Definitivamente o vento que derruba uma árvore no caminho,
mesmo que ele sopre com mais intensidade jamais conseguirá recolocá-la no mesmo
lugar. Acho que nós, seres humanos,
pensantes, deveríamos ter um pouquinho de cuidado em repassar certas mensagens,
notícias, imagens, sem a certeza se aquilo procede ou é mais um engodo da
internet.
Imagine um pai de família ser exposto ao ridículo perante
toda sociedade por conta de imagens mentirosas?
Uma dona de casa morta a pedradas por ser apontada na internet como autora de um crime que não cometeu? Hoje é tão fácil espalhar o mal, inventar algo
que diminua o outro, mesmo quando meia
dúzia descobre que foi mentira, já a fez
circular de tal forma que é impossível, revertê-la. O vento já fez todo o estrago na vida do
outro. E agora? Será que os novos ventos irão recolher o escárnio público? Os julgamentos movidos pela emoção? Não! Nada
irá apagar a dor da humilhação.
Alguém inventa algo sobre o outro e pluf! A vida da noite
para o dia se modifica, como aconteceu
com um senhor humilde que jamais esquecerá o dia de ontem. Numa feira livre, foi acusado de algo, e de
imediato a sua foto estava em todos os grupos da cidade onde o fato
ocorreu, com o “ cuidado, esse homem é
maníaco...” O furação que passou sobre
aquele senhor, derrubando-o, será que algum dia será capaz de colocá-lo de pé
sem nenhum arranhão? Será
que as pessoas que encaminharam as mensagens para os vários grupos tiveram o
mesmo cuidado de desmenti-la ? Pois é, o homem após a investigação provou-se
inocente. Das quatro mensagens
recebidas, ninguém se preocupou em anular a notícia falsa.
Ainda tive que resistir
para não participar da conversa entre dois membros do grupo e dizer: o vento que derruba não é capaz de
levantar, pois nem todas as árvores estão com raízes sólidas. Na queda tem árvores que perdem flores, frutos, folhas e desejo de voltar a fornecer sombra. Seja brisa para alguém, espalhe
algo que posso honrá-lo, edificar a casa, vida, família... na rede não semeie ventos, mas literatura!
E. Amorim
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