Era um dia perfeito
Mas aquela zebra bonita
Apresentava um terrível defeito
A sua curiosidade infinita
Aquele mau costume não tinha jeito
Que coisa esquisita!
Todo animal que chegava
A zebra queria saber
O que fez e onde morava?
Como aprendeu sobreviver?
A zebrinha interrogava que interrogava
Dela os animais passaram a correr.
Enquanto a curiosa zebrinha
Olhava a vida alheia
Não se preocupava com a sua vidinha
Que passava sem pareia
Questionava até o patinho
Que nadava na hora da ceia.
Os animais em protesto
Resolveram interrogá-la
Queriam através de manifesto
Para a zebrinha se explicar
O motivo de cada gesto,
Cor, forma, lista que ela poderia usar.
Era um tal de porquês...
Pegando no seu pé
Que lista preta! Por quê?
Responda agora se quiser...
E esta lista branca, quero saber
Por que? Zebra tem chulé?
Onde a zebrinha ia
Logo aparecia um animal
Perguntava e sorria
Fazia a coitada passar mal.
_Como você sobreviveria
Se não fosse tão igual?
Sufocada a zebrinha correu.
Os animais confabularam em reunião...
De repente a girafa apareceu
Para resolver a situação:
_Deixe que eu descubro onde ela se escondeu.
E darei um fim nessa questão!
A girafa experiente
Observadora e de bom coração
_Venha zebra! Mostre para a gente
Que aprendeu a lição.
Antes, porém suba aqui na frente!
Que irá saber para que serve meu pescoção!
Surge a zebra envergonhada
Daquela situação vexatória
No pescoço da girafa fica agarrada.
Algo que entrou para a história.
Pois a girafa deu uma balançada.
E o chão serviu-lhe de palmatória.
Elisabeth Amorim
(escritora que desmonta a literatura, espalhado-a pelo mundo)