terça-feira, 29 de março de 2016

Mentirinha saudável (poesia)


Tu disseste um dia:
_Sou teu amor
E jamais te esquecerei.


Ouvi-lo foi agradável,
Mesmo sabendo que mentias
De forma  tão saudável
Trégua a agonia.


Não sofri.
Não chorei,
Absolutamente sem tê-lo,
 não ganhei nem perdi.


Quando senti que inutilmente estavas
Fugindo do sol

 Iluminado,
Inalterável,
Pleno.


E. Amorim/2016


*imagem da web.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Uma grande obra ( mensagem cristã)


Será que estamos fazendo uma grande obra ou qualquer atração nos distrai e deixamos inacabada o projeto que começamos? Para não pararmos no meio do caminho precisamos primeiramente da proteção de Deus e depois do trabalho em união. Sozinhos não vamos muito longe, mas em comunhão somos mais fortes para prosseguir.  O que tira a nossa atenção nesse mundo  moderno cercado das tecnologias e invenções?
Infelizmente, nunca se viu uma geração tão doente como a atual. Os vírus assolam a população, bebês já nascem condenados ao sofrimento com a microcefalia.  O câncer que é o outro mal do século, vem fazendo vítimas independentes de sexo, idade, condição social, religião. Aids, zika, dengue...quando nos livraremos dessas doenças?
Essa mensagem surgiu justamente ao conhecer  a história de Neemias, personagem bíblico que decidiu fazer uma grande obra.  Que obra Neemias realizou?  Amigos leitores, Neemias ao saber que os muros da sua cidade Jerusalém estavam destruídos, ele foi o primeiro a se levantar para fazer algo. O detalhe mais importante é que Neemias não estava em Jerusalém, mas na Pérsia.  E para realizar essa grande obra, ele precisava de muita força e proteção divina e terrena para chegar ao seu destino e cumprir as etapas planejadas. E ele conseguiu os apoios necessários, de Deus, através da oração e do rei a quem ele servia, através de cartas de recomendação.
Parecia impossível aos olhos humanos alguém se levantar para reconstruir  muralhas. Eram entulhos, escombros, sujeiras por toda parte da cidade, desanimavam os prováveis voluntários. Mas Neemias tinha um foco: fazer uma grande obra. Assim que ele conseguiu os apoios necessários ele foi tentado várias vezes pelos inimigos para que desistisse.  A sua grande obra era motivo de escárnio, gozações, indignações, fofocas, falsos testemunhos... No entanto, Neemias estava focado, não se deixou distrair com conversas sem sentidos ou explicações desnecessárias que fariam atrasar a realização do seu projeto. 
E nós? Será que temos esse foco em nossos projetos? Será que interrompemos as nossas grandes obras para explicar aquilo que os inimigos não irão e nem querem entender? Todo e qualquer bom projeto chamará a atenção de pessoas que não estão dispostas a contribuir, mas atrapalhar, interromper, desviar a atenção para que a obra fique engessada. O que podemos aprender com a história de Neemias?  Se o seu projeto é algo grandioso, prossiga sem desviar dos seus objetivos nem agarrar aos problemas, pois maior que todos os problemas é a solução apresentada por Deus.
Ah, Neemias reconstruiu a muralha, segundo a Bíblia, em apenas 52 dias. O sucesso foi tremendo que surpreendeu até as pessoas que se levantaram contra ele. Porque o que Deus tem para nós, é sempre infinitamente maior do que almejamos, e a frase que Neemias repetia para os parceiros voluntários: “_ Deus nos dará sucesso!”  E que essa semana, considerada pelos cristãos "Semana Santa", seja de bênçãos para todos.   


                                                E. Amorim/2016

                                   Desmontando livro de Neemias. 

                              

sexta-feira, 18 de março de 2016

Sem máscaras, retoques ou maquiagem (crônica)



Há um equívoco imenso propagar que baianos são preguiçosos, acomodados, oportunistas... Sou baiana desde que nasci e esses adjetivos não fazem parte da minha trajetória, não só da minha vida, mas de muitos baianos trabalhadores que conheço. Somos persistentes e eu, particularmente, sou abusada. Quando quero algo, luto honestamente até conseguir. Bato numa porta, se não abrir, vou para outra, outra e  mais outra...até que alguém abra e convida-me para entrar. Não invado, sou educada.
Nada vem por um acaso ou engano. É na raça, na vontade e na certeza de que há um Deus que protege os que andam pelos caminhos do bem. E eu creio em Deus.
Quando decidir propagar a literatura através da internet, alimentei o sonho, para muitos, impossível: um milhão de leituras. Esse valor era a minha meta. Queria que meu texto circulasse a ponto de atingir outros países, continentes. Sonho meio louco, não? Uma baiana pobre, negra, professora... totalmente desconhecida no próprio estado em que mora ir tão longe com as suas escritas desmontadas... Sonho? Realidade!!!!!!!!!!
Como isso seria possível se não propago política partidária, acidentes, erotismo nem fofoca de artistas? Como conquistar leitores sem o sensacionalismo  que atrai multidão?  Como divulgar literatura na web concorrendo com tantas outras atrações bombásticas? Sendo eu mesma. Sem máscaras, retoques ou maquiagem. É essa a minha literatura, uns gostam, outros amam ou detestam. Escrevo para quem gosta, quem sabe um dia esse gostar se transforme em amor?
 Recentemente fui questionada de onde vem a inspiração para a quantidade de textos que produzo. Como todos que escrevem, acredito que tenho o meu momento, meu mundo, meu canto... E em “meu lugar” a inspiração surge de repente, seja de um copo que se quebra ou de um assobio lá fora. Escrevo em qualquer lugar, basta encontrar-me com a minha outra metade que me empurra até o caderno, tela do computador, capa do livro, sei lá, onde tiver espaço em branco, preencho com texto que cria asas. Se irá voar, não sei. Às vezes aquele texto que penso que terá muitas leituras  é ignorado, já outros “sem graça” são os mais lidos, compartilhados.
Hoje posso dizer que tenho leitores nos quatro cantos do mundo. Meu milhão já passou, está ficando lá trás... E meu próximo passo? Ganhar dinheiro com a literatura... Vender o meu produto. E não precisa ser milhão!  Está rindo, não é? Você não é o único. Eu também ri bastante dos meus sonhos literários, com uma diferença: Eu não desisti de sonhar! Assim, percebi que Deus também não desiste de investir em mim. Já está a caminho o primeiro prêmio (ainda não é em dinheiro) literário... aliás o segundo, pois o primeiro foi ter te conquistado.


                                                   Elisabeth Amorim/ 2016

Sou Jesus (poesia)


Fui crucificado entre dois ladrões
Que crime cometi?
Não roubei, não matei nem menti
Prenderam-me como se criminoso fosse
Para esse mundo imperfeito
Apresentei soluções
Ah, como sonho com um mundo perfeito!
Como faria bem aos corações.

Meu povo precisou  aprender
Que na dor ou no lamento
Sou eu quem acalento.
Sou caminho, verdade, vida...
Paz que o mundo precisa desfrutar
Nessa terra onde a ganância impera
Ensino o verbo amar
Deus é quem lidera.

Já fui traído por Judas,
Acharam-me pior que Barrabás
Minha morte não ficou para trás.
O meu Pai me salvou
Vivo ativamente entre os cristãos
A minha estrela brilha forte
Jesus Cristo, irmãos!
Filho de Deus que venceu a morte!

De que crime me acusaram?
           Apresentei para doente, cegos a direção
Precisando de mim, eis a minha mão!
Sou força, poder e cura.
Quando a medicina diz que não tem jeito
Confie, ore, clame por mim.
Já levantei muitos doentes do leito.
E faço da vida triste um jardim.


Estou na Casa do meu Pai
Voltarei sim, um dia!
Será que de novo me crucificariam...
Se eu me apresentasse como Rei?
Diante de violência, ganância e corrupção
O meu  trono real é bem disputado.
Por almas vazias de emoção
Que matam inocentes e  soltam culpados.

O meu canto é triste.
Quero um mundo de amor.
Não quero sofrimento nem dor.
Chega de maldade e injustiça.
Deus é o juiz legal
Sem Judas nem  premiada delação,
Que o meu povo desfrute a paz
Para o crescimento da nação.

Onde se escondeu a união?
De repente o mundo tornou-se pequeno...
Busque-me e veja o meu rosto sereno
Sou a vitória, sou luz.
Dou força para os desanimados
A fé em meu Deus me conduz...
E mesmo que olhe para todos os lados
É no coração onde moro... Sou  Jesus!


                              E. Amorim

             www.toquepoetico.wordpress.com

quarta-feira, 16 de março de 2016

Fofoca ( poesia)

*

A fofoca é assim...
Sai dando piruetas
Dançando como bailarina
Revira todas as gavetas
Um estopim!
Para tudo, afinal
Ela invade sala, quarto e quintal
Faz do alvo celebridade
E as flechas no coração
Atingem de verdade.
Que coisa ruim...
Saber que a fofoca é assim!


A fofoca é assim...
De um falar sem querer
Uma mentirinha inocente
Que o mundo precisa saber.
É algo muito ruim.
Mentira, calúnia, difamação
Esse jogo da traição
Tem um motivo oculto
Sujar a roupa limpa do varal
Falta de caráter absoluto!
Que coisa ruim...
Saber que a fofoca é assim!

A fofoca é assim...
Desde as primeiras civilizações
A fofoca se fez presente
O inimigo arma situações
Não escapa Abel nem Caim.
Na família, no trabalho, na igreja,  na sociedade
Atinge público de qualquer idade
Algo nocivo que corrói
Mata todo o sentimento humano
Cada célula boa a fofoca destrói
Que coisa ruim...
Saber que a fofoca é assim!



Fofoca é assim...
Como um travesseiro de penas
Ao vento sendo rasgado
É um mal que entra em cena
Atinge você e também a mim.
Como escapar dessa maldita?
A vida é tão bonita
Para que perder tempo com intriga?
A mentira só faz sofrer
Viva sua paz sem briga!
Que coisa ruim...
Saber que fofoca é assim.



Tenho um segredinho para te contar...
Conte! Conte! O que tens hoje para mim?
Que coisa ruim!
A fofoca é assim...


         E. Amorim/2016


* Tela "Conversa de lavadeiras", autor?! ( Caso saiba nos avise, pois da imagem surge o texto.)

sábado, 12 de março de 2016

Bolinhas de sabão ( infantil)

Lá da minha janela via a garotada brincando na pracinha. Corre-corre, amarelinha, ciranda cirandinha. .. E as bolas se misturavam com as bonecas, piões, gudes, cavalinho de pau. Todos irmanados numa mesma proposta: ser criança.
De repente, uma bolha de sabão se aproxima da minha janela… Percebo aquela garotinha sentada num banco a observar. De vez em quando, ensaiava um sorriso com os tombos que alguns levavam dos patins e patinetes. Por que ela não participava? Desse meu local de conforto nada faço, apenas olho. Não! Tenho que mudar de posição.
Desço correndo as escadas, sinto ainda o nariz molhado. Chego a pracinha quase sem fôlego. Procuro a minha criança. Onde  está? Em que local ela se escondeu?  Não posso deixá-la de lado.
Com um sorriso sapeca, passo a mão no bolso encontro o frasquinho que produzia as mais belas bolinhas de sabão. E sem pensar muito, passo a soprá-lo, soprá-lo.
E o céu fica mais lindo! Colorido!
 Alguns adultos me olhavam de forma esquisita. Não me incomodei. A infância está dentro de cada um, às vezes dormindo…   Encontrei a minha criança que estava perdida, justamente quando uma bolha de sabão pousou no meu nariz…
Sorrisos a minha volta. Dessa vez, com um sopro bem mais forte joguei para o céu as mais lindas bolinhas de sabão…
_Quem consegue capturar pelo nariz essas bolinhas de sabão?
E a gritaria recomeçou e a correria também…


Não pedi silêncio. E não me incomodaria se todas as crianças do mundo acordassem naquele momento e participassem daquele desafio.
                                     Elisabeth Amorim/ 2014

Papai, quero mudar de nome! ( infantil)

Naquela pequena família formada por dois membros, o pai Reparildo Waner e o seu filho que não poderia ter outro nome, senão Reparildo Waner Filho. Fato que incomodava aquela criança era como o seu nome inquietava tanto os adultos. Pois para os seus primeiros colegas de escolinha maternal era normal chamá-lo de Reparildo, porque ninguém queria chamá-lo de “Filho”. Na verdade para os colegas o estranho era o último nome e não o primeiro.
        Reparildo  cresce, 10 anos, gordinho, resultado das goloseimas fora de casa, pele clara, cabelos lisos, olhos graúdos, um menino falante em casa na companhia do pai, mas passando de uma escola para outra, fase ginasial, Reparildo Filho fica cada vez mais quieto. A aula que mais gostava era aquela que o professor esquecia de fazer a chamada. Porque assim ele era poupado dos sorrisos, piadinhas dos novos colegas. Se pelo menos a sua mãe tivesse presente…
      Sr. Reparildo muito atento com o filho, desde que perdera a esposa assumira a dupla função, sendo além do pai, o grande amigo do seu filho. Percebe a tristeza do garoto. E sem descuidar da educação, questiona o menino sobre o motivo da tristeza. Reparildo Filho pelo respeito e grande consideração que tinha com o pai, imaginou que ele ficaria contrariado com o seu desejo de mudar de nome para evitar as agressões dos novos colegas. Então, preferiu omitir o principal motivo e dizendo, sem mentir também, que estava  saudoso da presença materna.
       E o pai pacientemente fala também da sua saudade, mas a vida é assim mesmo. Todos nós estamos de passagem neste mundo, uns vão para o outro mundo mais cedo, outras demoram um pouquinho mais _ dissera o pai._  A sua querida mãezinha  partiu mais cedo. O importante é saber  que o período que ela esteve presente em nossas vidas ficará gravado para sempre.
       Reparildo Filho ouvia o pai atentamente com orgulho daquele homem. Enquanto ele pudesse esconder o seu problema com o nome,  esconderia. Pois seu pai não merecia se aborrecer.
      Só que na escola o bullying prevalecia. _ Reparildo gordinho! Vai reparar o quê? _ Reparildo quando você vai reparar a sua gordura? _ Reparildo, cadê a reparação?
Reparildo cada vez mais fica calado. E a sua vingança era comer e comer mais doces, frituras, cachorro-quente… E cada dia  ficava mais pesado. Calado. Sofrido. Sem querer sair da sala, isolado-se aos poucos.
       O pai ao observá-lo mais atentamente, revê um filme antigo, percebe que algo o incomodava e telefona para a escola , e a direção o convida para informar a situação do garoto. Assim é comunicado sobre isolamento da criança, a apatia e a falta de participação. Estranha, pois o garoto sempre tão saudável e brincalhão… Agradeceu a direção e prometeu acompanhar de perto para sanar aquele problema.
       Ao chegar em casa, fica aguardando Reparildo Filho chegar, e observa que ele vem como se tivesse um mundo em suas costas. E o aborda de maneira incisiva:
      _Filho, o que está acontecendo? Fale, qual é o seu problema? Não adianta negar!
      _Papai, quero mudar de nome!
       O pai deu uma gargalhada gostosa. Pensava em mil coisas que havia acontecido para deixá-lo naquele estado, mas o problema era o mesmo…Um nome! E fala para o seu filho toda a gozação que ele passou por conta do nome e da gordura na sua adolescência… _Cheguei a pesar quase 70 quilos… dissera. E o filho que nunca havia imaginado que seu pai também havia passado pelos mesmos problemas  questiona:
        _ Como o senhor resolveu?
_ A primeira mudança é aqui dentro ( e pega do lado do coração do filho) só quando mudamos por dentro que conseguimos mudar por fora. Vou lhe explicar. Eu era revoltado com o meu nome, mas a minha revolta com o nome fez com que aumentasse o meu peso, comia muitas bobagens e engordava e engordava. Assim, meus colegas que riam do meu nome passaram também a sorrir da minha gordura, do meu andar desajeitado, da minha timidez… E cada dia aumentava mais os problemas. Decidi resolver um problema de cada vez, e passei a investir na minha saúde primeiro. E comecei a fazer caminhadas, pedalar, jogar bola… No início era uma gozação aquele adolescente gordão correndo desajeitado atrás da bola, depois percebi que era bom goleiro. Quando emagreci já tinha feito tantas amizades que o problema do nome ficou tão pequeno que nem pensei mais em mudá-lo. Mas eu me permitir a mudança… Não me isolei porque precisamos uns dos outros.
      E daquele dia em diante Reparildo Filho começa a sua dieta e maratona de exercícios, pois seu pai lhe ensinou uma bela lição. Não adiantava querer fugir dos problemas porque eles iriam acompanhar. E estava superfeliz consigo mesmo, e a sua felicidade foi percebida pelos colegas que logo disseram:
    _ Olhe para “Repara”, pessoal, parece que viu um passarinho verde! Será que já está namorando? Reparildo  está virando homem!
icr.4.00002


          Realmente, Reparildo estava diferente, aprendeu a amar a si mesmo e encarar os problemas de frente. E quando isso acontece a mudança é notável. Se ele mais tarde irá mudar de nome, não se sabe, porque seja Pedro,  Tadeu, José, Manoel, Ricardo, Joaquim, Alfredo, Marcos, Afonso, Lucas, Eduardo, Levi, João, Marcelo, Edmilson, Felipe, Eliaquim, Francisco,  Daniel, David, Samuel, Israel, Frederico, Raimundo, Abel ou Caim… naquele momento era o Reparildo que estava se divertindo com os colegas no jardim.
                                                                Elisabeth Amorim/2013



Publicado:  https://toquepoetico.wordpress.com/2014/04/20/papai-quero-mudar-de-nome-infantil/

quinta-feira, 10 de março de 2016

Mão amiga ( mensagem)

*

Muitas pessoas se acham importantes porque conseguem ser seguidas por multidões, propagam a quantidade de amigos nas redes sociais e comemoram as curtidas nas postagens, mesmo aquelas com intuito de informar “nada com coisa alguma”. Mas a quantidade de abraços mostra, para alguns, o quanto é significativo a postagem compartilhada. É um alimento para o ego.
No entanto é imprescindível pensar, antes de querer ser abraçado, quantas pessoas eu abracei? Quantas pessoas eu ajudei? Quantas pessoas que contaram comigo e eu ignorei? Porque mais importante do que ter um milhão de amigos para curtição virtual, é refletir se você é amigo(a) de um milhão de pessoas? Você é amigo(a) ou você tem amigos?  É sutil, mas a diferença é gritante. Ter amigos é diferente de ser amigo.
Porque ser e o ter são verbos com sentidos diferentes. Ser amigo exige de você  dignidade, confiança, você precisa ser fiel aos princípios e ser o(a) doador(a). No ser amigo, os méritos são seus, com isso os aplausos também. Já o ter amigo, essa confiança não é sua,  fidelidade, doação também são dos outros. E a nossa reflexão de hoje:  A imagem que você passa para as pessoas que tem você como amigo(a) é bonita ou ilusória? Você é uma pessoa digna de confiança?

Amizade precisa ser recíproca quando você é amigo(a). Amizade vai e volta. Se você  não consegue ser amigo(a), se você não tem tempo para doar alguns minutos para ouvir o outro, visitar, abraçar... não perca seu tempo cobrando isso de alguém.  Seja amigo(a), sem cobranças faça a sua parte. Consequentemente, outros reconhecerão o seu valor, pois uma mão amiga vale  ouro.
                               E. Amorim/ 2016

*imagem do google

sábado, 5 de março de 2016

Mulher em paz (poesia)



Em paz a mulher espera,
Supera
Obstáculos do caminho
Vencendo cada batalha.
Pois ela nunca está sozinha
Entra em cena para ganhar,
Lutar,
E se por acaso cair
O novo dia é o cenário
Onde cada mulher poderá brilhar.
E novamente  voltar  a sorrir
Em paz.
                                 
                                                     AMORIM

                     
                   8 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER


* Richard Johnson , Pássaros azuis.

No espelho ( poesia)


Quem sou eu?
Para onde vou?
Em que lugar deseja a minha presença?
Já fui amordaçada,
 Para que a minha voz não saísse da cozinha,
Trancada em um porão qualquer,
Para que as minhas letras não criassem pernas,
Já fui usada sem pudor
Como um objeto descartável do  Sinhô..

Quem sou eu?
Para que tanta violência?
Só queria... estudar.
Só queira...escrever,
Só queria ... votar.
Não era para medir forças contigo.
Cor da pele diz muito pouco, meu amigo.

Quem sou eu?!!
Sou  mulher,
A negrinha  assanhada da Sinhá
Ou negona  boa do Sinhô?
Sou hoje o que quero ser
Quebrei correntes,
Mesmo que para isso faltaram alguns dentes.
Invadi as universidades,
Pelas beiradas, brechas de verdade.

Arrombei  portões das adversidades,
Pode levar fé,
Sou guerreira, fiz  valer o meu discurso.
E faz um bem enorme ao  coração,
 Ser Maria, Rita, Vanda, Carmem ou  Amélia...
Sobrenome é Superação!
Escolhi ser MULHER de verdade.
Mulher que nada contra a maré,
Com disposição e samba no pé.

                                                                                         Elisabeth Amorim/2016

8 de MARÇO, Dia Internacional da Mulher






sexta-feira, 4 de março de 2016

A conspiração (conto)

*

Sou negra como a noite. Para uns sou feia e minha cor representa luto, tristeza. Para mim, a minha cor é linda, não tem essa de cor do pecado... Cor preta, negra, escura. Nada de marronzinha. Sou Pretinha! E daí?
Aceito a comparação da minha cor com a noite. Tem algo mais espetacular do que uma noite estrelada? Uma noite de luar? Uma noite de amor? Ah, me comparar com a noite é um elogio e tanto. Agora me chamar de macaca... isso eu não aceito! Viro bicho!
Certo dia fui ao mercado comprar  algumas frutas para minha mãe. Depois de enfrentar uma fila enorme, ao passar pelo caixa,  uma pessoa branquinha atrás de mim, ao olhar para minha cestinha que deixei no chão, disse debochando:
_ Faltaram as bananas!
Fingi que não ouvi, fiz pose de artista, mesmo com uma sonora gargalhada me acompanhando. Olhei e percebi de onde partira a ofensa. Não! Não valia a pena responder. Sair rapidinho daquele lugar, pois sabia que a minha beleza negra incomodava. A vida conspira contra nós.
De novo, dessa vez o guarda de segurança, negro igual a mim, grita:
_ Ei, e as bananas?!
Virei, achei um desaforo ouvir aquela agressão até de pessoas da mesma cor... Fiz aquele gesto universal. Não queriam bananas... Então, tome! Descarreguei toda a minha revolta contra os conspiradores. Sorriram a valer do meu gesto, mas sair de nariz empinado. Alma lavada.
Em casa ao falar sobre o ocorrido para minha mãe, ela  sorriu  triste e disse que eu não precisava revidar a discriminação,  pois não era assim que se combatia o preconceito racial. O meu gesto a deixara triste, pois ela dissera que a careta é feia para quem faz.  E foi arrumar as compras enquanto eu caminhava para o meu quarto, já meio arrependida da minha atitude... Ah, quem mandou me ofender?  De repente:
_PRETINHA, CADÊ AS BANANAS?!

Reflexão: Quando enxergamos conspiração em tudo, até um gesto de gentileza soa ofensivo.
  
                                    Abraço baiano,

                                Elisabeth Amorim/2014

                        (www.toquepoetico.wordpress.com)

* apenas ilustração, imagem da web.


             8 de março, Dia Internacional da Mulher

quinta-feira, 3 de março de 2016

Tornei-me mulher ( poesia)

*

É no grito silencioso.
 Do parto sem dor.
Tornei-me mulher.
Ó presente glorioso.


Da família em construção;
Assumo o lar, não sou pai.
Sou o sustentáculo fiel
Como qualquer cidadão.

Não nasci mulher
Cada vitória foi agarrada
As lutas são constantes
Acredite se quiser.

Apenas, o sim, senhor...
Era a minha frase habitual.
Fui para as fábricas, urnas e ruas
Para reivindicar o meu valor.

Tornei-me mulher!
Grito para os quatro cantos,
Voto e sou votada
Meu discurso , arrojado é.


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8 de Março - Dia Internacional da Mulher




* imagem da web. (apenas ilustrativa)

quarta-feira, 2 de março de 2016

Atitudes Avessas (mensagem)


É muito difícil agradar a todos. Mas agradando a si mesmo já é um grande avanço. Porque quem está satisfeito consigo, dificilmente se preocupa em perseguir, agredir ou tentar paralisar o seu próximo.  Quem está bem e de bem com a vida não perde seu precioso tempo em observar janelas alheias, desviando do seu objetivo. Vamos para mais uma mensagem:
Um pai à beira da morte quis falar com seus dois filhos. O filho mais velho, imaginando que o pai deixaria a maior parte sua fortuna para o seu irmão mais novo, foi ao encontro no quarto, bem contrariado.  Já pensando numa forma de trapacear o irmão mais novo, pois tinha ciúmes dele, pois achava que o pai dava mais atenção ao caçula.
Diante dos dois filhos, o pai pede para que eles se aproximassem e fala  do seu último desejo:
_ Gostaria de que você, meu filho mais velho, cuidasse do seu irmão para que ele não passe fome. Ele é muito extravagante, se ficar com algo, joga tudo fora. Por isso que deixarei tudo que tenho para você, único responsável pela administração dos nossos bens. Mas, por favor, não desampare o seu irmão, ele precisa crescer!
Aquela revelação surpreende o rapaz, mas ele não se arrepende pelos maus pensamentos que cultivara para se livrar do próprio irmão mais novo. Pois tinha certeza de que a divisão seria diferente. Enquanto ele trabalhava desde a infância o mais novo apenas se divertia, dizendo ser muito novo. Esquecendo que apenas dois anos era a diferença de idade. Finalmente aquela situação teria um final.
De imediato o filho caçula se assusta com aquela revelação e questiona:
_ Meu pai, o senhor teve dois filhos. E não é justo meu irmão ficar com tudo e eu sem nada... Será que ele não andou aprontando em nossas costas?
O pai já prevendo essa reação, responde tranquilamente:
_Por isso mesmo que estou deixando para ele. Se ele tem tudo porque ele  sempre me ajudou construir o que temos.   Você não tem nada, porque toda a sua parte já foi gasta durante toda a sua vida. Veja as cópias das suas despesas estão ali...
De novo o filho caçula protesta:
_ Não é justo, meu pai!  Eu sou jovem, preciso de mais dinheiro que ele. O mundo está aos meus pés... Eu sou mais bonito, preciso de roupas melhores que a dele. Eu sou mais...
O pai interrompe:
_Imprudente, arrogante, ingrato... avesso.
E fecha os olhos com um sorriso nos lábios. 
Desejo não cumprido. Após o enterro o caçula foi expulso de casa.

Quantos de nós tomamos atitudes avessas? Às vezes, as pessoas usam as desculpas mais frágeis para justificar as atitudes mais absurdas, na verdade justificar o injustificável. O mal já está lá dentro do coração, basta apenas uma faísca para que a explosão aconteça.  Não é questão de quem está certo ou errado, mas olhar-se no próprio espelho, e colocar-se no lugar do outro. Fazer a inversão de papéis e tomar a mesma atitude. Será que conseguiremos? Ser ator principal muitos querem, mas o coadjuvante também tem a sua importância. A diferença entre protagonista e secundário talvez,  esteja no pequeno detalhe:  a diferença!

                                                    Amorim



Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim