam o reencontro com aquele beijo que fora roubado.
E. Amorim
* Marcio Camargo, Casal no parque ( disponível na web- apenas ilustração)
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