domingo, 7 de agosto de 2016

Filho Pródigo (adaptação da parábola)

*e-book

De repente percebo que essa casa me sufoca.  Essa vida me sufoca.  Todo dia acontece a mesma coisa, preciso sair da casa dos meus pais, fugir dessa prisão.  Aqui eu não vivo, tudo é muito fácil, preciso viver perigosamente.  Esse espaço não é para mim, não quero  ter a mesma vidinha besta do meu irmão, quero viver minha própria vida!
Pensando  assim,  JR foi contar a novidade para o seu pai. Afinal, ele precisava  do  dinheiro do pai para viver essa tal vida sonhada...
_ Meu pai,  quero ir embora desse lugar!  E não adianta pedir para ficar... essa casa não é para mim. Quero viajar, curtir, viver...
O pai olha tristemente  para seu filho mais novo.  Educou da mesma forma que o primogênito, mas não eram iguais.  Resolveu fazer apenas uma pergunta:
_Meu filho amado, eu não vou pedir para ficar  se essa é sua vontade, mas  sempre te dei amor, carinho, atenção,  agora me responda,  o que te falta aqui?
O filho olha para o pai, e responde imediatamente:
_Ora meu pai, aqui falta vida! Aventura...  O que é viver sem se arriscar? Só que vou precisar da minha herança antecipada... Não vou esperar a sua morte para que eu possa curtir... Entendeu?  Amor, carinho, atenção... eu também terei  lá fora, mas eu quero mais!
No mesmo instante, o pai foi  lá dentro e trouxe um baú com muito ouro, fruto de muitos anos de luta. E sem pronunciar uma palavra pegou uma sacola e dividiu todo o ouro em duas partes exatamente iguais,  entrega a sacola para o seu filho mais novo.  Que a tudo observava com os olhos brilhantes com toda aquela riqueza.  Entusiasmado, despede-se do pai, do seu irmão mais velho  que assistia a tudo em silêncio e desaparece.
Fora da casa dos pais, a vida se revelou o quanto era maravilhosa, não imaginava que tinha tantos amigos. JR não andava um passo sem  três, quatro amigos de companhia. Namoradas eram trocadas como se fossem descartáveis.  Bebendo e gastando toda a fortuna que foi herdada.  Por dois, três anos nunca havia sentido necessidade de escrever para seu pai, mandando notícias.  Para quê?   O pai sabia que ele estava bem, vivendo, como  ele queria.
No entanto, o ouro acabou e os amigos também se distanciaram.  O riso, o prazer tudo se foi.  JR olha de um lado para outro em busca da tal felicidade encontrada, essa também fugira.  De repente sente saudade,  não mais dos amigos que ajudaram a gastar toda a sua parte na herança, mas da casa dos pais.  Começa a lembrar do quanto era feliz lá e nunca percebera.  Como voltar? Como pedir perdão?  Não! Era muita humilhação voltar derrotado e faminto... A não ser que ele voltasse na tentativa de arranjar um emprego...
_ O que direi ao meu pai? Será que meu pai irá me aceitar de volta?
Quantas vezes erramos e ficamos constrangidos diante  dos nossos erros?  Com medo de serem  julgadas e condenadas muitas pessoas persistem  em permanecer  no “castelo de vidro”, porque em nome de uma falsa aparência, não  retornam, não corrigem, não aprendem e o pior não se perdoam pelas falhas cometidas, alimentando-as e amargurando-se dias após dia.
Erramos, somos seres falhos, assim como o filho pródigo,  parábola bíblica, mas se não dermos a nós e aos outros oportunidades de mudança, nunca saberemos  o valor  do perdão, amor e  abraço.  O ouro se perdeu,  talvez,  até  roubado, mas o amor do pai pelo seu filho não . Quem ama zela. O filho precisou perder tudo para entender que o “tudo” dele era nada diante  do ele tinha de fato.  E a vida é assim, uma lição a cada dia.
Que nós possamos nessa semana que se inicia, pensar  nas nossas falhas cometidas na semana que findou, não para repeti-las, mas corrigi-las. Se ofendeu alguém,  você poderá voltar e se desculpar.  É difícil, não?  Se não conseguir  fazer esse retorno, que tal fazer um esforço maior para que a ofensa não se repita?  E assim, vamos construindo uma nação mais tolerante e muito mais humana.
Lembre-se de que a parábola do “Filho Pródigo”  reflete  a  história da humanidade, minha, sua e dessa Juventude Revoltada, os “JR” da vida ... Muitas vezes querem conquistar o mundo e se esquecem  de conquistar si mesmos, correm atrás da felicidade como se ela estivesse lá, bem distante,  onde vão carregam no coração a insatisfação, por isso  cavam garimpo  em busca de ouro, e não enxergam  o verdadeiro tesouro que tem nas  mãos...
 Feliz por se lida por você,  chegou essa mensagem  até ai? Então é sua!  Receba  também o meu respeitoso abraço,
                   
                                              Elisabeth Amorim,
               


 *para quem se identifica com a minha literatura, e-books...

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