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Queria que esse Natal fosse diferente. Ah, como gostaria de
ter uma grande novidade para falar para você, meu amigo dos Emirados Árabes. Mas não tenho.
Burrice minha, sabia? Acreditar que um velhinho, barrigudo e olhar
cansado iria me visitar e tirar daquele saco vermelho o meu sonho.
Sim, não sei porque nasci tão diferente. Muitas crianças
gostam de bonecas, panelinhas, vassouras... Eu gosto de ganhar livros! E isso
me deixa com cara de ET diante de meus colegas. E como sonhei, vigiava a
chaminé, coloquei meia atrás da porta, contei carneirinhos para o sono não
aparecer, queria vê-lo e quem sabe eu poderia escolher o livro da minha preferência.
Mas, não adiantou pedir para as estrelas cadentes. As
estrelas mentem, aliás não tem nada escrito nas estelas, isso é coisa de
norte-americano, o primeiro mundo fala, todo o resto diz amém. Para mim, não funcionou, as estrelas piscaram,
mudaram de lugar, mas não escreveram nenhuma linha.
Um dia pensei, se Papai Noel não me encontrar eu irei até
ele. Eu escreverei tantas cartinhas, que não tem como ele se esquecer de mim.
Escrevi, escrevi, escrevi cartinhas, cartões. Nenhum sinal. Escrevi um jornal, um conto, um romance, um
livro... não adiantou os meus apelos, Papai Noel não apareceu.
Elisabeth Amorim
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