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Rosa tinha apenas 6 anos, criança ativa, sorridente, com os seus cabelos louros cacheados era a atração nos locais pelos quais passeava com seus pais. Branca, olhos claros, parecia uma boneca, mas uma boneca bem sapeca, porque a menina era muito esperta e não se conformava com um não sem justificativa.
Chega à escola, não é diferente. E ela vai estudar na mesma turma da sua prima Vera . Vera também tinha 6 anos, morena, cabelos longos geralmente presos a várias tranças. As duas garotinhas eram muito unidas. Prima Rosa queria imitar a sua prima Vera, e pedia a sua mãe para também fazer trancinhas no seu cabelo do mesmo modo que a sua tia fazia nos cabelos de prima Vera.
Mamãe, faça trancinhas de prima Vera em mim!
A sua mãe, Dona Valdete sorria, mas nunca tinha tempo e adiava aquela tarefa com algumas desculpas. E com a vida prática que as pessoas levam, colocava duas presilhas no cabelo de Rosa e nada de tranças. Ainda mais seria um desperdício , pensava ela, fazer tranças num cabelo tão lindo quanto o de Rosa. E quando a menina cobrava as trancinhas, ela dizia:
Amanhã, Rosa! Amanhã farei as suas trancinhas.
Só quero trancinhas de prima Vera!
Só que o amanhã será sempre amanhã. E justamente numa manhã qualquer, Rosa sente-se mal, e a família ao buscar um médico e realizar os exames, descobre-se que a garotinha estava com leucemia. E o tratamento seria imediato. Indiferente a doença, Rosa cobrava:
Mamãe, já chegou amanhã? E as minhas trancinhas de prima Vera?!
Entre uma desculpa e outra, inicia o tratamento de Rosa, que por sua vez perdeu os lindos cachos dourados... Dona Valdete ficou muito triste, assim como toda a família. O tempo inteiro ela não se conformava com aquela doença e a perda dos cabelos de sua filha. Nenhum momento Rosa se sentia feia ou inferior sem os cabelos, pois ela conhecia algumas meninas que também perderam os cabelos e logo nasceram outro. Apesar da pouca idade, a maturidade em relação a beleza era surpreendente. Ela se via linda. Ela era linda. Só que a garota percebeu que a sua mãe estava sempre chorando às escondidas, mesmo disfarçando as lágrimas. E Rosa resolveu fazer uma surpresa para agradá-la, para que a sua mãe notasse o quanto ela era linda com ou sem os cabelos dourados.
Ao ouvir os passos de sua mãe, Rosa correu para frente do espelho com o pincel preto nas mãos disse:
_Veja mamãe, não fique triste porque amanhã está demorando de chegar... Eu mesma fiz minhas trancinhas... Estou igual a prima Vera? Agora estou linda?
A mãe de Rosa abraçou sua filha aos prantos e prometeu jamais adiar seus planos. E pegou o pincel vermelho desenhou um laço nas trancinhas. E resolveu registrar aquela imagem e escrever para que outras mães que adiam abraços, carinhos, tranças... pudessem aprender com “ As trancinhas de prima Vera”.
A partir daquele dia as duas iam para frente do espelho fazer as trancinhas de prima Vera. Era uma festa! Vez ou outra Vera estava presente e servia de modelo. Tinha vez que Dona Valdete enchia de flores o espelho, Rosa era apenas mais uma que sorria para sua imagem. Com o tempo elas perceberam que nem precisavam mais fazer as trancinhas no espelho, pois os cabelos de Rosa estavam de novo florindo... como a primavera.
Mamãe, faça trancinhas de prima Vera em mim!
A sua mãe, Dona Valdete sorria, mas nunca tinha tempo e adiava aquela tarefa com algumas desculpas. E com a vida prática que as pessoas levam, colocava duas presilhas no cabelo de Rosa e nada de tranças. Ainda mais seria um desperdício , pensava ela, fazer tranças num cabelo tão lindo quanto o de Rosa. E quando a menina cobrava as trancinhas, ela dizia:
Amanhã, Rosa! Amanhã farei as suas trancinhas.
Só quero trancinhas de prima Vera!
Só que o amanhã será sempre amanhã. E justamente numa manhã qualquer, Rosa sente-se mal, e a família ao buscar um médico e realizar os exames, descobre-se que a garotinha estava com leucemia. E o tratamento seria imediato. Indiferente a doença, Rosa cobrava:
Mamãe, já chegou amanhã? E as minhas trancinhas de prima Vera?!
Entre uma desculpa e outra, inicia o tratamento de Rosa, que por sua vez perdeu os lindos cachos dourados... Dona Valdete ficou muito triste, assim como toda a família. O tempo inteiro ela não se conformava com aquela doença e a perda dos cabelos de sua filha. Nenhum momento Rosa se sentia feia ou inferior sem os cabelos, pois ela conhecia algumas meninas que também perderam os cabelos e logo nasceram outro. Apesar da pouca idade, a maturidade em relação a beleza era surpreendente. Ela se via linda. Ela era linda. Só que a garota percebeu que a sua mãe estava sempre chorando às escondidas, mesmo disfarçando as lágrimas. E Rosa resolveu fazer uma surpresa para agradá-la, para que a sua mãe notasse o quanto ela era linda com ou sem os cabelos dourados.
Ao ouvir os passos de sua mãe, Rosa correu para frente do espelho com o pincel preto nas mãos disse:
_Veja mamãe, não fique triste porque amanhã está demorando de chegar... Eu mesma fiz minhas trancinhas... Estou igual a prima Vera? Agora estou linda?
A mãe de Rosa abraçou sua filha aos prantos e prometeu jamais adiar seus planos. E pegou o pincel vermelho desenhou um laço nas trancinhas. E resolveu registrar aquela imagem e escrever para que outras mães que adiam abraços, carinhos, tranças... pudessem aprender com “ As trancinhas de prima Vera”.
A partir daquele dia as duas iam para frente do espelho fazer as trancinhas de prima Vera. Era uma festa! Vez ou outra Vera estava presente e servia de modelo. Tinha vez que Dona Valdete enchia de flores o espelho, Rosa era apenas mais uma que sorria para sua imagem. Com o tempo elas perceberam que nem precisavam mais fazer as trancinhas no espelho, pois os cabelos de Rosa estavam de novo florindo... como a primavera.
( Elisabeth Amorim, As trancinhas de prima Vera - conto retirado da página da autora no G+)
*imagem livre, apenas ilustrativa
*imagem livre, apenas ilustrativa
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