domingo, 23 de outubro de 2016

O vento que derruba não consegue fazer o contrário...(crônica)


Definitivamente o vento que derruba uma árvore no caminho, mesmo que ele sopre com mais intensidade jamais conseguirá recolocá-la no mesmo lugar.  Acho que nós, seres humanos, pensantes, deveríamos ter um pouquinho de cuidado em repassar certas mensagens, notícias, imagens, sem a certeza se aquilo procede ou é mais um engodo da internet.
Imagine um pai de família ser exposto ao ridículo perante toda sociedade por conta de imagens mentirosas?  Uma dona de casa morta a pedradas por ser apontada na internet  como autora de um crime que não cometeu?  Hoje é tão fácil espalhar o mal, inventar algo que diminua o outro,  mesmo quando meia dúzia descobre que foi mentira, já a fez  circular de tal forma que é impossível, revertê-la.  O vento já fez todo o estrago na vida do outro. E agora? Será que os novos ventos irão recolher o escárnio público?  Os julgamentos movidos pela emoção? Não! Nada irá apagar a dor da humilhação.
Alguém inventa algo sobre o outro e pluf! A vida da noite para o dia se modifica,  como aconteceu com um senhor humilde que jamais esquecerá o dia de ontem.  Numa feira livre, foi acusado de algo, e de imediato a sua foto  estava  em todos os grupos da cidade onde o fato ocorreu,  com  o “ cuidado, esse homem é maníaco...”  O furação que passou sobre aquele senhor, derrubando-o, será que algum dia será capaz de colocá-lo de pé sem nenhum arranhão?    Será que as pessoas que encaminharam as mensagens para os vários grupos tiveram o mesmo cuidado  de desmenti-la ?  Pois é, o homem após a investigação provou-se inocente.   Das quatro mensagens recebidas,  ninguém  se preocupou em  anular a notícia falsa.
 Ainda tive que resistir  para não participar da conversa  entre dois membros do grupo e dizer: o vento que derruba não é capaz de levantar,  pois nem todas as árvores estão com raízes sólidas. Na queda tem árvores que perdem  flores, frutos, folhas e desejo de voltar a fornecer sombra.  Seja brisa para alguém, espalhe algo que posso honrá-lo,  edificar a  casa, vida, família... na rede não semeie ventos, mas literatura!

E. Amorim


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