Sou
retirante,
Não tenho pouso certo
Meu caminho
é incerto
Meus passos
vagam...vagam...vagam...
Sou
retirante
Um eterno
errante
Em busca de
abrigo.
Que vida errante!
Correndo em
busca da chuva.
Levante-se
retirante!
Sonhe
retirante!
Molhado de
suor
E a chuva
lavando o asfalto?
Distante.
Distante. Distante.
Quem abraça
um retirante?
Há os que exploram, zombam.
Do rosto
marcado com as lágrimas sofridas
Ó triste
retirante!
Vive a
enganar a fome,
Engole o
vento
Sua dor é
fruto do tempo
Seus passos
vagam... tombam.
E. Amorim/2015
* Cândido Portinari, Os retirantes, 1944
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