quinta-feira, 30 de abril de 2015

E sorriu para mim (poesia)


As horas passam lentamente
Fico a te esperar, meu amor.
Quero-te pertinho de mim
Com teu sorriso encantador.

Chega de tantas provas
Sem nenhum fio conectado
Apenas mensagens de amor
Para quem esteve do teu lado.


Drible essa danada mais uma vez!
Amor, acorde para mim.
Venha, o sol nasceu tão lindo!
Há tantas vidas no nosso jardim.

Meu amor me escutou
Minhas angústias chegaram ao fim,
Abriu os olhos lentamente,

E sorriu para mim.
          
                                               E. Amorim

Sentimentos ( poesia)



Machucaste meu coração
Numa insensatez sem igual
Insiste na razão
Amor é amor sem igual.


Como as águas mansas da fonte
Que banham meu corpo agora
Precisamos reforçar essa ponte
Caso contrário, o amor vai embora.


Sentimentos compartilhados
Razão e emoção
Presos, como rivais acorrentados
Quem perde é o coração.


Amor é doação
É também doador
Sem essa tal emoção
Restam  marcas do desamor.

E. Amorim

                                                     





quarta-feira, 29 de abril de 2015

Vejo-te assim (poesia)






Admiro sem cessar
As águas  calmas de um rio
O brilho das estrelas
Sorrindo para mim
Vejo-te assim.


Voltando para casa
Como um ser iluminado
Como um guerreiro cansado
Querendo colo sem fim
Vejo-te assim.


Chamando-me de amada
Doando-se por inteiro
Esse amor verdadeiro
Entregando-se só para mim.
Vejo-te assim.


Mesmo com temporais
Não desanimaste
Minhas lágrimas secaste
Vejo-te assim
Semeando flores no jardim.

Otimista e Pessimista ( mensagem)


Certo dia dois amigos Otimista e Pessimista estavam num local  ermo. Caminhando, caminhando... até eles perceberam que a água do cantil  havia acabado. E se não encontrassem uma fonte, morreriam de sede.
Enquanto Pessimista dizia assim para  seu amigo e grande rival das opções da vida:
_ Vamos parar de andar? Já que vamos morrer mesmo, para quê apressar a morte se não vamos encontrar água nesse deserto?
Otimista sorriu do amigo sem entender o porquê os opostos se atraem, respondeu:
_Não!  Amigo, vamos continuar andando. Estou sentindo que próximo daqui encontraremos água. Não vamos desanimar e sairemos daqui vivos!
Resmungando e sempre contrariado, Pessimista não larga do pé de Otimista. Até que os dois avistaram um fio de água escorrendo de uma pedra, como se brotasse daquele local uma fonte.
Otimista ficou extasiado, pulava feliz comemorando:
_Viva! Não disse, Pessimista? Olhe que beleza! Encontramos água! Encontramos a vida! Essa linda cachoeira  irá nos salvar!
Pessimista olha para a água que descia das pedras e diz com desdém:
_Cachoeira que nada!  Um fio de água desses não é motivo para comemoração... Será que não está poluída? Acho que essa água não presta! Se fosse boa não estava no meu caminho. Dessa água eu não beberei!
E a vida  segue seu curso como um rio, águas sempre renovadas.   Otimistas transformam um filete de água em uma linda cachoeira, enquanto os pessimistas conseguem poluir um rio inteiro.
 Enfim, Otimistas vivem um dia de cada vez, sem atropelos, pois seus passos são planejados, firmes  em suas posições( políticas, filosóficas,sexuais, religiosas...)  são guias da própria história, enquanto os Pessimistas dificilmente chegarão a lugar algum,  pois não acreditam no próprio potencial, não lutam e sem batalhas não há vitórias, por isso são  guiados pelas histórias dos outros.

         Deixe o otimismo fazer morada em sua vida! 
                               
                                                       E. Amorim

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Oceanário de Lisboa ( conto )



Tudo parecia tranquilo, intervalo de aula, até aquele convite escancarado no meu e-mail:  “Venha conhecer-me em Lisboa!  Sou o melhor desmontador de literatura de todos os tempos.   Fernando  P.”  Inquietei-me  na hora.  Como o “Fernando Pessoa” me conheceu ?  Eu nunca conseguir conhecê-lo.  São tantas e tantas máscaras, capas para se chegar até ele.  Tanto tempo e ainda povoando minhas aulas e meus sonhos.
 Não, aquilo era uma loucura, Fernando Pessoa  não poderia ser, pois o  português Fernando Pessoa (1888 – 1935) foi o maior poeta de todos os tempos, ninguém até hoje conseguiu imitá-lo.  Fingi ser mais um spam, desses que invadem a nossa caixa de mensagem, sorri  da minha viagem  e continuei a navegar...
_ Que lugar maravilhoso! Como  vim parar aqui? Quem é você? Espere estou lhe reconhecendo... Onde estou?
_ Prazer,  sou  Fernando Pessoa! E você está no Oceanário de Lisboa.
_Então estou em Portugal. Mas... mas você é Fernando Pessoa  mesmo ou o Álvaro de Campos?
Fernando deu uma gargalhada.  Preferiu não responder, deixou-me com aquela pulga atrás da orelha. De repente,  encontro-me  percorrendo cada espaço daquele lindo lugar  com Fernando ao meu lado.   Não sei o porquê, mas achei que ele estava querendo me enganar.  Naquele momento não era ele quem falava, mas o Álvaro.  Principalmente quando perguntei sobre o que ele achava sobre uma carta de amor. Como jovem,  aquele assunto me interessava.  Com a resposta veio a confirmação:
_ “ Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”.
_Ahhhh...  Fernando você pensa que me engana? Essa fala não é sua, mas de Álvaro de Campos.
_Garoto esperto. Mas quem é Álvaro senão eu mesmo?  Ele é eu, mas eu não sou ele.
Tive que engoli em seco, pois entendia  o que ele estava dizendo. Ele era um desmontador literário nato.  Ele criou o Álvaro, mas ele não é o que ele criou.  Senti que era hora de tirar todas as minhas dúvidas, assim chegaria na sala com uma bagagem pesada e aproveitei:
_ Quem é realmente o  FERNANDO PESSOA?  A bandeira de Portugal?!
Com uma  gargalhada como se fosse a pergunta mais idiota do mundo, ele me responde:
_ Ora,  Fernando sou eu.
_Sim, mas quem é você?
_ Sou o que querem que eu seja. Gênio, intelectual para uns, esquizofrênico para outros...  Um grande poeta português.  Um sonhador, tradutor, jornalista, crítico, empresário, inventor, publicitário, astrólogo, editor  e...
_Chega!  Parece que você quer me humilhar com tantas profissões...  já sei, um criador de heterônimos!
Novamente Fernando Pessoa sorri  e complementa  tranquilamente:
_ Eu ia dizer “um  fingidor”!
Entro em choque, ele estava me desmontando também, fazendo-me um dos seus heterônimos.   De repente  fico cara a cara com o maior poeta do mundo e ele vem me dizer que é um grande fingidor. Um mentiroso?
_Fernando, você está me dizendo que a sua produção literária é uma farsa?
_De maneira nenhuma, não repita essa bobagem nem em sonho.  Digo que “ todo poeta é um fingidor”! Como o poeta  iria passar um sentimento para seu leitor sem fazê-lo   sentir o que  deseja que ele sinta? Todos nós escritores fingimos para convencer o leitor? Você  já escreveu alguma poesia? Ou você está apenas na prosa para agradar a sua mestra? Se já escreveu sabe do que estou falando.
Agora foi minha vez de sorrir. Como dizer ao grande poeta que aqueles meus rabiscos eram poesias?  Bem, como foi ele mesmo que disse sobre o fingimento dos  poetas... é só colocar em prática.
_Eu?! Que nada! Entrei aqui de gaiato.
Parece que não fui bem convincente.  Pois sorrimos juntos.  E  seguimos caminhado por toda a extensão do Oceanário.  Depois de algum tempo  ele pega  o relógio antigo que tira do bolso, olha as horas, enquanto fico com aquela vontade de exibir o meu smartphone com a biografia dele  salva  à minha disposição. De vez em quando na nossa prosa, dava uma conferida no meu aparelho  se era ele mesmo, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro  ou  Ricardo Reis... que se pronunciava.  
Com um   pedido de desculpas , Fernando se despede:
_Tenho que apressar-me, caso contrário perco o encontro que marquei com Alberto Caeiro, lá na Torre de Belém. 


_ Certo, foi  um prazer  conhecê-lo na sua cidade, Fernando Pessoa.
_ O prazer foi meu. Só não estendo mais  o nosso passeio  porque o Alberto é todo metódico, certinho,  não tolera atrasos... ele é  tão perfeito  que eu luto para imitá-lo e não consigo, pois  ele é inigualável.  Ah, dê lembranças a sua professora! Gostei do desmonte.
_Sei... Ei, espere um pouco! Alberto Caeiro não é você?  Fernando ! Fernando!
       Ele some de vista.  Aposto que estava sorrindo às minhas custas.
                                                                         
                                                    ***
De repente,  meu aluno Fernando Sales Poeta  toca em meu ombro e diz sorridente:
_E aí pró,  a senhora leu  o meu  texto sobre Fernando Pessoa  que enviei por e-mail? Não me dê bronca,  esqueci e abreviei  o meu  último nome... Será que agora aprendi fazer o desmonte?
                                                        
                                    
                                       Elisabeth Amorim


 imagens da web ( pontos turísticos de Portugal)

terça-feira, 14 de abril de 2015

O mundo na palma das mãos, curtiu? (reflexão)




Com o avanço tecnológico temos a chance de conhecer, pesquisar, aprender, criticar ou entreter com o que acontece do outro lado do mundo. Podemos ser lidos do outro lado, sabe por quê?  O mundo ficou pequeno, com as navegações na internet, eis o mundo na palma das mãos! Desbravar  os mares não é necessário mais as caravelas, mas um pequeno mouse.

São tantos benefícios que temos com as TIC que pensar a sociedade contemporânea sem computador, internet, pen drives, redes sociais, sites e blogs parece que falta algo importante. E falta mesmo, a magia da leitura virtual. As leituras estão sendo  feitas, porém, sem  seletividade, critérios, criticidade na hora da escolha.

No entanto o avanço tecnológico derrubou fronteiras, distâncias,  mas contraditoriamente outros muros foram levantados. O isolamento do usuário diante das redes e teias virtuais é uma realidade problemática.  As mesmas redes sociais que nos mantem preso algumas horas numa ferrenha discussão banal, como a cor do vestido da madame  ou se o gatinho está subindo ou descendo uma escada, nos distanciam dos  vizinhos, parentes, amigos reais.

Cadê o beijo e o abraço? Onde está a discussão cara a cara? Tudo ficou reduzido no curtiu ou não curtiu. Não se comenta, critica, elogia um texto literário. Pois apesar da distância e de um mundo em nossas mãos, as carinhas entram em cena, uma para marcar felicidade, outra para espanto, outra para preocupação... seguidas do "kkkkkkkkk"

Nem sempre há oportunidade de verbalizar olho no olho o que se escreve. Quem está disposto a ouvir? As pessoas vão para o restaurante, igreja, barzinho sem desligarem os aparelhos celulares, 24 horas conectados, vigiando a telinha, dando o melhor dos sorrisos diante de uma bela jogada.  Não sabendo que a melhor jogada está sendo desperdiçada. Gente, o mundo na palma das mãos, e o que você faz com ele?  Quantos textos você leu esta semana  e repassou para os amigos virtuais? Até quando fecharemos as mãos para que  o abraço, o carinho, apoio não escapem? 
Esquecemos que tudo modifica rapidamente, a chance de hoje poderá não ser favorável amanhã...

A vida que passa!

A vida que vem!

A vida que vai...

Sendo curtida

Por um mundo inteirinho nas mãos...

Com apenas um Toque.

Poético, talvez...

Curtiu?

                                                E. Amorim

sábado, 11 de abril de 2015

Gosto de lançar flores (crônica)


*

Fico a imaginar como as pessoas são únicas. Cada qual com ações e reações diferentes. Vejo o país passar por algumas crises, provavelmente passageiras. Observar  as pessoas diante de qualquer novidade  é uma experiência fantástica. Não gosto de olhar unilateral, por isso sou a favor das  leituras, mesmo contraditórias,  agradáveis, mas às vezes  encontro no meu caminho as desagradáveis.  Leio sem deleite  e brindo à literatura, pelo menos é essa a intenção.
Impressiono como algumas pessoas reagem diante de uma escrita. Há aproximadamente três anos  me cadastrei num site literário  e convidei  algumas pessoas  para fazerem o mesmo,  pois acredito que há lugar para todos, basta  o ser humano respeitar os espaços uns dos outros. Para ser lida não vou banalizar a escrita, afinal ela faz parte de mim. Está na pele, meus textos trazem a minha marca, acredito que ética, respeito e carinho estão inseridos neles.
Sim, nas minhas primeiras publicações,  um escritor passa a seguir cada texto publicado sempre com palavras agressivas, ridicularizando-os, incentivando-me a desistir, pois minha escrita era estranha… Quanto mais ele atacava, mas me motivava a escrever, pois imaginei:
_ Por que esse senhor perde o tempo dele para ler uma escrita que não gosta?  Alguma coisa estou acrescentando para ele. E ele também  muito acrescentava com as suas críticas.
Por fim, tentou me ridicularizar substituindo o meu  nome pelos meus personagens infantis “Dendê” e “Sardinha” ou culinária baiana, como ”Acarajé” e “Vatapá”.  Aquele escritor não imaginou o quanto aquilo me fez bem, posso não ser nada na Bahia, (como disse o meu ex-aluno da crônica “ O professor e o padeiro”)  mas ela faz parte de mim, onde for a defendo.  Sabem qual foi a minha reação? A mesma que estou fazendo agora. Escrevendo, lendo e escrevendo.  Como não teve o contra- ataque esperado ele deixou de postar, pois  queria o confronto, a discussão, desestabilizar o ambiente para justificar o injustificável.
Há dez dias(vejo o fato se repetir) resolvi participar de uma comunidade literária   e para surpresa    a minha página ganhou o mundo e incomodou  uma pessoa  jovem  que ostensivamente marcou o meu texto com a palavras tipo  “vômitos”.  Eu poderia ter apagado imediatamente, mas cada qual se responsabiliza pelo o que escreve. Deixei lá, diante de uma bela paisagem postada junto a mensagem o “vômito” da leitora.  Pensei naquele senhor que “não suportava” os meus textos,  mas não conseguia parar de lê-los. Acredito que até hoje sorrateiramente continua me acompanhando, agora com uma carente de remédio para enjoo.
Cada um tem um estilo próprio. Conquistar o leitor é uma tarefa árdua. Tenho leitores espalhados pelo mundo, só falta atingir um continente,  também o mais gelado, mas isso é  fruto de um trabalho sério e comprometido com a literatura.  Afirmo, por prazer, se algum dia o aborrecimento for maior que o prazer, escreverei só para mim. Parar de escrever? Jamais.
A escrita marca a personalidade do escritor, às vezes o que escrevemos soa como flores ou flechas no coração do outro. Sinto muito se já lancei algumas flechas em sua direção, não foi essa a intenção, caro leitor, por opção gosto de lançar  flores. Mesmo que tenha que me curvar para não ser atingida pelas flechas. Infelizmente, quando jogam  baixo…sou ferida.

                 Elisabeth Amorim/  abril, 2015


* imagem da web ( Japão)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Diálogo com Deus ( reflexão)


_Senhor, como pode uma rosa tão linda com tantos espinhos?
_Espinhos?! Foram eles que perfumaram o seu jardim?
_ Não! Mas eles estão ali...
_Você percebeu a beleza da rosa ou a ponta dos espinhos?
_Ah, percebi a rosa, claro! Mas ela tem espinhos...
_ E por que a sua preocupação se voltou para os espinhos?
_Não sei, talvez porque temo machucar meus dedos...
_ Os espinhos servem para protegê-la, pois a rosa é tão frágil que  precisa de uma capa protetora...Caso você se machuque diminuirá o seu sentimento em relação a rosa?
_Acho que não... Mas eles estão ali escondidos, mas consigo vê-los.
_As pessoas costumam olhar umas para as outras da mesma forma que tu olhaste para esta rosa...  Em vez de enxergar  a beleza na totalidade  a preocupação maior é apontar os defeitos em partes. E sabe o que elas veem?
_ Não!
_Exatamente o elas procuram enxergar...  a capa de proteção.
_ Os espinhos?!!!
_Exatamente, os espinhos.  Aquilo que machuca, fere, incomoda, humilha e até ridiculariza alguns... Aprenda apreciar o todo e não uma parte, por mais espinhos que tenha uma rosa,  eles não diminuirão a sua beleza.  Lembras   da coroa que Jesus Cristo ganhou no calvário?
_Sim. Mas foi uma coroa de...
_Não precisa completar o pensamento, trabalho em silêncio. E sei o quanto os espinhos machucam, mas eles não podem anular outros atributos.  E a vida de Jesus poderá ser vista também como essa rosa, vai além de uma coroa de espinhos. Há quem  tenha percebido a beleza, o perfume, a simplicidade, a essência da pureza por isso tem um olhar de adoração, respeito, êxtase diante da Sua presença.  No entanto há outros que  buscam os pequeninos espinhos e procuram em outras flores o símbolo da pureza, beleza, perfeição...
_Nunca  havia pensado dessa forma, Senhor.
_ Já está pensando agora...  pode fazer essa faxina dentro de você!
_Ei, o Senhor está me deixando? E os espinhos? Que faço com os espinhos de uma rosa?
_...
_Senhor?

          Em silêncio Deus continuou ao lado dele.  Sendo o Guia Protetor daquela  vida que não enxerga o todo, apenas as partes.  Tem momentos que ele é carregado no colo sem perceber, como  nunca  agradece a presença divina...   busca o prazer em outros braços.  Mas a valorização dada aos espinhos deixa-o  constantemente insatisfeito.

                                  Elisabeth Amorim


sábado, 4 de abril de 2015

Coelhinho Preguiça ( infantil)

Mamãe Coelha estava feliz com a sua família.  Seus filhotes eram lindos e fofos, bem cedo saíam da toca em busca de alimentos.  Sempre voltavam com um pedaço de cenoura que a menina Belita deixava no cantinho,  pois sabia que seus três amiguinhos viriam buscar.
_ Oba, vamos contar de novo?
Um, dois, três!  Essa conta Belita sabia, pois praticava a matemática todos os dias. Dos três filhotes, o Coelhinho Preguiça não trazia cenoura nenhuma. Pois achava que a cenoura era pesada. Coelhinho Preguiça sempre esperava que os seus irmãos fizessem para ele. Só que naquele dia Coelhinho Paciência e Coelhinho Sabido estavam dispostos a fazer com que Coelhinho Preguiça aprendesse  a buscar o próprio alimento.  Pois não era justo eles  praticarem a ação que deveria ser feita pelo outro.
Coelhinho Sabido disse:
_Coelhinho Preguiça, você mesmo carrega seu pedaço de cenoura!
Coelhinho Preguiça  escutou sem fazer nenhum gesto, pois até para falar ele tinha preguiça.  Mas Coelhinho Sabido insistiu:
_ Fale, mano! Você tem que dizer algo. Por que você não abre essa boca?
Isso era fácil para Coelhinho Preguiça, sem dizer uma palavra abriu a boca.
Coelhinho Sabido e Coelhinho Paciência sorriram,  porém  perderam a paciência.
Os irmãos Sabido e Paciência ficaram a matutar o porquê  do mano nascer tão preguiçoso . E de repente eles tiveram uma ideia:
_Será que Coelhinho Preguiça é assim por causa da cor?  _ Fala Coelhinho Sabido em tom de gozação, já pensando em aprontar com o preguiçoso.
_É mesmo!  Nós nascemos  dessa cor  e ele nasceu mais claro,  temos que fazer algo para ajudá-lo.  _ Diz Coelhinho Paciência sorrindo.
Enquanto isso, Coelhinho Preguiça está todo espichado dormindo numa caixa. 

Os irmãos viram a  vovó de Belita  preparando uma quantidade enorme de ovos de Páscoa com aquele chocolate delicioso. Viu a panela com resto de chocolate dentro.  E não pensaram duas vezes,  lambuzaram Coelhinho Preguiça de chocolate.  Ele  ficou salpicado de chocolate ... agora não tinha jeito,  teria que se levantar, senão seria atacado pelas formiguinhas espertas.
Belita ao acordar corre para encontrar os seus  amiguinhos. E conta:
_ Um, dois... ué, cadê o três?  Quem é esse pintadinho?
A garotinha fica procurando o Coelhinho “Três” ou seja o Coelhinho Preguiça que era  branco e agora estava  com pintas marrons...Belita olha para  Coelhinho Preguiça e encosta bem para reconhecer o “Três”, sente o cheirinho... chocolate?!
A menina agarra pelas orelhas do Coelhinho Preguiça  e sai lambendo os dedos.  Saltitante ela grita:
_ Obrigada, vovó! Vou comer meu chocolate vestido de coelho amanhã!
Coelhinho Preguiça  acordou assustado.  Quando a menina o colocou juntinho dos ovos da páscoa que ganhara da vovó...
Coelhinho Preguiça deu um salto e  fugiu de Belita.  Não quis virar coelhinho da páscoa.

    
Moral:  Quem não  espanta a preguiça é engolido por ela.


                                                 E. Amorim


* imagens da web, apenas ilustrativas.








quinta-feira, 2 de abril de 2015

CALVÁRIO (poesia)


Que luta!
Injusta.
Que dor!
Desamor.
Que sofrimento!
Tormento.
Que historia!
Glória.
Que traição!
Irmão.


E o beijo?
Judas.
E a coroa?
Espinhos.
E o rei?
Jesus.
E a lição?
Amor.
E a cruz?
Calvário.

                                           


Elisabeth Amorim/2015

Literatura de mainha 6 - Afirmação de identidades

 Mais um vídeo para você prestigiar.  Textos básicos; O sapo - Rubem Alves O sapo que não virou príncipe - Elisabeth Amorim