De repente estava lá, do
outro lado do mundo. Aliás, poderia ser do mesmo lado, por que do outro?
Conectados, estamos sim, do mesmo lado.
Mas o mapa insiste em colocar-me em sentido oposto, numa das américas, enquanto vocês...Onde é
mesmo que fica Moscou?
Longe, não? Rússia. Continente
asiático ou europeu? Ah, para não ter briga, Eurásia! Não é tão longe assim,
convivo aqui diariamente com Mikhail Bakhtin numa boa. Ele daí e eu de cá. O homem das linguagens! Aliás, o
intelectual dos gêneros dos discursos. O homem é um ser de linguagens, já dizia
o cara! Um fenômeno russo! Aqui fenômeno mesmo, é no futebol, mas não nasci para
jogar bola! Só jogo com as palavras.
Está vendo? A Rússia fica aqui, cada vez mais bem pertinho de mim. Mesmo
porque depois das Confissões de
Rousseau os nossos pactos foram firmados. Isso porque me recuso a falar de Leon
Tolstoi com a sua “Guerra e Paz”. Estou numa boa, não quero nem ouvir falar de
guerra. A única guerra comentada é essa
bacana, que nos faz bem, chamada “guerra
dentro da gente”. É bom colocar as nossas armas para fora, desnudar e ir de
encontro as coisas novas. E sinceramente, quando abrir esse blog e vi acessos
de leitores russos, tomei as minhas providências. E fico a imaginar... Como essa escrita libertária chega até vocês? Não precisam
responder, não quero ser humilhada! A não ser que venha em inglês, espanhol ou português, claro! O intelectual aqui
não sou eu! É daí a intelectualidade.
Esse
texto é apenas para agradecer a participação de leitores russos que estão nos
acompanhando do outro lado do mundo. Vou contar um segredinho: Vocês( neste blog) estão
“batendo” os Estados Unidos! Que bom que há em um cantinho bem distante do
Brasil "alguém e cia" se divertindo com os meus textos literários. Pena que com Bakhtin não tinha nenhuma diversão. É teoria linguística e filosofia de primeira
qualidade. Ou aprende ou leva bomba na universidade! Ei, não precisam correr!
“Bomba” aqui não tem nada a ver com o ataque terrorismo, é apenas força de
expressão... digamos uma “reprovação”. Ficou mais claro? Ah, e “bater” não é
porrada, mas atingir alto índice de acessos em relação ao outro.
Agora
estou eu preocupada com o meu discurso para russo nenhum botar defeito...
Ah, sabe o que acontece? Na dúvida, pergunte a Bakhtin, ele é o intelectual, eu
sou apenas uma... uma... sobrevivente desse sistema arbitrário editorial que
quer ser respeitada pela literatura descomprometida, livre e leve sem precisar pagar para ser lida. Já me notaram em Moscou? Ótimo. Então já
fui... Ah, agradeçam a Fiódor Dostoiévski, afinal ele tinha razão: " A vida é um paraíso, mas os homens não sabem e não se preocupam em sabê-lo"
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