Sem correntes (soneto)
Quando fui açoitada por prazer
Tu zombaste da minha dor
Negou-me o direito de refazer
A minha vida que se despedaçou.
Primeiro insistiu em me mutilar
Quando o patrão se encantou por mim.
Para ele não ter o que apreciar
Em uma negra com cheiro de jasmim.
Quantas vezes me acorrentou despida?
Na doce ilusão de se vingar
Nem percebeu a corrente rompida...
Meu espírito livre voou até o céu
Lá meu anjo sem preconceito de cor
Carrega-me no colo com amor.
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