domingo, 5 de julho de 2020

Quebrando pedras ( crônica)

Elisabeth Amorim e as desmontagens literárias

Por que muitas pessoas não notam o outro quando  o mesmo está caído? deprimido?Fico impressionada com as voltas que a vida dá, e  cada vez mais tenho a certeza de que nada acontece por um acaso, como disse um grande amigo, o “universo conspira para que as ações positivas sejam multiplicadas”… Não tenha inveja de ninguém, seja você! O seu brilho aparece sem que você note, da mesma forma, as ações feias também deixam marcas.
Lembrei-me de um leitor assíduo num site que colaborei que a cada postagem, ele registrava “não gostei” ou então escrevia “só gostei do ponto final”  mas não parava de me acompanhar. E um dia eu não estava bem, e quando a gente não está bem… sai de baixo com as provocações.  Ao ler “cada dia você escreve pior”. Deixei a resposta mais ou menos assim:  “Senhor, que bom que você não gosta de meus textos, mas não desiste da leitura… Mas acho que deveria procurar um médico, não é saudável ser seguidor de alguém que não gosta.”
Gente, o resultado dessa minha mensagem foi uma catástrofe! O homem  ficou uma fera e fez uma sequência de ataques “ Carta para uma rainha” e “ Elisabeth não gosto de você!”  entre outras coisas do gênero… Esperando uma outra reação, acho que ele nunca teve tantos leitores quanto aquele período, fazia o ataque e esperava a minha reação, coitado! Se ele disse que não gostava de mim, eu ia ler nada dele? Se eu não gosto, não passo nem perto, sabia que ele estava me atacando que ele ia na minha página e colocava lá o título do texto em minha homenagem, pensou que eu ira bloqueá-lo. O mundo tem tantas pedras naturais, que as artificiais a natureza se encarrega de levá-las para bem longe da gente. Pedra rola tão facilmente.
 E ouvindo um depoimento de um professor Doutor em literatura  sobre os obstáculos encontrados para chegar onde está, a reflexão bate: não é fácil ser um vencedor ou vencedora, é preciso quebrar muitas pedras.  E quebrar pedras dá um trabalho enorme, é muito tempo, dedicação, suor, paciência…  sem falar que nem toda pedra pode ser lapidada, quantas pedras brutas no nosso caminho!
Desde cedo, jovem mesmo, pensava que não podia mudar a história se não investisse numa mudança pessoal. Se eu não consigo mudar minhas práticas não posso esperar a mudança de um sistema bem maior que eu. E decidi fazer a diferença, e hoje vejo como meu amigo tem razão, Deus conspira a nosso favor. Ao ensinar não foi diferente, vi o livro didático de Língua Portuguesa com textos que não convence nem atrai leitor algum, era uma convivência árdua se não usasse a desmontagem literária. Estranheza no início, descrédito, pedras, foi preciso quebrar muitas pedras para conseguir o resultado da lapidação.
“Aquele leitor que me agredia devia ter descoberto que quebrar pedras só não basta, é preciso trabalhar na lapidação” Elisabeth Amorim
Hoje quando vejo escolas da rede municipal praticando a desmontagem literária, fico feliz.  É a Literatura e a Semiótica juntinhas, tão coladinhas a ponto de andarem de mãos dadas na Praça dos Ferroviários, na cidade de Iaçu. Cidade da escritora e pesquisadora Elisabeth Amorim que desde sempre pesquisa A Desmontagem Literária na Educação Básica.  Desmontar, desconstruir ao contrário do pensamento de muitos, não é destruir, mas multiplicar, abrir o leque para que a literatura se espalhe cada vez mais, e o melhor, com ajuda de novos leitores-autores. Ah, aquele leitor que me agredia devia ter descoberto que quebrar pedras só não basta, é preciso trabalhar na lapidação, não desistiu de mim, mas dele mesmo, cansou de me provocar sem retorno, deixou o site.


                                                            Elisabeth Amorim

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