De repente percebo que essa casa
me sufoca. Essa vida me sufoca. Todo dia acontece a mesma coisa, preciso sair
da casa dos meus pais, fugir dessa prisão.
Aqui eu não vivo, tudo é muito fácil, preciso viver perigosamente. Esse espaço não é para mim, não quero ter a mesma vidinha besta do meu irmão, quero
viver minha própria vida!
Pensando assim,
JR foi contar a novidade para o seu pai. Afinal, ele precisava do
dinheiro do pai para viver essa tal vida sonhada...
_ Meu pai, quero ir embora desse lugar! E não adianta pedir para ficar... essa casa
não é para mim. Quero viajar, curtir, viver...
O pai olha tristemente para seu filho mais novo. Educou da mesma forma que o primogênito, mas
não eram iguais. Resolveu fazer apenas
uma pergunta:
_Meu filho amado, eu não vou
pedir para ficar se essa é sua vontade,
mas sempre te dei amor, carinho, atenção, agora me responda, o que te falta aqui?
O filho olha para o pai, e responde
imediatamente:
_Ora meu pai, aqui falta vida!
Aventura... O que é viver sem se
arriscar? Só que vou precisar da minha herança antecipada... Não vou esperar a
sua morte para que eu possa curtir... Entendeu?
Amor, carinho, atenção... eu também terei lá fora, mas eu quero mais!
No mesmo instante, o pai
foi lá dentro e trouxe um baú com muito
ouro, fruto de muitos anos de luta. E sem pronunciar uma palavra pegou uma
sacola e dividiu todo o ouro em duas partes exatamente iguais, entrega a sacola para o seu filho mais
novo. Que a tudo observava com os olhos
brilhantes com toda aquela riqueza.
Entusiasmado, despede-se do pai, do seu irmão mais velho que assistia a tudo em silêncio e desaparece.
Fora da casa dos pais, a vida se
revelou o quanto era maravilhosa, não imaginava que tinha tantos amigos. JR não
andava um passo sem três, quatro amigos
de companhia. Namoradas eram trocadas como se fossem descartáveis. Bebendo e gastando toda a fortuna que foi
herdada. Por dois, três anos nunca havia
sentido necessidade de escrever para seu pai, mandando notícias. Para quê?
O pai sabia que ele estava bem,
vivendo, como ele queria.
No entanto, o ouro acabou e os
amigos também se distanciaram. O riso, o
prazer tudo se foi. JR olha de um lado
para outro em busca da tal felicidade encontrada, essa também fugira. De repente sente saudade, não mais dos amigos que ajudaram a gastar
toda a sua parte na herança, mas da casa dos pais. Começa a lembrar do quanto era feliz lá e
nunca percebera. Como voltar? Como pedir
perdão? Não! Era muita humilhação voltar
derrotado e faminto... A não ser que ele voltasse na tentativa de arranjar um
emprego...
_ O que direi ao meu pai? Será
que meu pai irá me aceitar de volta?
Quantas vezes erramos e ficamos
constrangidos diante dos nossos
erros? Com medo de serem julgadas e condenadas muitas pessoas persistem em permanecer
no “castelo de vidro”, porque em nome de uma falsa aparência, não retornam, não corrigem, não aprendem e o pior
não se perdoam pelas falhas cometidas, alimentando-as e amargurando-se dias
após dia.
Erramos, somos seres falhos, assim
como o filho pródigo, parábola bíblica,
mas se não dermos a nós e aos outros oportunidades de mudança, nunca
saberemos o valor do perdão, amor e abraço.
O ouro se perdeu, talvez, até roubado, mas o amor do pai pelo seu filho não
. Quem ama zela. O filho precisou perder tudo para entender que o “tudo” dele
era nada diante do ele tinha de
fato. E a vida é assim, uma lição a cada
dia.
Que nós possamos nessa semana
que se inicia, pensar nas nossas falhas
cometidas na semana que findou, não para repeti-las, mas corrigi-las. Se
ofendeu alguém, você poderá voltar e se
desculpar. É difícil, não? Se não conseguir fazer esse retorno, que tal fazer um esforço
maior para que a ofensa não se repita? E
assim, vamos construindo uma nação mais tolerante e muito mais humana.
Lembre-se de que a parábola do “Filho
Pródigo” reflete a história da humanidade, minha, sua e dessa
Juventude Revoltada, os “JR” da vida ... Muitas vezes querem conquistar o mundo
e se esquecem de conquistar si mesmos,
correm atrás da felicidade como se ela estivesse lá, bem distante, onde vão carregam no coração a insatisfação,
por isso cavam garimpo em busca de ouro, e não enxergam o verdadeiro tesouro que tem nas mãos...
Feliz por se lida por você, chegou essa mensagem até ai? Então é sua! Receba também o meu respeitoso abraço,
Elisabeth Amorim,
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